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                            Seminário debate meio ambiente e biossegurança
 Evento, que integra a programação 
                            dos Fóruns Permanentes,
 reunirá especialistas no Auditório da 
                            Biblioteca Central
 PAULO 
                            CÉSAR NASCIMENTO
 
                          
                            A 
                              partir da Conferência das Nações 
                              Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO 
                              92) realizada no Rio de Janeiro, o mundo começou 
                              a buscar um modelo mais sustentável para 
                              a sociedade. A base deste modelo foi a Agenda 21, 
                              que estabeleceu diretrizes para o consumo e a utilização 
                              dos recursos naturais, como também parâmetros 
                              para a recuperação e a manutenção 
                              da qualidade ambiental em níveis seguros 
                              para a saúde humana. Na prática, contudo, 
                              os avanços foram tímidos, o que justifica 
                              a importância da manutenção 
                              do debate sobre o tema. É neste contexto 
                              que a Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura 
                              e Urbanismo (FEC), em conjunto com o Instituto de 
                              Biologia (IB) da Unicamp, dentro das atividades 
                              do Fórum Permanente e Interdisciplinar de 
                              Saúde, realizam na próxima quinta-feira 
                              (dia 18) o seminário Meio Ambiente 
                              e Biossegurança, das 9 às 17 
                              horas, no Auditório da Biblioteca Central 
                              da Unicamp. Nesta entrevista ao Jornal da Unicamp 
                              o professor João Alberto Venegas Requena, 
                              diretor da FEC, aborda questões que serão 
                              discutidas nos dois painéis do evento: Poluição, 
                              Meio Ambiente e Saúde e Transgenia, 
                              Meio Ambiente e Biossegurança. 
                            
                             
                              |  |   
                              | O 
                                professor João Alberto Venegas Requena: 
                                Pagamos pela falta de planejamento e pelo 
                                uso irracional de recursos no passado |  JU - O 
                            que mudou e onde ainda falta avançar na temática 
                            ambiental passados 12 anos desde a ECO 92?
 João 
                            Alberto  A ECO 92 foi muito importante, 
                            representou um despertar mundial para as questões 
                            ambientais, mas trouxe resultados práticos 
                            muito tímidos. A sociedade esperava ações 
                            mais contundentes dos governos compromissados com 
                            a causa ambientalista, mas as medidas adotadas se 
                            mostram insuficientes para enfrentar o poder econômico, 
                            que resiste em aceitar os encaminhamentos da conferência 
                            no Rio. Por isso, iniciativas como esse fórum 
                            na Unicamp têm o mérito de contribuir 
                            para que a comunidade permaneça conscientizada 
                            e, dessa maneira, possa exigir providências 
                            de seus representantes nos diferentes níveis 
                            de poder, seja federal, estadual ou municipal. JU  Falta, então, 
                            vontade política para implementar medidas efetivas 
                            de controle e preservação?
  João Alberto  
                            Sim, é preciso que a lei seja mais enérgica 
                            com quem polui e agride o meio ambiente. O governo, 
                            nas diferentes esferas de poder, até reconhece 
                            a gravidade do problema, mas não reage com 
                            o necessário vigor. A poluição 
                            dos rios Pinheiros e Tietê, em São Paulo, 
                            ilustra bem a situação. Aquilo é 
                            provocado pelo esgoto de indústrias que não 
                            se preocupam em tratar seus resíduos. Outro 
                            exemplo é a contaminação do lençol 
                            freático por mercúrio. Tudo isso tem 
                            profundos reflexos na saúde da população 
                            e vai exigir recursos cada vez maiores para o tratamento 
                            de doenças decorrentes da poluição. 
                            Todavia, não há uma intervenção 
                            capaz de punir os responsáveis e de impedir 
                            a perpetuação do problema. JU  É mesmo 
                            possível resgatar a qualidade ambiental tão 
                            degradada, ainda que para as próximas gerações?
 João Alberto 
                             Não temos muito tempo e não podemos 
                            nos esquecer que os recursos naturais são finitos. 
                            No Brasil, foi preciso uma crise energética 
                            para nos mostrar o quanto estávamos equivocados 
                            ao pensar que a água seria um bem inesgotável. 
                            Contudo, não se trata apenas de ter água, 
                            mas água com qualidade. Gasta-se cada vez mais 
                            para tratar quimicamente a água distribuída 
                            para a população, mas a qualidade é 
                            inferior à do passado. Se a poluição 
                            dos rios continuar no ritmo em que está, logo 
                            não será possível sequer tratar 
                            a água. Não estou querendo ser apocalíptico, 
                            mas basta observar que hoje pagamos pela falta de 
                            planejamento e pelo uso irracional de recursos no 
                            passado. Temos, portanto, que agir com a responsabilidade 
                            de garantir para as próximas gerações 
                            uma natureza saudável, até porque disso 
                            depende a continuidade de nossa espécie.   
                             
                              | Encontros discutem políticas públicas 
                                    Iniciado em 2003, o projeto 
                                  Fóruns Permanentes é 
                                  uma iniciativa conjunta da Coordenadoria Geral 
                                  da Universidade (CGU) e da Coordenadoria de 
                                  Relações Institucionais e Internacionais 
                                  (Cori). Os fóruns do ano passado foram 
                                  muito positivos, na avaliação 
                                  do vice-reitor da Universidade e coordenador 
                                  geral da Universidade, professor José 
                                  Tadeu Jorge. Segundo ele, o projeto-piloto partiu 
                                  do Fórum de Agronegócios. Depois, 
                                  no segundo semestre de 2003, vieram Arte e Cultura, 
                                  Saúde, Conhecimento, Tecnologia de Informação 
                                  e Empreendedorismo, colocando em destaque temas 
                                  extraídos do cotidiano da própria 
                                  Universidade. 
 Outros 48 fóruns foram 
                                  planejados para serem oferecidos ao longo deste 
                                  ano. Todos terão como eixo comum as políticas 
                                  públicas. A escolha dos temas foi proposta 
                                  pelas unidades de ensino e pesquisa da Unicamp. 
                                  Será um momento importante para 
                                  troca de informações, criação 
                                  de oportunidades, aprofundamento de conteúdos, 
                                  polêmica e questionamentos, além 
                                  de qualificação pessoal. Para 
                                  tanto, quanto mais houver participação, 
                                  melhores poderão ser as contribuições, 
                                  destaca Tadeu Jorge. 
 As inscrições 
                                  para os próximos fóruns já 
                                  podem ser feitas no site http://www.cori.unicamp.br/foruns/foruns-energia.htm 
                                  Esses eventos são abertos ao público. 
                                  Mais informações pelos telefones 
                                  19-3289-5499 e 3289-7787 ou ainda através 
                                  do e-mail fabianagviana@terra.com.br
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