ANO XVII - 09 a 15 de dezembro de 2002 - Edição 201
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Universidade conquista prêmio principal, seis das 13 menções honrosas e é a instituição com maior número de trabalhos laureados

Unicamp tem sete inventos premiados no Governador do Estado

Veja Os premiados

MANUEL ALVES FILHO


O Professor Fernando Ferreira Costa, pró-reitor de Pesquisa: "Precisamos avançar no que diz respeito aos grandes estudos cooperativos"A Unicamp foi a instituição que obteve o maior número de inventos laureados pelo Prêmio Governador do Estado - Invento Brasileiro, edição 2002, certame que há 50 anos vem incentivando o desenvolvimento tecnológico no País. A Universidade dividiu o prêmio principal (R$ 22 mil) com dois outros trabalhos apresentados pela USP e ainda recebeu seis das 13 menções honrosas concedidas (veja quadro). De acordo com o pró-reitor de Pesquisa, professor Fernando Ferreira Costa, tal performance é uma demonstração do nível de excelência alcançado pela Unicamp na área de pesquisa ao longo dos últimos anos. "Embora nossa principal missão seja ensinar e gerar conhecimento, nós também demonstramos bastante vitalidade no segmento da inovação tecnológica", afirmou. Desde que a competição foi criada, 35 invenções da Unicamp já foram agraciadas com prêmios em dinheiro ou menções honrosas.

O invento que dividiu o Prêmio Governador do Estado com a USP foi concebido por Carlos Kenichi Suzuki, Delson Torikai, Edson Haruhico Sekiya e Eduardo Ono. O trabalho tem como título "Processo de automação para fabricação de preforma porosa para fibra óptica". Para o professor Fernando Costa, o excelente desempenho alcançado pela Unicamp no certame encontra explicação na qualidade e no volume da sua pesquisa. Atualmente, a Universidade responde por 5,5% da produção científica da América Latina. Também é a segunda instituição de ensino do País que mais publica trabalhos em revistas indexadas internacionalmente. Em 2001, foram cerca de 1.400 artigos. Os dados de 2002 ainda estão sendo tabulados.

Uma parte dessa produção pode resultar em inovação tecnológica. Não é por acaso que a Unicamp é a universidade brasileira que detém o maior número de registros de patentes: 220, sendo três deles internacionais. "Mais do que um indicador de qualidade, esse número também é representativo porque pode gerar riquezas para o Brasil", afirmou o professor Fernando Costa. Ele destacou que o bom desempenho da Universidade na área da pesquisa deve-se em primeiro lugar à qualidade dos seus professores e alunos. "Universidade é gente. Não adianta ter equipamentos sofisticados, se não tivermos bons cérebros. Aqui, felizmente, nós temos pessoas muito capazes".

Outro aspecto que contribui para tamanho vigor científico, lembrou o professor Fernando Costa, é o fato de a Unicamp ter um grande número de alunos na Pós-Graduação (cerca de 12 mil, praticamente a mesma quantidade de estudantes da graduação), o que a diferencia das demais universidades. No ano passado, foram produzidas 700 teses de doutorado e 1.112 dissertações de mestrado. "Esses dados são muito significativos. Nos Estados Unidos, menos de duas dezenas de universidades têm desempenho semelhante", ressaltou o pró-reitor. Indicadores tão positivos só são possíveis, conforme ele, por causa do aporte de recursos das agências de fomento nacionais e internacionais.

Assim como as demais universidades públicas, a Unicamp tem a maior parte do seu orçamento comprometida com a folha de pagamento e custeio. Sobra pouco dinheiro para ser investido diretamente em pesquisa, daí a importância dos recursos extra-orçamentários. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) aparece como o organismo que mais contribui para o financiamento da produção científica na Universidade. Em 2001, por exemplo, a Fapesp destinou cerca de R$ 98 milhões dos R$ 173 milhões captados pela instituição. Não estão contabilizados nesses recursos extraorçamentários os repasses feitos pelo Sistema Único de Saúde.

Mas uma instituição que apresenta indicadores tão positivos ainda tem desafios a vencer? Segundo o pró-reitor de Pesquisa da Unicamp, a resposta é sim. Na opinião do professor Fernando Costa, a Universidade precisa aumentar e uniformizar a sua produção científica. Ele acredita que há uma certa heterogeneidade a ser superada. "Além disso, precisamos avançar no que diz respeito aos grandes estudos cooperativos. Temos que incentivar o envolvimento de várias áreas em torno das pesquisas mais relevantes", disse. Paralelamente, prosseguiu, existe a necessidade de ampliar os esforços para a captação de recursos, junto às agências de fomento e à iniciativa privada.