192 - ANO XVII - 30 de setembro a 6 de outubro de 2002
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Nature destaca
produção científica do Brasil

O crescimento contínuo e acentuado da produção científica brasileira foi citado pela revista Nature, em matéria sobre a contribuição dos países para o avanço do conhecimento no mundo. Na matéria, publicada no último dia 12 de setembro, Brasil e Coréia do Sul são citados como contraponto à queda acentuada da produção científica da Índia, que preocupa a comunidade científica daquele país. A Unicamp participa com uma fatia de 15% das pesquisas científicas nacionais e 6% da América Latina, segundo dados da Pró-reitoria de Pesquisa.

Ao contrário da Índia, lembra a revista, o Brasil e a Coréia do Sul têm se destacado na publicação de artigos científicos. A produção científica brasileira teve um aumento considerável nos últimos anos e continua registrando crescimento acima da média mundial de publicações científicas.

Segundo dados preliminares do novo relatório do Instituto de Informação Científica (ISI), a produção científica do Brasil cresceu 11% de 2000 para 2001, passando de 9.511 para 10.555 artigos. Já a produção mundial, no mesmo período, apresentou crescimento de 2,8%, passando de 714.171 para 734.248 artigos.

No período entre 1981 e 2000, conforme os dados do ISI, o número de artigos brasileiros publicados em periódicos científicos internacionais passou de 1.889 (em 1981) para 9.511 (em 2000), um crescimento de 403,49%, que coloca o Brasil entre os 17 países do mundo que mais produzem conhecimento.

Polêmica - Um dia após a Nature divulgar a matéria, o jornal O Estado de São Paulo publicou reportagem sobre uma suposta redução do número de artigos publicados nos periódicos contabilizados pelo ISI em 2001. A matéria, baseada em estudo coordenado pela Pró-reitoria de Graduação da Unifesp, relaciona o fato a restrições orçamentárias que teriam ocorrido em 2002. Em nota oficial, porém, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) contestou os números e confirmou os dados divulgados pela Nature.

"É patente a expansão da produção científica nacional ao longo desses anos, quando passou de 1.889 artigos publicados nos periódicos indexados àquela base, em 1981, para 9.511, em 2000, o que equivale a um crescimento de mais de 400%, no período, portanto, muito superior à taxa de crescimento correspondente ao total dos artigos contabilizados naquela base (66%)", diz a nota oficial.

Segundo o MCT, para a obtenção das informações, o governo adquire junto ao ISI, a cada ano, a base de dados especialmente produzida para a elaboração dos indicadores nacionais sobre o tema. "Desnecessário mencionar a incongruência de que uma eventual restrição orçamentária ocorrida em 2002 pudesse interferir na produção dos pesquisadores brasileiros em 2001. A questão substantiva é se, de fato, houve redução da produção científica brasileira contabilizada pelo ISI em 2001", diz a nota.

Segundo o MCT, as informações que o próprio ISI encaminhou ao governo, enquanto não se tem acesso aos números de 2001 da base de dados acima mencionada, revelam que os artigos originários do Brasil ali contabilizados atingiram o número de 10.555, o que corresponde a 1,44% do total mundial -- que foi de 734.248 artigos. "Houve, portanto crescimento expressivo da produção científica nacional em 2001, próximo a 11%, sobretudo se comparado com o total mundial, cuja taxa de variação não chegou a 3%", diz a nota. Para o MCT, a origem dessa discrepância dos números produzidos pelo estudo mencionado e o calculado diretamente pelo ISI reside, provavelmente, no uso de bases de dados distintas.