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Grandes varejistas passam a comprar hortaliças diretamente dos produtores

RAQUEL DO CARMO SANTOS

O engenheiro agrícola Rubens Mandetta de Souza:diminui a importância das centrais de abastecimento (Fotos: Antoninho Perri/Divulgação)O perfil do consumidor de alimentos mudou bastante e ele está cada vez mais exigente com aspectos nutricionais, possibilidade de prevenção contra doenças graves, e preocupado com a estética e a obesidade. “Além dessas exigências, existe a expectativa de encontrar produtos frescos e comprá-los em lugar confiável, com mais conforto e flexibilidade de horário. Tudo isso acaba influenciando na dinâmica de distribuição dos alimentos”, argumenta o engenheiro agrícola Rubens Antonio Mandetta de Souza.

Nível de exigência do consumidor
faz mudar a distribuição

Por isso, em dissertação de mestrado – “Mudanças no consumo e na distribuição de alimentos – O caso da distribuição de hortaliças de folhas na cidade de São Paulo” – apresentada no Instituto de Economia (IE) da Unicamp, orientada pelo professor Rinaldo Barcia Fonseca, o engenheiro agrícola mostra que há uma tendência dos supermercados e estabelecimentos de varejo em adquirir alimentos diretamente do produtor, mais especificamente as hortaliças.

No estudo, Rubens de Souza realizou um levantamento em 400 estabelecimentos comerciais da cidade de São Paulo, analisando o que havia mudado no comportamento do consumidor e na distribuição dos alimentos. “Hoje existe uma dinâmica diferente do que havia no passado. As redes de varejo e sacolões estão valorizando as compras conforme as exigências do consumidor”, explica. No caso das hortaliças, nota-se uma necessidade no mercado de oferecer produtos orgânicos com modificações funcionais.

O pesquisador lembra que até a década de 1960, as feiras-livres eram o principal canal de distribuição de produtos hortícolas do Brasil, devido à qualidade dos produtos, frescor e preços mais baratos percebidos pelo consumidor. Em 1970, as Centrais de Abastecimento e Secretarias de Abastecimentos buscaram aperfeiçoar o sistema de feiras-livres criando os varejões, com mecanismo de venda semelhante – as diferenças estavam no número de comerciantes e nos preços praticados com base em cotações das Centrais de Abastecimento.

“Atualmente podemos observar uma grande transformação na comercialização de hortícolas. A importância das Centrais de Abastecimento vem diminuindo gradativamente. Hoje, estima-se que as grandes redes de supermercados de São Paulo negociam diretamente com os fornecedores cerca de 30% do volume de hortaliças e frutas que chegam aos consumidores do Estado de São Paulo, sem passar pelas Ceasas”, avalia Rubens de Souza.

Pelos resultados de suas entrevistas, o pesquisador conclui que o produtor deve ter uma preocupação maior com a gestão, caso pretenda sobreviver sozinho no mercado. Ele propõe um modelo de gestão baseado nos seis “p”, ou seja, processo de produção, preparo do produto, preço, praça (distribuição) e parceria. Ao contrário do que se imagina, o pequeno produtor pode lucrar com esta nova realidade do mercado, e para isso precisa inovar nos processos de produção e criar parcerias para oferecer um produto de qualidade. “O preço nem sempre é o fator determinante para a compra. Muitas vezes, as condições de entrega com uma logística mais eficiente e aspectos relacionados à aparência do alimento pesam mais na hora da decisão”, assegura Rubens de Souza.

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