| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 376 - 15 a 21 de outubro de 2007
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Um equipamento para
as alterações da língua

RAQUEL DO CARMO SANTOS

A fonoaudióloga Renata Jardini: novas frentes de tratamento (Foto: Antonio Scarpinetti)Um aparelho desenvolvido pela fonoaudióloga Renata Jardini produziu excelentes resultados no tratamento de alterações da língua, entre as quais, deglutições atípicas, alterações de fala e a apnéia do sono. Renata testou o aparelho, denominado exercitador lingual, em pacientes na clínica onde atende em Araraquara e comprovou a sua eficiência também para indivíduos portadores das famosas “papadas”, ocasionadas pela flacidez da língua. O trabalho da fonoaudióloga consta de sua tese de doutorado recém-defendida na Faculdade de Ciências Médicas (FCM). A pesquisa foi orientada pela professora Maria Aparecida Affonso Moysés.

Renata já havia desenvolvido uma série de instrumentos para reabilitação da face, que já são comercializados por uma empresa especializada, com resultados surpreendentes. “Os aparelhos permitem que o profissional trabalhe diretamente no restabelecimento da flacidez da musculatura da face e da língua e não como alternativa para apenas atenuar os sintomas. O nosso propósito é buscar a cura do paciente”, explica.

Renata, que mantém várias informações no endereço www.renatajardini.com.br, acredita que a fonoaudiologia deve buscar novas frentes de tratamento. Para a especialista, o trabalho ainda é caracterizado por tratamentos que só atenuam os sintomas e não buscam o desaparecimento dos mesmos. Por isso, a importância de se criar alternativas que resolvam de forma definitiva os males dos pacientes. “Sempre sonhei em propor processos que tivessem impacto no meu trabalho. Os instrumentos foram planejados e idealizados nos mínimos detalhes para que tivessem a eficiência esperada”, explica Renata.

Em dez anos de pesquisas, a fonoaudióloga colocou à disposição dos profissionais de saúde e pacientes com deficiências como lábios abertos, problemas de mastigação e flacidez na musculatura da face e da língua, quatro diferentes instrumentos, confeccionados com plásticos e arames de aço inox. Para isso, ela contou com o auxílio do protético Marcos Leite.

O primeiro a ser idealizado por Renata foi o exercitador labial, próprio para os exercícios musculares em pessoas que respiram pela boca e, como conseqüência, possuem os lábios abertos. O aparelho foi lançado em 1998 e obteve boa aceitação por parte dos profissionais de saúde e por pacientes.

Em 2000, foi a vez do lançamento do exercitador facial, com o objetivo inicial de fortalecer as musculaturas da face. A surpresa, no entanto, veio com os relatos de pacientes que também perceberam um efeito importante para o bruxismo – hábito de apertar e ranger os dentes. “Os pacientes testemunhavam melhora nos sintomas do bruxismo e isto despertou o meu interesse em estudar mais profundamente esses efeitos”, esclarece. Só então, Renata decidiu voltar à universidade para testes científicos dos aparelhos.

Na dissertação de mestrado, apresentada em 2004, ela conseguiu fazer uma importante correlação do bruxismo com o músculo da face, denominado bucinador e outro da mastigação, o masseter. Os resultados do trabalho renderam uma publicação em revista científica internacional, em 2005. O terceiro aparelho, na verdade, é uma opção do exercitador facial, no formato mais específico para homens ou mulheres com estatura mais alta.

O quarto e último aparelho a ser idealizado foi o exercitador lingual, objeto da tese de doutorado da fonoaudióloga. Para a pesquisa, ela considerou os resultados em 76 crianças com alterações de deglutição e fala, além de um estudo-piloto em quatro casos de apnéia do sono e 10 de papadas. Mas, na clínica, Renata já teve resultados positivos em outros pacientes. As pesquisas, no entanto, não param por aí. Ela já idealiza um quinto instrumento que servirá para exercitar o palato, localizado no céu da boca.

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