Jornal lançado em 1986 chega à edição 200
ANO XVII - 25 a 31 de novembro de 2002 - Edição 200
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Eustáquio Gomes

Esta edição traz um interessante levantamento dos principais nomes que emergiram dos laboratórios e salas de aula da Unicamp para os estamentos governamentais nos seus três níveis: federal, estadual e municipal. Trata-se de um denso contingente de professores que, após exercitar durante anos a prática acadêmica da formulação de políticas públicas, foram desafiados a materializá-las no exercício do poder.

A lista se atém ao primeiro escalão dos três estamentos e por isso não é completa. Dezenas de outros docentes ligados à Unicamp e não mencionados nesta edição permeiam ministérios, secretarias de Estado, secretarias municipais e desempenham importantes papéis em postos-chave da administração pública.

Nem todas as universidades estão preparadas para fornecer quadros com a constância e a densidade com que o tem feito a Unicamp. A Universidade de São Paulo, sem dúvida, tem sido um celeiro de cérebros para as políticas públicas desde a década de 50. Antes dela, eram sobretudo as faculdades de Direito e Medicina espalhadas pelo País que cumpriam esse papel. Num passado mais remoto, a formação intelectual da classe dirigente brasileira era feita em Coimbra, Paris e Londres.

A revoada de gestores advindos da Unicamp começou para valer na década de 80, no plano estadual durante o governo Montoro e no plano federal a partir do Plano Cruzado do governo Sarney. De lá para cá, raros governos deixaram de contar em suas equipes com especialistas da Unicamp. A ocorrência do fenômeno corresponde a uma etapa da história da Unicamp a partir da qual ela amadureceu institucionalmente e em que a qualidade de seus docentes passou a evidenciar-se no cenário das opções disponíveis para as políticas públicas. Ou seja, bastaram 15 anos de construção institucional bem arquitetada para que o projeto de Zeferino Vaz começasse a dar frutos no plano social e político, além do acadêmico.

Tudo indica que, independentemente de matiz ideológico ou partidário dos governos que assumem em janeiro de 2003, esta história terá seqüência.