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Jornal da Unicamp - Dezembro de 2000

Página 5

ARTIGO

Função da Universidade

Sobre saúde, comunidade saudável e agentes comunitários

ROBERTO TEIXEIRA MENDES

A evolução do conceito de saúde, decorrente de reflexões e vivências que pouco a pouco vão sendo apropriadas pelo conjunto da sociedade, engloba hoje questões referentes ao ambiente, ao grau de desenvolvimento sócio-cultural, à possibilidade de renda e trabalho, à redução da violência, à organização do trânsito, entre outros, superando o conceito originário de saúde que desencadeou as ações tradicionais da saúde pública. Essa "nova complexidade" é anunciada na Constituição da República, em seus artigos 196 e 198.

Artigo 196 - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Artigo 198 - As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

I – descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II – atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III – participação da comunidade.

As idéias de comunidade saudável, cidade saudável e outras que procuram aplicar o conceito ampliado de saúde a uma realidade concreta (bairro, cidade, região) têm nas organizações de saúde internacionais (OPAS/OMS) seus principais animadores e divulgadores.

A tentativa de resgate pelas comunidades de parte da responsabilidade por conservar e promover sua própria saúde, juntamente com a busca de instrumentos de ação que permitam a elas assumir e exercer essas responsabilidades, decorre da noção de que não é a ação individual nem sobre o indivíduo que elevará o nível de saúde das pessoas, se tomarmos como quadro referencial o conceito de saúde ampliado.

O envolvimento da Universidade com novas práticas sociais e modelos de desenvolvimento sustentado, através de projetos de extensão que incorporem alunos e professores das diferentes áreas, torna-se crucial para que a vivência dos futuros profissionais e a reflexão dos docentes vá tecendo, em conjunto com a sociedade, novos referenciais na direção de uma organização de ações e estruturas de assistência e serviços públicos que superem com vantagem o contexto atual das políticas sociais, principalmente nos locais onde as condições de vida são dramáticas.

O envolvimento da Unicamp com o Ipes, visando a formação de Agentes Comunitários que não são "apenas agentes de sáude" tem esse objetivo. A experiência de Agentes Comunitários como mobilizadores de ações locais, que envolvem promoção da saúde, atividades culturais e educativas poderiam ser desencadeadas também na Unicamp, em suas unidades e órgãos, de modo a elevar a "consciência local" sobre saúde e modo de vida, consequentemente superando o modelo atual de convívio e de demanda de assistência à saúde no campus.

Aí se incluem todos os projetos de ações de promoção da saúde, como ginástica laboral, orientação alimentar e atividade física orientada, assim como atividades artísticas, grupos corais e grupos de música, entre outros. Nada disso é possível ser desenvolvido sem um apoio decidido de pessoas aficcionadas aos assuntos, que sejam capazes de interpretar as necessidades e organizar as atividades que respondam a elas.

O Agente Comunitário é o elo de ligação entre o cotidiano das pessoas e as estruturas formais da administração, seja no bairro fazendo a ligação com os serviços locais, seja seu correspondente nos locais de trabalho, como em parte se movimentam os representantes na Cipa.

Roberto Teixeira Mendes é professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários


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