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Jornal da Unicamp - Dezembro de 2000

Página 15

SAÚDE

Feridas não abertas

Um debate sobre tratamentos, como manter a lesão umedecida

ANTONIO ROBERTO FAVA

"Se se considera que o objetivo da Medicina consiste em aliviar a dor, surge a pergunta: para quê aliviá-la?" (Narrador do conto Enfermaria n° 6, de Tchekov)

Médicos e profissionais da área da saúde vinculados a instituições brasileiras de ensino e pesquisa participaram, entre os dias 16 e 17 de novembro, no Centro de Convenções da Unicamp, do I Encontro Nacional de Tratamento de Feridas "Cuidado Integral e Personalizado", promovido pelo Grupo de Estudos de Feridas (Gefe) da Unicamp. Entre outros temas, os especialistas discutiram a adoção de tratamentos que promovam bem-estar e conforto aos pacientes. Um dos fatores que têm contribuído para que esse objetivo seja alcançado é o avanço da indústria farmacêutica, que coloca no mercado medicamentos cada vez mais eficazes.

Durante o encontro, os médicos ressaltaram que o tratamento de uma ferida é um procedimento complexo e dinâmico, que requer avaliações pormenorizadas. Muitas vezes, as feridas podem ser geradas por acidentes graves, o que causa perda significativa de substância da pele. Também podem ser causadas por úlceras de decúbito, que surgem em pacientes que ficam muito tempo deitados. Ou ainda por deiscências, que é a abertura ou afastamento da pele em decorrência de complicações cirúrgicas e do diabetes. A evolução do quadro vai depender exclusivamente do estado físico e mental do paciente.

Para Silvia Angélica Jorge, enfermeira do Hospital das Clínicas e uma das coordenadoras do Gefe, o evento trouxe uma grande contribuição para os profissionais da área médica. "Primeiro, pela troca de informações com especialistas de variados organismos. Segundo, porque há profissionais de outras instituições estudando a possibilidade de formar grupos de trabalho com a mesma finalidade do nosso. E isso, para nós, é muito significativo", diz Silvia.

Para ela, o processo multidisciplinar aplicado no tratamento das feridas deve levar em conta vários fatores de risco, como as necessidades nutricionais e as patologias da pessoa. "É preciso que o profissional que lida com um paciente com ferida saiba sobre fatores que podem ou não influenciar na evolução do problema", explica a enfermeira.

O médico Diltor Vladimir Araújo Opromola, do Instituto Lauro de Souza Lima, em Bauru, explica que o conceito de tratamento de ferida começou a mudar há 20 anos. "Antes se fazia apenas uma terapia com gaze e esparadrapo. Hoje, a coisa mudou. Cada momento da cicatrização tem um tratamento diferente, com medicamentos e técnicas específicos. A ferida nunca é totalmente coberta com material seco. O curativo deve ser umedecido com água ou com o líquido do próprio corpo. Os profissionais procuram fazer com que a ferida se restabeleça com novas células, que são formadas predominantemente por água", diz o médico.

O que reforçou esse conceito foi o desenvolvimento de novos produtos farmacêuticos, como filmes semi-permeáveis e polímeros, que protegem a lesão de uma forma fisiológica . "Com isso, a ferida cicatriza melhor e com mais rapidez", esclarece Vladimir. O especialista adverte, porém, que nenhuma ferida tem a menor possibilidade de se fechar se a pessoa estiver com alguma doença descompensada, caso do diabetes. "Se o diabetes não compensa a glicose no sangue, pode-se fazer o curativo mais avançado do mundo que não vai haver cicatrização", explica o médico. E acrescenta: "O tratamento da ferida e a compensação da doença têm que caminhar juntos, sempre. Desnutrição, alcoolismo e tabagismo são elementos que influenciam negativamente na recuperação do paciente".

Plantas medicinais oferecem índices de cura bastante satisfatórios

O uso de plantas medicinais era a única alternativa para os doentes na antigüidade. Atualmente, os medicamentos fitoterápicos movimentam milhões de dólares no mundo todo e já começam a ser aceitos pela medicina convencional. "Isso graças aos resultados científicos que o remédio fitoterápico tem apresentado", diz Eloisa Pimentel, médica sanitarista e homeopata. Ela adianta que em algumas patologias o tratamento com recursos naturais tem alcançado um índice de cura entre 65% e 85%. "É um ótimo resultado se considerados os padrões e as condições de vida do brasileiro", diz.

Eloisa é médica de um Centro de Saúde Campinas. A cidade tem, segundo ela, uma lista de aproximadamente 400 pacientes que são tratados com medicamentos fitoterápicos distribuídos pela Prefeitura. O fornecimento é feito por meio de convênio com a farmácia de manipulação. São exigidos a identificação da espécie do cultivo e/ou procedência da tintura, além de laudos de análise de qualidade. Pelo sistema atual, a prescrição desses medicamentos é feita por médicos, dentistas e enfermeiras.

O Brasil é, possivelmente, um dos países que detêm maior número de plantas medicinais. Em Campinas, por exemplo, um dos mais importantes centros de pesquisa na área é o CPQBA da Unicamp, que desenvolve variados medicamentos.

Fitoterápicos mais utilizados

Aloe vera (gel) — Creme ou gel indicado para queimaduras
Arnica montana (flores) — Creme ou gel tintura, para contusões e dores musculares
Calendula officinalis (flores) — Creme ou gel e tintura, para lesões de pele
Chamomila recutita (flores) — Chá antiinflamatório e anti-espasmódica
Malva sylvestris (folhas) — Chá antisséptico
Maytenus ilicifolia (folhas) — Chá, para úlceras e gastrites
Mikania glomerata (folhas e talos) — Xarope a 10%, para tosse e broncodilatador
Passiflora alata (folhas) — Chá, para insônia e ansiedade
Phyllanthus niruri (planta) — Chá, litíase renal.


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