Edição nº 560

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Jornal da Unicamp

Baixar versão em PDF Campinas, 06 de maio de 2013 a 12 de maio de 2013 – ANO 2013 – Nº 560

Tadeu prega diálogo e reafirma
compromisso com propostas

Reitor defende a pluralidade e o respeito
ao contraditório em solenidade de posse


A reafirmação dos compromissos assumidos em seu programa de gestão e a defesa da pluralidade, do diálogo, do respeito ao contraditório e da democracia deram o tom do discurso do reitor José Tadeu Jorge, durante a solenidade de posse realizada na noite do último dia 30 de abril, no Centro de Convenções da Unicamp. Ao falar às autoridades e ao público presente, Tadeu Jorge considerou que a emoção de assumir o cargo pela segunda vez é diferente da primeira, mas mais intensa. “Assim como são significativamente maiores as responsabilidades desta vez”, ponderou. O reitor esteve acompanhado pelo coordenador geral, Alvaro Penteado Crósta, e por quatro pró-reitores: Gláucia Maria Pastore (Pesquisa), Teresa Dib Zambon Atvars (Desenvolvimento Universitário), Luís Alberto Magna (Graduação) e Ítala Maria Loffredo D’Ottaviano (Pós-Graduação). O pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários, João Frederico da Costa Azevedo Meyer, não pôde comparecer em razão do falecimento do pai.

A assembleia universitária que deu posse a Tadeu Jorge foi presidida pelo secretário adjunto do Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, Luiz Carlos Quadrelli, que representou o governador Geraldo Alckmin. O reitor foi conduzido à mesa de autoridades pelos professores Mohamed Habib e Daniel Pereira, que foram pró-reitores durante a sua primeira gestão. A entrada do reitor no auditório foi saudada com aplausos pelo público, constituído por estudantes, funcionários, professores e convidados.

Depois de empossar Tadeu Jorge e entregar-lhe a insígnia da Unicamp, Quadrelli destacou os diversos indicadores da instituição, lembrando que ela é uma das mais importantes escolas de ensino superior ibero-americanas, com destacada produção científica e tecnológica. “Temos certeza de que o novo reitor e sua equipe terão a oportunidade de ampliar os conhecimentos gerados na Unicamp, de modo a contribuir para o desenvolvimento científico e tecnológico do Estado, em sintonia com os interesses da população”, afirmou, acrescentando que Tadeu Jorge tem experiência e qualificação suficientes para conduzir com competência os destinos da instituição.


O prefeito de Campinas, Jonas Donizette, enfatizou a importância da Universidade não apenas para Campinas, mas para o país. “Em relação a Campinas, a Unicamp causa diversos impactos positivos. A Universidade tem contribuído, por exemplo, para atrair investimentos para a cidade, uma vez que diversas empresas, principalmente na área de tecnologia, querem se instalar num local que ofereça recursos humanos altamente qualificados”, disse. O prefeito também falou sobre a amizade que mantém com Tadeu Jorge, consolidada por ocasião da sua atuação como deputado estadual. Na época, Jonas Donizette trabalhou para que a Unicamp conseguisse junto ao governo do Estado as verbas necessárias à implantação do novo campus de Limeira.

Por fim, o prefeito de Campinas fez menção à tradição de cooperação entre a Universidade e o município. Jonas Donizette lembrou que ele próprio buscou na Unicamp valores para compor a sua administração. Citou nominalmente o secretário de Saúde, Cármino Antonio de Souza, que é professor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM). “Espero estreitar ainda mais essa colaboração. No ano que vem, o Bosque dos Jequitibás completará 115 anos. Vamos propor uma parceria com a Unicamp para promover um levantamento das espécies vegetais daquela área verde. Além disso, estaremos abertos a outras ações conjuntas com a Unicamp. Campinas tem muitas coisas positivas, mas também grandes desafios a serem superados. Esperamos contar com o apoio da Universidade para executar políticas públicas que beneficiem a população”.

Falando em nome do ex-reitor Fernando Ferreira Costa, que estava em viagem ao exterior, o ex-pró-reitor de Pós-Graduação, Euclides de Mesquita Neto, saudou o novo reitor e sua equipe e desejou felicidade à nova gestão. Mesquita Neto leu um texto enviado por Fernando Costa, no qual o ex-reitor considerou que a Unicamp “estará em ótimas mãos nos próximos anos”. Integrantes das entidades representativas dos estudantes de graduação e pós-graduação, professores e funcionários também tiveram oportunidade de falar aos presentes.

Ao reafirmar a disposição de executar os compromissos firmados no programa de gestão, Tadeu Jorge salientou que todos serão cumpridos integralmente. “Não há nenhum deles que seja inviável, nada foi colocado com intenções eleitoreiras e, tranquilizem-se, não vamos colocar a Universidade em risco em momento algum”. O reitor agradeceu a confiança que a comunidade universitária depositou em suas propostas. “Estejam certos de que nós, eu, Alvaro e toda a equipe, nos dedicaremos intensamente para fazer com que nossa Universidade tenha todas as condições necessárias de se tornar melhor a cada dia”.

Em seu discurso, Tadeu Jorge fez questão de se referir, ainda, ao trabalho realizado por todos os reitores da Unicamp. Três deles, Carlos Vogt, Carlos Henrique de Brito Cruz e Hermano Tavares, compunham a mesa de autoridades. Conforme o reitor, todos se mantiveram fiéis ao projeto original da Universidade, idealizado pelo seu fundador, o professor Zeferino Vaz. Desde os primórdios, Zeferino se preocupou em imprimir extrema qualidade às atividades desempenhadas pela Unicamp, seja pela contratação dos melhores docentes em cada área do conhecimento, vários deles recrutados no exterior, seja por meio da associação entre ensino e pesquisa. “Graças a essa tradição é que a Unicamp se transformou no que ela é hoje, completou Tadeu Jorge”.

Também participaram da mesa de autoridades o secretário de Transportes Metropolitanos do Estado e professor da Unicamp, Jurandir Fernandes; o comandante da 11ª Brigada de Infantaria Leve, general José Eduardo Pereira; o secretário de Desenvolvimento Metropolitano do Estado, Edmur Mesquita; o presidente da Câmara de Vereadores de Campinas, Campos Filho; o vice-reitor da USP, Julio Cezar Durigan; o diretor do Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer, Victor Mammana; o pró-reitor de Administração da Unesp, Carlos Antonio Gamero; o vice-prefeito de Limeira, Antonio Carlos Lima; o prefeito de Itupeva, Ricardo Bocalon; e o presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), José Tadeu da Silva.

Leia a íntegra do discurso de posse do novo reitor


Quando, há pouco mais de quatro anos, encerramos nossa gestão e fizemos neste mesmo local os agradecimentos à comunidade da Unicamp, jamais poderíamos imaginar o momento atual. A vida nos conduz e o desenrolar dos acontecimentos nos trouxe de volta. Não com as mesmas propostas, não para concluir o inacabado, nem mesmo para aperfeiçoar o já estabelecido. O dinamismo da nossa universidade nos coloca diante de novos e expressivos desafios. E a experiência adquirida nos permite constatar que importantes ações passaram despercebidas, algumas necessitavam de uma diferente configuração de apoio político para serem viabilizadas e outras eram ainda prematuras para serem implementadas no contexto existente.

Estamos, portanto, diante de um novo programa de gestão. Elaborado a partir da comunidade e pela comunidade. Reflete, por consequência, as necessidades e os anseios de professores, pesquisadores, funcionários e estudantes. “A Unicamp de todos os saberes” é sinônimo absoluto de pluralidade, diversidade, liberdade intelectual, respeito ao contraditório, diálogo, democracia, institucionalidade e humanismo. Refere-se aos saberes presentes no interior da universidade, em todos os seus segmentos, suas áreas, seus níveis hierárquicos e de formação. Mas, diz respeito, também, ao retrato social brasileiro e suas carências. Define o compromisso de uma universidade pública com quem a financia, a sociedade, e coloca, necessariamente, nossas atividades fim em sintonia com a produção do conhecimento e a sua disseminação em benefício da qualidade de vida e da justiça social.

Reafirmamos todos os pontos colocados em nosso programa. Todos serão cumpridos integralmente. Não há nenhum deles que seja inviável, nada foi colocado com intenções eleitoreiras e, tranquilizem-se, não vamos colocar a universidade em risco em momento algum.

Queremos enfatizar alguns dos compromissos assumidos em “A Unicamp de todos os saberes”. Nossa universidade foi pioneira em estabelecer o tema inclusão no acesso aos cursos de graduação. O Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (PAAIS) caminha para completar dez anos, criando condições melhores para que estudantes da escola pública de ensino médio e autodeclarados negros ou indígenas ingressem na Unicamp. Já comprovamos que os ingressantes pelo programa possuem excente aproveitamento acadêmico, demonstrando a manutenção da qualidade dos estudantes recebidos graças aos pontos concedidos. Mais recentemente o Programa de Formação Interdisciplinar Superior (ProFIS) acrescentou nova sistemática com foco nos alunos da escola pública. São demonstrações inequívocas do interesse em aproximar a universidade das necessidades sociais. Devemos intensificar essas ações, aperfeiçoá-las e agregar novas sistemáticas, que viabilizem o crescimento da inclusão em nossos cursos de graduação.

Importante lembrar do conjunto de propostas voltadas à pós-graduação, à pesquisa e às relações com a sociedade (extensão, assistência e produção cultural), mantendo a Unicamp fiel ao modelo de universidade que a alçou ao patamar qualificado em que se encontra. Equilíbrio e planejamento serão, certamente, palavras fundamentais ao longo da gestão.

No âmbito interno é inadiável proceder à revisão dos nossos Estatutos. Ultrapassados, datam originalmente de 1966, trazem, ainda, resquícios da ditadura e do autoritarismo, há um bom tempo, felizmente, incompatíveis com a realidade brasileira. Dispositivos estatutários não podem permitir que a vontade do administrador imponha-se aos direitos estabelecidos e devem eliminar a existência de julgamentos por concessão da autoridade e não por demonstração de mérito e justiça. Os Estatutos estão longe de contemplar a realidade institucional da Unicamp, motivo pelo qual muitas vezes dificultam as decisões e criam situações de morosidade inaceitáveis em uma instituição onde a agilidade é essencial para o trabalho a ser desenvolvido.

Reiteramos nossa disposição de, ao lado do Conselho Universitário, atuar pelo aperfeiçoamento da representação institucional e, em seu âmbito, o respeito à divergência, à liberdade de expressão e à organização. Mesmos princípios e conceitos que nortearão nosso relacionamento com as entidades sindicais, Adunicamp e STU, e com o DCE. Almejamos dispositivos duradouros para que o diálogo, ainda que em meio a impasses, jamais se esgote e que a civilidade o presida em todas as circunstâncias.

Ressaltamos as propostas constantes em nosso programa para tornar a Unicamp plenamente acessível, tanto no que diz respeito à infraestrutura física, quanto na comunicação eficiente com surdos e cegos.

Merecem destaque as ações propostas para a questão ambiental nos diversos campi, para a melhoria da qualidade de vida da nossa comunidade e para a qualificação dos programas educativos da Unicamp.

Antes de concluir, não poderíamos deixar de compartilhar algumas reflexões sobre o processo de escolha do reitor. Há mais de 25 anos, a Unicamp estabeleceu uma definição de como verificar a vontade da sua comunidade. Desde então, a fórmula prevista é aplicada para se conhecer o que a comunidade quer. Evidentemente, a ponderação empregada e as condições de aplicação podem ser questionadas, como de fato ocorre, entretanto, verifica-se ao longo de todo esse tempo o irrestrito respeito ao resultado obtido. A vontade da comunidade da Unicamp é aquela obtida pela aplicação da fórmula de cálculo. Os resultados, por serem matemáticos, são indiscutíveis. “A Unicamp de todos os saberes” venceu o primeiro turno e, não obtendo a maioria necessária, houve necessidade de segundo turno, pois o objetivo é saber sem sombras de dúvidas qual é a vontade da comunidade. Nova vitória. A terceira etapa é a elaboração da lista tríplice pelo Conselho Universitário. Foi surpreendente verificar que alguns colegas não aceitaram a vontade da comunidade, expressa pela sistemática vigente, a mesma que foi utilizada em alguns casos para elegê-los em suas unidades e levá-los a estarem no Conselho Universitário. A quarta etapa é a escolha do governador, historicamente tranquila no que diz respeito à Unicamp, até porque aqui é tradição os candidatos a reitor perderem a consulta respeitarem o resultado e reconhecerem como soberana a vontade da comunidade.

Nossos agradecimentos pela confiança depositada em nosso programa de gestão. Estejam certos de que nós, eu, Alvaro e toda equipe nos dedicaremos intensamente para fazer com que nossa universidade tenha todas as condições necessárias para se tornar melhor a cada dia.

Primeiro escalão é homologado pelo Consu


O Conselho Universitário da Unicamp (Consu), órgão máximo de deliberação da Universidade, homologou no último dia 30, em reunião extraordinária, os nomes do coordenador-geral da Universidade, professor Alvaro Crósta, e da equipe de pró-reitores indicada pelo reitor José Tadeu Jorge. Todos foram empossados durante a sessão.

O professor João Frederico da Costa Azevedo Meyer, professor titular do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc), continua na Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac). Os outros pró-reitores são os seguintes: Graduação – Luís Alberto Magna, professor titular do Departamento de Genética Médica da Faculdade de Ciências Médicas (FCM); Pós-Graduação – Ítala Maria Loffredo D’Ottaviano, professora titular do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) e coordenadora do Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa (Cocen) da Unicamp na gestão anterior; Pesquisa – Gláucia Maria Pastore, professora titular da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), da qual foi diretora; e Desenvolvimento Universitário – Teresa Dib Zambon Atvars, professora titular no Instituto de Química (IQ) e ex-pró-reitora de Pós-Graduação.

Durante a reunião, o reitor também anunciou o nome do professor Paulo Cesar Montagner para o cargo de chefe de gabinete. Montagner é ex-diretor da Faculdade de Educação Física (FEF) e vinha atuando como diretor da Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp). Ele assumirá o cargo no lugar do professor José Ranali, professor titular da Faculdade de Odontologia (FOP), que vinha desempenhando a função nas duas últimas gestões.