Conteúdo principal Menu principal Rodapé
Notícias

Unicamp lança seu primeiro Plano de Logística Sustentável

Evento também marcou a abertura de edital para projetos de sustentabilidade e seminário para tratar do tema

A Diretoria Executiva de Planejamento Integrado (Depi) da Unicamp lançou, nesta quinta-feira (23), seu primeiro Plano de Logística Sustentável (PLS), durante o seminário “Sustentabilidade em Universidades: Gestão e Indicadores”, no Centro de Convenções, com transmissão ao vivo pelo YouTube. Durante o evento, também foi lançado o Plano de Ações Estratégicas em Sustentabilidade, com a abertura do edital que contempla projetos de sustentabilidade com recursos da ordem de R$ 1 milhão anuais.

O seminário teve a participação da assessora-chefe do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Ketlin Feitosa, cuja atuação nas últimas décadas baseou a elaboração do PLS da Universidade, de acordo com Thalita dos Santos Dalbelo, coordenadora de Sustentabilidade da Depi.

Feitosa fez a palestra de abertura do seminário e falou das diversas dimensões da sustentabilidade. “Pensamos imediatamente na dimensão ambiental quando falamos em sustentabilidade, mas é mais do que isso. Estamos falando de sustentabilidade econômica, social, previdenciária, tributária. É crucial, hoje, conseguirmos entender o potencial dessa ferramenta administrativa [o Plano de Logística Sustentável], não apenas como um raio-x dos nossos consumos e gastos. Precisamos entendê-lo como diretriz”, afirmou a assessora do STJ.

Também participaram como palestrantes convidados os professores Márcio Pochmann, presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e Jurandir Zullo, pesquisador do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp.

A assessora-chefe do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Ketlin Feitosa foi uma das convidadas para proferir palestra no seminário "Sustentabilidade em Universidades: Gestão e Indicadores"
A assessora-chefe do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Ketlin Feitosa foi uma das convidadas para proferir palestra no seminário “Sustentabilidade em Universidades: Gestão e Indicadores”

Urgência

“Falta de planejamento mata, como estamos vendo agora na catástrofe do Rio Grande do Sul”, disse o diretor-executivo da Depi, Douglas Galvão, na mesa de abertura do seminário. Ele destacou o pioneirismo da Unicamp nas ações de sustentabilidade, mas apontou uma demanda: maior engajamento, especialmente dos estudantes. “O que achávamos que seria uma questão para nossos filhos e netos, agora acelerou”, concluiu.

Roberto Donato, assessor do gabinete, também reforçou a urgência da pauta da sustentabilidade, cujo conceito tem se transformado nos últimos anos. De acordo com o professor Henrique Nogueira de Sá Earp, assessor docente da Depi que compôs a mesa de abertura, a Unicamp já superou os desafios da sistematização e da priorização. “Os projetos estão acontecendo, espalhados pela Universidade, atendendo suas diversas demandas.”

O coordenador do projeto Campus Sustentável, professor Luiz Carlos Pereira da Silva, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC), reafirmou a consolidação das iniciativas e lembrou que o Campus Sustentável existe há oito anos. “Temos recursos humanos competentes, recursos financeiros orçamentários e extraorçamentários e hoje já produzimos 7% do total da energia consumida no campus, com planos de chegarmos a 20%. Ainda assim, temos muita coisa a fazer”, destacou.

Seminário

Pochmann abordou a fragmentação dos dados no Brasil. “Estamos trabalhando a ideia de um sistema nacional de integração, num conjunto que permita utilizá-los [os dados] para a política pública”, afirmou. Segundo o presidente do IBGE, a instituição está promovendo encontros para debater essa questão com o objetivo de elaborar um projeto de lei, “para que possamos olhar o todo, e não a parcialidade dos dados”.

Ele falou também sobre a importância de se discutir o futuro do país, porque “para quem não sabe para onde ir, qualquer vento serve”. E fez o alerta: “Estamos todos circunscritos na emergência”, mencionando também as inundações do Rio Grande do Sul. “Há 650 mil pessoas afetadas, cerca de 100 mil estão morando em abrigos.” O professor defende que o Brasil precisa recuperar a identificação de que pode estar no centro do mundo. “O IBGE divulgou há cerca de um mês o atlas geográfico, onde resolvemos colocar o Brasil no centro do mapa-múndi, uma vez que o país preside hoje o G20. Não podemos perder essa clareza de que o Brasil pode ser muito melhor do que é.”

O seminário foi encerrado, no período da tarde desta quinta-feira, com uma fala de Zullo sobre os mais de 40 anos de atuação do Cepagri e sobre como as mudanças climáticas também mudaram as atividades de pesquisa. “Os pesquisadores do Cepagri passaram a trabalhar com muitos modelos diferentes de incidência de chuva, por exemplo. Hoje temos perspectivas de novas ações, porque as demandas mudaram.”

A coordenadora de Sustentabilidade da Depi, Thalita Dalbelo: edital irá disponibilizar recursos no valor de R$ 1 milhão para o desenvolvimento de projetos sustentáveis, que não devem envolver obras
A coordenadora de Sustentabilidade da Depi, Thalita Dalbelo: edital irá disponibilizar recursos no valor de R$ 1 milhão para o desenvolvimento de projetos sustentáveis, que não devem envolver obras

Edital para projetos de sustentabilidade

O edital lançado nesta quinta-feira para a submissão de projetos de sustentabilidade é aberto a toda a comunidade – estudantes, professores e servidores. As propostas serão avaliadas por um comitê e organizadas em cinco categorias: Água e Energia; Mudanças Climáticas; Resíduos; Mobilidade; Ensino e Pesquisa; Infraestrutura e Meio Ambiente. Anualmente, serão disponibilizados recursos no valor de R$ 1 milhão para o desenvolvimento de projetos sustentáveis, que não devem envolver obras.

Objetivos gerais e específicos do PLS

Segundo Dalbelo, o objetivo principal do PLS é estabelecer estratégias, definindo objetivos, critérios e práticas de sustentabilidade nas dimensões econômica, social, ambiental e cultural. Entre os objetivos específicos, estão a inclusão de critérios socioambientais e direitos humanos nos processos gerais de contratações; a promoção de práticas de sustentabilidade socioambiental no uso e gestão de materiais e serviços considerando atributos de qualidade, eficiência, durabilidade e combate ao desperdício; o monitoramento e a avaliação das medidas implementares; a divulgação cotidiana e institucional das ações de sustentabilidade na Unicamp; o incentivo à realização de pesquisas voltadas à sustentabilidade institucional; e a promoção de qualidade de vida à comunidade universitária.

Ir para o topo