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Estudantes indígenas terão novo percurso formativo na Unicamp

Proposta para mudança no programa específico para alunos selecionados pelo Vestibular Indígena foi aprovada pela Cepe

A partir de 2025, estudantes indígenas que ingressarem na Unicamp vão começar as atividades acadêmicas por meio de um novo percurso formativo. Os alunos integrarão um programa de formação com duração de dois semestres e, depois de habilitados pelo programa, iniciarão o curso para o qual foram aprovados no Vestibular Indígena. A proposta foi aceita pela Câmara de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Universidade na manhã desta terça-feira (7).

O novo percurso será conhecido como Programa Formativo Intercultural para Ingressantes pelo Vestibular Indígena (ProFIIVI). Divide-se em oito currículos distribuídos em quatro áreas: Artes, Ciências Biológicas e Profissões de Saúde, Ciências Humanas e Ciências Exatas, Tecnológicas e da Terra. Os responsáveis pelo ProFIIVI reforçam que a matrícula do estudante no curso de graduação estará condicionada ao integral cumprimento e aprovação no programa.

Jeovane Lima, da etnia Tariano, graduou-se no curso de Midialogia foi o segundo estudante indígena formado pela Unicamp
Jeovane Lima, da etnia Tariano, graduou-se no curso de Midialogia foi o segundo estudante indígena formado pela Unicamp

O Pró-Reitor de Graduação da Unicamp, professor Ivan Toro, explica que o aluno ingressará na carreira que escolheu exatamente como ocorre hoje. “A diferença é que ele fará um percurso formativo novo. Terá disciplinas gerais comuns a todos os cursos nas áreas de Exatas, Biológicas, Humanas e Artes e algumas matérias específicas da área do curso escolhido”, afirma. Segundo Toro, o objetivo é diminuir a evasão. “Assim, acreditamos que poderemos devolver esse estudante como um profissional para a sua comunidade.” 

Haverá contratação de professores especificamente para esse programa. “Teremos um núcleo que cuidará muito melhor deste estudante durante seu primeiro ano, que é o da formação. Apostamos que, daqui a cinco anos, formaremos um número de alunos indígenas muito maior do que hoje”, estima o pró-reitor.

O grupo coordenador do Programa acredita que o percurso formativo indígena é produto de aprimoramento contínuo e de um processo construído de maneira coletiva, lembrando ainda que se trata de uma complementação de estudos. Para os gestores do ProFIIVI, o objetivo central é fazer com que a permanência de discentes indígenas na Unicamp seja mais acolhedora e que permita sucesso acadêmico.

Ivan Toro, Pró-Reitor de Graduação: "Apostamos que, daqui a cinco anos, formaremos um número de alunos indígenas muito maior"
Ivan Toro, Pró-Reitor de Graduação: “Daqui a cinco anos, formaremos um número de alunos indígenas muito maior”

Vestibular
No Vestibular Indígena 2024, a Unicamp ofereceu 130 vagas para estudantes indígenas. Foram realizadas provas em Campinas e outras cinco cidades − Campo Grande (MS), Recife (PE), Santarém (PA), São Gabriel da Cachoeira (AM) e Tabatinga (AM). A Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) registrou 3.350 inscritos nessa edição, que, pela terceira vez, foi unificada entre a Unicamp e a UFSCar. A Universidade recebeu a primeira turma de estudantes indígenas em fevereiro de 2019. Naquela oportunidade, foram 611 inscritos, que concorreram a 72 vagas.

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