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Parte de monumento da Praça Central, legado de Zeferino Vaz, integrará novo memorial

Obelisco e pedras foram instalados em área de convivência construída atrás da Secretaria Executiva de Comunicação

Inaugurada em 1978, a escultura, em formato de pirâmide, feita de grandes pedras e erigida no centro de um lago artificial, na Praça Central (onde fica o Ciclo Básico), foi levada, em parte, até um novo espaço, situado atrás da SEC, nas proximidades da Fecfau, da FE e do Laboratório Plasma

Inaugurada em 1978, a escultura, em formato de pirâmide, feita de grandes pedras e erigida no centro de um lago artificial, na Praça Central (onde fica o Ciclo Básico), foi levada, em parte, até um novo espaço, situado atrás da SEC, nas proximidades da Fecfau, da FE e do Laboratório Plasma

Parte do monumento de quase cinco décadas que nasceu de um plano do ex-reitor e fundador da Unicamp, professor Zeferino Vaz, para retratar a Universidade como uma fonte de propagação do conhecimento, vai se transformar em um memorial. A nova área deve ser entregue oficialmente à comunidade no dia 15 de abril e conterá, além de elementos daquela obra, um totem com quatro painéis contando a história da edificação (incluindo uma galeria de fotos que retrata o trabalho de remoção da antiga estrutura e montagem da atual). O projeto paisagístico, executado pela Prefeitura Universitária, foi idealizado pelo arquiteto Antonio Luís Tebaldi Castellano, da Coordenadoria de Projetos (CProj) da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (Fecfau).

Inaugurada em 1978, a escultura, em formato de pirâmide, feita de grandes pedras e erigida no centro de um lago artificial, na Praça Central (onde fica o Ciclo Básico), foi levada, em parte, até um novo espaço, situado atrás da Secretaria Executiva de Comunicação (SEC), nas proximidades da Fecfau, da Faculdade de Educação (FE) e do Laboratório Plasma. A pirâmide, no centro da qual havia um pivô de concreto armado (de cerca de 35 toneladas), possuía 8 metros de altura, 8 metros de largura na base e 40 centímetros de diâmetro no topo. Esse pivô central, em formato de obelisco e dentro do qual há um tubo de metal galvanizado por onde jorrava água, escondia-se atrás das grandes pedras – algumas delas com 1,20 metro de diâmetro. A água saindo da estrutura formava o lago artificial, de 50 metros de diâmetro.

Concebido pelo arquiteto João Carlos Bross, Castellano explica que o Plano Urbanístico do campus de Barão Geraldo (Campinas) tem a Praça Central como um elemento basilar. Para a praça, convergem as ruas e quadras das diferentes unidades de ensino. O arquiteto conta que Bross conversava regularmente com Zeferino sobre a importância da vivência universitária. Por conta disso, passaram a buscar um tipo de ocupação da praça capaz de permitir o que Bross chamou à época de “fricção social”. E foi pensando nisso que surgiu a ideia da Praça Central como um espaço gerador de convivência e troca de experiências. “Segundo a concepção deles, o ensino, a produção de conhecimento e a sua guarda ocorriam, sem dúvida, nas salas de aula, nos laboratórios e nas bibliotecas. Porém avaliavam que a convivência universitária e os relacionamentos sociais, que marcam tão profundamente as pessoas nos seus cinco ou seis anos da formação, ocorrem não naqueles lugares, mas, sim, nos espaços externos, nos pátios, praças e áreas livres”, explica Castellano.

O arquiteto Antonio Luís Tebaldi Castellano, da Coordenadoria de Projetos (CProj) da Fecfau: monumento tem um valor simbólico muito grande para a Unicamp

O arquiteto Antonio Luís Tebaldi Castellano, da Coordenadoria de Projetos (CProj) da Fecfau: monumento tem um valor simbólico muito grande para a Unicamp

Em 2011, então, a reitoria encomendou à CProj um programa de requalificação da obra, que, àquela altura, havia perdido a função original e sofria um profundo processo de deterioração. Os arquitetos encarregados desse projeto de requalificação – Castellano e Flávia Brito Garboggini – propuseram a remoção da escultura e a construção de um outro monumento no local, reforçando a ideia de resgate da importância simbólica daquele espaço.

Em meados do ano passado, Castellano voltou ao tema e começou a trabalhar pela recuperação do monumento como forma de resgatar a memória daquele período da Universidade. “Esse monumento tem um valor simbólico muito grande para a Unicamp, sabe”, argumenta o arquiteto. “Com a retomada do projeto, a gente está resgatando uma parte importante da Universidade, além de fazer um pouco de justiça com a história também.”

“É muito importante manter a memória da Universidade”, disse o reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles. “O Zeferino foi uma pessoa que marcou de maneira muito forte a nossa história. Ele foi essencial na fundação da Unicamp, bem como em outros aspectos da Universidade, como a força da pesquisa e a ligação entre pesquisa e ensino. Portanto é importante resgatar e manter essa história”, acrescentou.

Meirelles conta ter tido uma experiência marcante em sua viagem recente à China. “Uma das coisas que mais me impressionaram foi o fato de todas as universidades que conhecemos terem um museu dedicado à sua própria história. A gente, às vezes, dá pouco valor a isso, mas isso é importante para cada vez mais consolidarmos uma instituição forte e autocrítica”, afirmou o reitor.

O prefeito da Unicamp, Juliano Finelli: perpetuar a memória
O prefeito da Unicamp, Juliano Finelli: perpetuar a memória

A instalação do memorial coincide com o desenvolvimento, na Unicamp, do Projeto Rede de Espaços de Alimentação e Convívio (Preac) – executado pela Prefeitura Universitária. O Preac prevê a instalação de novos equipamentos para alimentação, mas não apenas isso. Ao lado de cada um desses equipamentos, haverá a abertura de novos espaços de convívio.

“O objetivo do Preac não é apenas oferecer alimentação adequada e de qualidade à comunidade, com segurança para o empreendedor, mas também abrir possibilidades de convívio entre as pessoas e estimular a interação entre servidores, professores, estudantes e visitantes. Buscamos o que chamamos de fricção social”, disse o prefeito do campus, Juliano Finelli. “O projeto da revitalização do monumento vem consolidar essa concepção do Preac”, afirma.

“É muito importante para a Universidade perpetuar a memória, em especial a sua própria história. Vivemos um período em que a história vem sendo esquecida. Considero, no entanto, de extrema importância resgatar o monumento que deu origem a um marco histórico da Universidade. Trata-se de um símbolo, até mesmo de resistência, porque atravessou o tempo e agora a gente consegue devolvê-lo à comunidade”, disse Finelli.

O prefeito conta que, na construção do memorial, foram reaproveitados os três principais elementos que compunham o monumento original – o pivô central de concreto e as pedras e os paralelepípedos que circundavam o espelho d’água. O novo espaço, diz ele, também garante a inclusão. “O piso terá concreto liso para escoamento mais fácil de cadeiras de roda, por exemplo. E as laterais foram montadas com bloquetes para orientar melhor os deficientes visuais”, revela.

O trabalho de recuperação e montagem do novo monumento durou cerca de nove meses.

Na construção do memorial, foram reaproveitados os três principais elementos que compunham o monumento original – o pivô central de concreto e as pedras e os paralelepípedos que circundavam o espelho d’água

Na construção do memorial, foram reaproveitados os três principais elementos que compunham o monumento original – o pivô central de concreto e as pedras e os paralelepípedos que circundavam o espelho d’água
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