Leia nesta edição
Capa
Formação continuada
Queijo de melhor qualidade
Alexandre Eulalio
Artigo: Clarice à flor da pele
De olhos (bem) abertos
Nas bancas
Atraso colonial
Painel da Semana
Oportunidades
Teses
Livro da semana
Unicamp na Mídia
Portal Unicamp
Prevenção de câncer
Primeiro movimento
 


2

Primeira etapa, que começa dia 26 de
setembro, terá duração de quatro meses

IEL inicia curso de formação
continuada dirigido a
professores de redes municipais

JEVERSON BARBIERI


A professora Angela Kleiman, coordenadora do projeto: "A vocação do IEL é a formação de professores" (Foto: Antoninho Perri)No próximo dia 26 de setembro, o Centro de Formação de Professores do Instituto de Estudos da Linguagem (Cefiel) da Unicamp dará início à primeira etapa de cursos voltados à formação de professores do ensino fundamental e de professores indígenas, das redes municipais de ensino do estado de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Serão oito cursos envolvendo as áreas de Linguagem na Educação Infantil, Linguagem nas Séries Iniciais, Língua Portuguesa, Línguas Estrangeiras, Formação do Professor Indígena e Letramento Digital. Cada curso terá duração de quatro meses, com 80 horas de duração, distribuídas em 24 horas presenciais e 56 horas a distância. A coordenadora do Cefiel, professora Angela Kleiman, explica que esses cursos não são exclusivos para as prefeituras. “O estado de São Paulo tem outro programa de formação, o projeto Teia do Saber. Porém, gostaríamos muito de oferecer cursos também ao estado, até porque não há concorrência envolvida para professores das redes municipais de ensino. Assim como o Teia do Saber forma professores da rede estadual de ensino, os centros de formação de professores, elaborados pelo Ministério da Educação (MEC), atenderão os professores lotados nas prefeituras”, afirma ela.

Projeto mobiliza monitores e docentes

Angela esclarece que essa primeira etapa dos cursos será totalmente gratuita para as prefeituras. A partir daí, as prefeituras interessadas na formação de seus professores poderão contratar os serviços do Cefiel. “Essa primeira fase será totalmente custeada com recursos do MEC, porque se trata de cursos-piloto. A idéia do MEC é institucionalizar a formação continuada. A infra-estrutura que estamos construindo é para um centro que não acabe quando os recursos do MEC forem extintos. Teremos um investimento pelos próximos quatro anos e depois devemos continuar desenvolvendo esse projeto com recursos próprios”, disse.

Material didático – Em plena atividade desde o início desse ano, o Cefiel envolveu 52 monitores na elaboração e produção de material didático, todos alunos dos cursos de graduação e pós-graduação do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp. Além disso, dez professores, também do IEL, estão envolvidos no projeto. Angela ressalta que o trabalho do centro é produzir materiais didáticos e cursos para a formação dos professores. O próximo passo, segundo a coordenadora, que está em estágio de construção e considerado fundamental, é um site educacional do Cefiel. O objetivo é disponibilizar livremente a todo professor, conhecimentos sobre a linguagem, que são elementos necessários para exercer a profissão. “Durante esse ano, mais de 200 atividades já foram desenvolvidas pelos monitores e muitas delas comporão o conteúdo do site. Esse é o grande material didático que queremos ter”, comemora.

Para Angela, o Cefiel é um projeto de extensão para a comunidade e uma área considerada prioritária para a universidade. “A vocação do IEL é a formação de professores. Porém, não temos uma ação sistemática nessa área de formação e extensão para a comunidade. É uma excelente oportunidade, uma vez que surgiram solicitações de lugares remotos, longe de centros de produção de conhecimento como a Unicamp. Temos, por exemplo, solicitações do Pará e do Mato Grosso”, enfatiza.

Os cursos serão semi-presenciais e utilizarão o programa Tel-Educ, que é um ambiente educacional a distância criado na Unicamp. A sua utilização é considerada fundamental para um melhor aproveitamento. “Para facilitar o trabalho e a participação dos professores no processo de formação, produzimos um manual de utilização do Tel-Educ e também do Word, cujo objetivo é criar facilidades para o aluno, visando reduzir ao máximo a evasão dos cursos, muito comum em cursos a distância. Ao mesmo tempo em que usamos a ferramenta produzida pela universidade, estamos também fazendo o possível para divulgar um bom uso até para pessoas com pouquíssima experiência em microinformática”, conta Angela.

Para ela, áreas remotas do Brasil dificilmente terão um computador para acesso às aulas. Porém, esse é o futuro e daqui a dez anos esse quadro será diferente. “O estado de São Paulo é muito diferente, está em um outro patamar. Certamente não somos um centro voltado apenas para o estado de São Paulo, mas temos que olhar de perto ao nosso redor porque o problema da formação do professor é muito sério no nosso estado. A formação do professor, também em São Paulo, é muito precária”.

O ponto fundamental do projeto, de acordo com a coordenadora, é estabelecer, por um lado, uma relação de continuidade pela diversificação de cursos estabelecidos com as prefeituras e, por outro lado, a continuidade pela proposta de formação de grupos de estudos nas escolas, motivados pelos professores que fizerem os cursos. Para ela a leitura é base de tudo. “Do ponto de vista social, sem a leitura você fica restrito ao seu mundo sensorial e social imediato. Do ponto de vista cognitivo, é a atividade que envolve todas as faculdades mentais, a memória, a percepção, a atenção e a linguagem. E isso está ao alcance de todos, desde que haja ensino, desde que haja socialização da leitura e escrita. E esse é o nosso foco”, finaliza.

O Cefiel é um dos 19 centros integrantes da Rede Nacional de Formação Continuada de Professores de Educação Básica, do MEC, que abrangem cinco áreas prioritárias de formação, que são Alfabetização e Linguagem (5), Educação Matemática e Científica (5), Ensino de Ciências Humanas e Sociais (3), Artes e Educação Física (3), e Gestão e Avaliação da Educação (3).

Material didático elaborado pelo Cefiel

Na área de Linguagem na Educação Infantil
-A criança na linguagem: a fala, o desenho e a escrita

Na área de Formação do Professor Indígena
-O índio, a leitura e a escrita: o que está em jogo?
-Línguas indígenas precisam de escritores? Como formá-los?

Na área de Linguagem nas Séries Iniciais
-Meus alunos não gostam de ler: o que eu faço?
-Preciso ensinar o letramento? Não basta ensinar a ler e escrever?

Na área de Língua Portuguesa
-Multilinguismo, divisões da língua e ensino no Brasil
-Aprender a escrever (re)escrevendo
-O trabalho do cérebro e da linguagem: a vida e a sala de aula

Na área de Línguas Estrangeiras
Línguas estrangeiras no Brasil: história e histórias

Cursos e número de inscritos
-Linguagem na Educação Infantil – 49 inscrições
-Letramento nas Séries Iniciais (1ª. a 4ª. Séries) – 51 inscrições
-Projetos para Formação de leitores (1ª. a 4ª. Séries) – 43 inscrições
-Diversidade, linguagem e ensino no Brasil (5ª. a 8ª. Séries) – 28 inscrições
-Escrita e Reescrita (5ª. a 8ª. Séries) – 31 inscrições
-A relação normal/patológico no ensino –
cérebro e linguagem (5ª. a 8ª. Séries) – 28 inscrições
-Ensino de Línguas Estrangeiras (5ª. a 8ª. Séries) – 15 inscrições
-Formação do Professor Indígena – 10 inscrições

SALA DE IMPRENSA - © 1994-2005 Universidade Estadual de Campinas / Assessoria de Imprensa
E-mail: imprensa@unicamp.br - Cidade Universitária "Zeferino Vaz" Barão Geraldo - Campinas - SP
Foto: Antoninho PerriFoto: Neldo CantantiFoto: Antoninho PerriFoto: Gustavo Miranda/Agência O GloboFoto: Antoninho Perri