| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 313 - 20 de fevereiro a 5 de março de 2006
Leia nesta edição
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Brasiléia II
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Vanguarda Paulista
Rediscutir a creatina
Face feminina na Internet
Flora Brasiliensis
 

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As várias faces femininas
na Internet

RAQUEL DO CARMO SANTOS

Eneida Esteves Martins Latham, lingüista: " Identidade fragmentada da mulher é levada também para o mundo virtual" (Foto: Divulgação)Saber como se constrói a identidade feminina nas páginas da Internet foi o objetivo da lingüista Eneida Esteves Martins Latham, na tese de doutorado Linguagem, Identidade e Gênero na comunicação mediada por computador: Um estudo de Web Pages pessoais de mulheres, defendida no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL). A questão abordada pela pesquisadora é se este meio eletrônico faz transparecer a identidade da mulher de forma fragmentada ou não. “No mundo real temos a mulher em suas várias facetas, como as de dona-de-casa, mãe, esposa, profissional e outras. No estudo pretendo mostrar que essa identidade é levada também para o mundo virtual”, explica.

Eneida Latham analisou 54 páginas pessoais de mulheres coletadas na Internet, todas brasileiras e sob escolha aleatória. Na perspectiva da análise do discurso, a pesquisadora estudou os diferentes discursos das mulheres: tradicionais, independentes ou contestadores. “Em uma mesma página podemos ver diferentes formas de linguagem”, esclarece. A maioria das páginas analisadas entra na categoria da apresentação pessoal junto aos internautas, com o objetivo de conhecer pessoas e ampliar o espectro social. Em alguns casos, a pesquisa constatou que existem várias páginas de uma mesma pessoa, o que significaria as suas facetas se desmembrando. “Não existe um único espaço para a mulher, a filha, a profissional, ou seja, o discurso de fragmentação é facilmente observado”, argumenta. Em cada uma das páginas se revela um lado da personalidade.

Parte da pesquisa baseia-se em estudos realizados na Inglaterra, onde Eneida Latham permaneceu por seis meses. Com base na produção extensa da lingüista inglesa Deborah Cameron, a pesquisadora tratou de analisar a identidade construída no discurso da visão pós-moderna, na perspectiva de gênero. Esta experiência trouxe para novo patamar as discussões sobre as identidades do mundo real e virtual. No Brasil, as pesquisas foram orientadas pelo professor Kanavillil Rajagopalan.

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