Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 242 - de 1º a 07 de março de 2004
Leia nessa edição
Capa
Artigo: crescimento e emprego
Trabalho: virado do avesso
Juniores: um grande negócio
Os melhores talentos
A vida acadêmica pulsando
Unicamp: ensino e pesquisa
Unicamp: do sonho à realidade
Biogás: potencial energético
Painel da semana
Unicamp na mídia
Oportunidades
Teses da semana
Estudantes latino-americanos
Histórias que estão no gibi
 

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Ensino conjugado à pesquisa
é uma das marcas da Unicamp
Unidades da Universidade concentram cerca de 15% de toda a pesquisa universitária brasileira

Estudante em laboratório do Instituto de Física: pesquisa em todos os campo

O campus da Unicamp em Campinas foi oficialmente instalado em 5 de outubro de 1966. Mesmo num contexto universitário recente, em que a universidade brasileira mais antiga ainda não tem 80 anos, a Unicamp pode ser considerada uma universidade jovem. Apesar disso, rapidamente ela conquistou forte tradição no ensino e na pesquisa científica e tecnológica. O projeto de instalação da Unicamp — realizado pelo parasitólogo Zeferino Vaz, seu fundador — veio responder à demanda crescente por pessoal qualificado numa região do país, o Estado de São Paulo, que já nos anos 60 detinha 40% da capacidade industrial brasileira e 24% de sua população ativa.

Até então o sistema de ensino superior do país estava voltado para a formação de profissionais liberais solicitados pelo processo de urbanização, como advogados, médicos e engenheiros civis. Zeferino era de opinião que o país precisava de uma universidade diferente, com ênfase na pesquisa conjugada ao ensino, e que mantivesse uma sólida vinculação com a sociedade e com o processo de desenvolvimento. Não por acaso o plano inicial da Unicamp privilegiou a consolidação dos institutos de ciências básicas (Física, Química, Matemática), orientando-os para projetos tecnológicos como lasers, comunicações ópticas e computação.

O projeto alargou-se em seguida em direção às carreiras da moderna engenharia — Elétrica, Mecânica, Química, Civil, de Alimentos e Agrícola. A área biomédica já estava, a essa altura, consolidada com os cursos de Medicina, Biologia e Odontologia, mais tarde acrescidos dos de Enfermagem e Educação Física. Os anos 70 viram o desenvolvimento das ciências humanas (Filosofia, Ciências Sociais, Economia, Lingüística, Letras). Nos anos 80 floresceram as artes e na década de 90 surgiram os cursos noturnos e cursos novos como os de Arquitetura e Ciências da Terra.
A instalação gradativa dessas unidades ao longo das primeiras três décadas não invalida, entretanto, que elas tenham emanado de um projeto coerente e único. Uma característica da Unicamp foi ter escapado à tradição de criação de universidades pela justaposição progressiva de cursos e unidades. Basta dizer que, antes mesmo de instalada, a Unicamp já havia atraído para seus quadros mais de 200 professores estrangeiros vindos de diferentes países e áreas do conhecimento, além de 180 brasileiros buscados nas melhores universidades do país.

Infra-estrutura – A Unicamp compreende hoje 20 unidades de ensino e pesquisa e um vasto complexo médico-hospitalar, além de uma série de unidades de apoio ao ensino e à pesquisa onde convivem cerca de 30 mil pessoas e se desenvolvem alguns milhares de projetos de investigação científica e tecnológica. Estão matriculados hoje em seus 58 cursos de graduação aproximadamente 12.600 alunos, dos quais 35% no período noturno, além de 13.466 outros matriculados em 115 programas de mestrado e doutorado — é a universidade brasileira com maior índice de alunos na pós: 52% de seu corpo discente —, 20% de outros estados e 5,5% do exterior. O número de vagas anualmente oferecidas na graduação ampliou-se expressivamente graças à criação dos cursos noturnos, uma antiga reivindicação da comunidade. Atualmente, das 2.810 vagas oferecidas em seu vestibular nacional, 885 são disponibilizadas para os cursos noturnos.

A qualidade da formação oferecida pela Unicamp tem muito a ver com a estreita relação que historicamente mantém entre ensino e pesquisa. Tem a ver também com o fato de que 90% de seus 1.800 professores atuam em regime de dedicação exclusiva. Isto significa que os docentes que vão às salas de aula são os mesmos que, nos seus laboratórios, desenvolvem as pesquisas que tornaram a Unicamp conhecida e respeitada. É natural, portanto, que o conhecimento acumulado com as pesquisas seja repassado aos alunos, muitos dos quais, aliás, delas participam.
Ao dar ênfase à investigação científica, a Unicamp parte do princípio de que a pesquisa é uma atividade social e freqüentemente também econômica. Daí a naturalidade de suas relações com a indústria, seu diálogo fácil com os organismos de fomento científico e sua rápida inserção no processo de produção de bens e serviços. Tal inserção começou já nos anos 70, com o desenvolvimento de pesquisas de alta aplicabilidade social como a digitalização da telefonia, o desenvolvimento da fibra ótica e suas aplicações nas comunicações e na medicina, os vários tipos de lasers hoje disponíveis no país, o chip nacional, os diversos programas tecnológicos para controle biológico de pragas agrícolas e outros.

Acrescente-se a estas (e às centenas de outras em andamento) um número notável de pesquisas no campo das ciências sociais e políticas, da economia, da educação, da história, das letras e das artes. Muitas dessas pesquisas não só estão voltadas para o exame da realidade brasileira como freqüentemente têm-se convertido em formas de benefício social imediato. No seu conjunto, estima-se que elas representem cerca de 15% de toda a pesquisa universitária brasileira.

De um modo geral, pode-se dizer que todas essas atividades que caracterizam a vida da Unicamp permeiam a vida do aluno do primeiro ao último semestre. Em muitos casos a atividade discente leva a um contato direto com a população, como nas artes e na medicina. Da pesquisa ele participa através dos inúmeros laboratórios de ensino existentes na Universidade, com a concessão, em muitos casos, de bolsas de iniciação científica. Mas pode participar também da produção e até da transferência de conhecimento ao se engajar numa das 13 empresas juniores em atividade no campus, muitas delas com uma folha de serviços já considerável à indústria ou ao setor público.

 

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‘Fiquei impressionada com o que vi’

A caloura Marília Gessa Rodrigues Domingues: participação na UPA foi fundamental na escolha

Marília Gessa Rodrigues Domingues, 18 anos, mora em Campinas, mas sonhava em cursar Letras na USP, em São Paulo. Em agosto de 2003, o Cursinho no qual ela estudava organizou uma caravana para participar do programa Unicamp de Portas Abertas (Upa), cujo objetivo foi apresentar aos estudantes do todo o país a estrutura e as atividades de ensino e pesquisa desenvolvidas na Universidade. Aqui, ela foi recepcionada pela professora Carmen Zink Bolognini, que a ciceroneou pelo Instituto de Estudos da Linguagem (IEL). “Mantive um contato muito interessante com os alunos veteranos e fiquei impressionada com o que vi e ouvi”, recorda, acrescentando que começou a repensar a sua preferência pela USP.

Concluídos os vestibulares, Marília foi aprovada direto na USP e na Unesp, mas ficou na lista de espera da Unicamp. “Embora eu desejasse inicialmente estudar na USP, eu me peguei triste por ter sido aprovada lá e não aqui. Quando finalmente fui chamada pela Unicamp, não tive dúvida em optar por ela”, afirma. De acordo com a estudante, a participação na UPA foi fundamental para orientar a sua escolha. “Foi uma oportunidade única para conhecer detalhes do ensino, da pesquisa e até mesmo da convivência entre os alunos e destes com os professores. Esse lado humanístico também pesou muito na minha decisão”, conta. Agora, a expectativa de Marília é que todas as informações que ela colheu se confirmem na prática. “De minha parte, estou convencida de que fiz a opção certa”.

Oriundo da escola pública, Rogério Rodrigues Lopes, 21 anos, tem uma grande expectativa em relação ao curso de Estatística, para o qual foi aprovado no último Vestibular. “A Unicamp é uma escola de renome. Isso é um indicativo de que o aluno tem que se dedicar aos estudos para ficar à altura do ensino que ela proporciona”, analisa. O estudante cursava Química na Universidade Federal de Santa Catarina, mas teve de trancar a matrícula porque não conseguia mais se manter financeiramente longe da família, que permaneceu em Campinas. Agora, próximo de casa, ele terá tranqüilidade para concluir o curso. “Estou ansioso para que as aulas comecem”, revela.

Ingressar na Unicamp equivale à realização de um sonho para Adriano Leme, 25 anos, morador de Cravinhos, cidade situada na região de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. De acordo com ele, que cumpriu o ensino médio em escola pública, passar no Vestibular da Universidade foi uma prova de superação pessoal. “Acredito que quem vem da escola pública tem, sim, que se dedicar em dobro para disputar uma vaga com quem estudou em escola particular”, avalia.

Na opinião de Adriano, os pontos fortes do ensino oferecido pela Unicamp são o estímulo à pesquisa e o esforço para a formação mais ampla do aluno. “Minha expectativa é que, a partir desses diferenciais, eu possa desenvolver melhor as minhas habilidades”, adianta o estudante, que cursará Engenharia Agrícola. Quem será colega de curso de Adriano é Elisandra Carina Amêndola, de 19 anos, moradora de Rio Claro, também no interior paulista. Feliz por ser caloura da Unicamp, ela revela que fez dois anos de cursinho para obter a aprovação no Vestibular. “Sei que a Unicamp é uma das melhores universidades do país. Espero poder desfrutar de todo esse potencial”, afirma Elisandra, que estudou em colégio técnico.

 

 

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