Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 242 - de 1º a 07 de março de 2004
Leia nessa edição
Capa
Artigo: crescimento e emprego
Trabalho: virado do avesso
Juniores: um grande negócio
Os melhores talentos
A vida acadêmica pulsando
Unicamp: ensino e pesquisa
Unicamp: do sonho à realidade
Biogás: potencial energético
Painel da semana
Unicamp na mídia
Oportunidades
Teses da semana
Estudantes latino-americanos
Histórias que estão no gibi
 

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Em busca dos melhores talentos
A Unicamp recebe, nesta semana, 2.810 novos alunos de graduação que ingressam numa universidade que para a maioria deles é sinônimo de excelência no ensino e na pesquisa. Nesta e nas três páginas seguintes, o Jornal da Unicamp procura mostrar um pouco do universo que os alunos vão encontrar. O JU publica também toda a programação da calourada.

MANUEL ALVES FILHO

O professor José Luiz Boldrini, pró-reitor de Graduação: “O conceito do voluntariado tem crescido e achamos importante aperfeiçoar essa atividade”

Os estudantes que estão ingressando na Unicamp encontrarão uma instituição empenhada em elevar ainda mais o seu nível de ensino, considerado um dos melhores da América Latina. O objetivo é continuar oferecendo uma educação ampla, que contribua para formar profissionais qualificados e cidadãos conscientes e comprometidos com o bem-estar da sociedade. O compromisso, que envolve o esforço de dirigentes, professores, alunos e funcionários, é reafirmado pelo pró-reitor de Graduação, professor José Luiz Boldrini, na entrevista que se segue. Na avaliação dele, a Universidade conta historicamente com alunos de excelente nível. Isso se deve, entre outros aspectos, à própria capacidade dos universitários, mas também à filosofia adotada pelo Vestibular, que tem buscado os melhores talentos onde eles estiverem. Conforme o pró-reitor, a despeito dos bons resultados alcançados até aqui pela Unicamp, ainda há espaço para melhorias. “Estamos discutindo alternativas nesse sentido”, adianta.


JU - O que faz a qualidade do aluno da Unicamp?
Boldrini – Em boa parte, essa qualidade se deve à própria capacidade dos estudantes. Mas também está relacionado com a qualidade do ensino e com o processo de seleção adotado pela Universidade, que tem buscado os melhores talentos onde eles estiverem. É claro que sempre há espaço para promover melhorias, e a instituição tem discutido alternativas nesse sentido. A comprovação no nível de excelência dos nossos alunos pode ser feita por meio do próprio desempenho que eles têm durante os cursos. A maior parte vai muito bem. O nosso índice de reprovação ou desistência, por exemplo, é inferior ao das demais universidades brasileiras.

JU - Ainda assim, o índice de evasão é considerado importante por parte da Universidade, não?
Boldrini – Sim, nós ainda o consideramos alto, embora este índice seja inferior ao das demais instituições de ensino superior do país e até ao de algumas universidades estrangeiras. Comparativamente, nosso desempenho é bom, mas acreditamos que ainda seja possível melhorá-lo.

JU - De quanto é o índice de evasão na Unicamp?
Boldrini – Está por volta de 20%, um pouco mais. No Brasil ou mesmo no exterior, esse percentual atinge 50% ou mais. Para se ter um termo de comparação, nos centros universitários internacionais de primeira ordem, há uma evasão vegetativa de 12% na média, que é o percentual de alunos que erram de carreira, evadem-se ou migram para outros cursos. A taxa de evasão registrada pela Unicamp é fruto, em particular, da qualidade dos alunos. Não é apenas mérito da Universidade.

JU - Que medidas a Unicamp tem adotado para reduzir ainda mais esse percentual?
Boldrini – São várias. Uma delas é a busca por um ensino cada vez melhor, o que por si só já reduz a evasão. Um dos motivos do abandono é o fato de o aluno não poder acompanhar as disciplinas. Nesse sentido, a Universidade tem procurado proporcionar novos conhecimentos aos seus estudantes ao longo do ano. A oferta de monitores, por exemplo, é uma medida importante para corrigir eventuais deficiências. Esse sistema de apoio conta com a participação dos estudantes de pós-graduação, o que amplia a qualidade das atividades.

JU - As vagas remanescentes também seriam um instrumento de combate à evasão?
Boldrini – Sem dúvida. As vagas remanescentes são utilizadas em duas circunstâncias. Num primeiro momento, nós estabelecemos um concurso interno justamente para permitir que o estudante seja remanejado para um curso em que ele se adapte melhor. Parte da evasão não é por deficiência, mas sim por causa da constatação de que a carreira escolhida inicialmente não era exatamente o que o aluno esperava. As vagas remanescentes servem, então, para promover essa readequação. A ação de trabalhar primeiro internamente ajuda a diminuir a evasão. As vagas restantes são ofertadas publicamente, servindo, por exemplo, para estudantes transferidos de outras universidades.

JU - Outros tipos de programas, que oferecem apoio financeiro e psicológico, também concorrem para aprimorar a qualidade do aluno e mantê-lo na Universidade, não?
Boldrini – Além de oferecer um ensino de qualidade e permitir a realocação para um outro curso, a Unicamp procura dar apoio em outros campos, como o financeiro e o psicológico. Assim, nós temos um conjunto grande de bolsas, como as de iniciação científica, trabalho, moradia e transporte. Como a gente observa que grande parte da desistência ocorre no primeiro ano, a instituição tem aumentado o esforço para divulgar essas oportunidades aos calouros, para que eles saibam que podem se valer delas. Muitas vezes, essa ajuda financeira pode significar a manutenção do estudante na Universidade. Além disso, parte da evasão ou da dificuldade de adaptação do estudante à vida acadêmica deve-se à sua distância da família. O Sappe [Serviço de Apoio Psicológico e Psiquiátrico ao Estudante] tem atuado na prevenção de problemas emocionais, por meio de palestras e outras atividades. A partir deste ano, estaremos trabalhando ainda mais fortemente estes aspectos.

JU - Voltando à questão da qualidade dos estudantes, um reflexo do bom nível do ensino na graduação é o trabalho desenvolvido pelas empresas juniores, não?
Boldrini – De fato, o sucesso das empresas juniores é um sintoma da qualidade do ensino na graduação. É claro que esses empreendimentos dependem do mercado. Mas os que encontraram espaço, estão consolidados. Isso significa que os alunos têm feito um bom trabalho. Empresas juniores de outras universidades que atuam nas mesmas áreas muitas vezes não apresentam um desempenho tão positivo. Eu acredito que a Unicamp tem de fato recrutado bons alunos e, por meio de um ensino de qualidade, tem conseguido formar excelentes profissionais.

JU - A isenção integral ou parcial do pagamento da taxa de inscrição ao Vestibular tem contribuído para universalizar o acesso à Unicamp?
Boldrini – Certamente. Este ano, nós ampliamos de maneira significativa o número de isenções integrais [4.592]. A medida é importante para atingir a população mais carente, principalmente os alunos oriundos da escola pública.

JU - A Unicamp afirma que não se preocupa em formar apenas o profissional, mas também o cidadão. Como isso é feito?
Boldrini – A Unicamp procura estimular o aluno a participar, por exemplo, de programas sociais. O conceito do voluntariado tem crescido e achamos importante aperfeiçoar essa atividade. Isso pode ser feito, entre outras maneiras, por meio da parceria com empresas, que têm compreendido cada vez mais a importância da responsabilidade social. Queremos fazer um trabalho em várias frentes e entendemos que é importante oferecer aos estudantes a chance de contribuir para a melhoria da comunidade onde eles estão inseridos. Entre outras razões, porque as empresas estão valorizando esse tipo de experiência no momento da contratação. As habilidades que as pessoas desenvolvem ao trabalhar com outros seres humanos são um diferencial importante no currículo e um valor fundamental para o resto da vida.

JU - Com base nesse repertório de medidas e programas adotados pela Unicamp, o que os calouros deste ano podem esperar da Universidade?
Boldrini – Bem, eles podem esperar o máximo esforço para que tenham uma boa educação. Para que tenham, além do aporte técnico específico de cada carreira, uma educação no sentido amplo; uma educação que ajude a formar cidadãos melhores e mais responsáveis. É importante que os estudantes que estão chegando saibam que podem contar com a Universidade não apenas no aspecto acadêmico, mas também no aspecto humano.

 

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Atividades integram calouros

Membros da Subcomissão de Recepção de Calouros: divulgação permanente dos projetos existentes na Unicamp

Este ano, os estudantes que estiverem ingressando na Unicamp serão recepcionados com uma série de eventos e atividades organizadas pelas Unidades de Ensino e entidades estudantis (confira programação). Várias dessas iniciativas serão apoiadas pela Subcomissão de Recepção de Calouros (SRC), vinculada à Comissão Central de Graduação (CCG) da Universidade. Segundo Paulo Cesar Montagner, docente da Faculdade de Educação Física (FEF) e membro da SRC, o objetivo da Subcomissão é criar, por meio de práticas de cidadania, um ambiente propício à integração e desenvolvimento dos jovens não apenas no momento da chegada à instituição, mas ao longo de todo o primeiro ano letivo.

Conforme Montagner, a SRC é constituída por coordenadores de cursos, estudantes, funcionários e um representante da Pró-reitoria de Graduação. Ao longo das últimas semanas, a Subcomissão esteve reunida várias vezes para definir a programação de recepção aos calouros. Foram estabelecidas algumas linhas de atuação, entre elas a divulgação permanente dos projetos culturais já existentes na Unicamp. Também ficou decidido que haverá apoio às iniciativas das Unidades de Ensino e das entidades estudantis, como o “Trote da Cidadania”, organizado pelos alunos dos cursos de Arquitetura e Urbanismo, Pedagogia, Economia, Fonoaudiologia e engenharias Química, Elétrica, Mecatrônica e Civil. Um terceiro ponto a ser trabalhado é o emprego de material audiovisual para transmitir aos calouros aspectos relevantes da história da Universidade.

“A Subcomissão entendeu, ainda, que é importante apoiar as ações e programas desenvolvidos pelo SAE [Serviço de Apoio ao Estudante], dada a importância dos mesmos para os ingressantes. Isso será feito por meio da maior aproximação do SAE com os coordenadores de curso, sem evidentemente interferir na autonomia do órgão”, afirma o professor da FEF. Além disso, a SRC resolveu construir um calendário contendo datas e eventos importantes para os alunos de graduação.

Adoção – Dentro das diretrizes estabelecidas pela Subcomissão de Recepção de Calouros, uma iniciativa merece destaque, conforme o professor Montagner. Trata-se do projeto “Adote um Bixo”, baseado em experiência desenvolvida anteriormente pela Faculdade de Ciências Médicas (FCM). Batizado originalmente de “Projeto Carrapato”, o modelo propõe a aproximação do aluno veterano do calouro, de modo a permitir uma maior integração entre ambos e destes com a Universidade. “A idéia não pressupõe um controle das ações dos estudantes, muito pelo contrário. A sugestão da Subcomissão é difundir o projeto para todos os centros acadêmicos. Queremos que os alunos se organizem nas Unidades de Ensino e promovam ações que facilitem a inserção dos bixos nos primeiros 30 dias na Unicamp”, explica o docente da FEF.

O método, continua Montagner, implica em fazer com que o veterano acompanhe e oriente o calouro no seu início de vida universitária, facilitando assim o seu cotidiano. Entre as informações que podem ser repassadas aos ingressantes estão as referentes aos serviços e programas que a Unicamp oferece, como bibliotecas, bolsas de estudo, atendimento médico etc. “Algumas dessas ações podem ser incrementadas, por exemplo, com a realização de palestras envolvendo professores e dirigentes de órgãos e Unidades”, esclarece o membro da SRC.

 

 

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