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Jornal da Unicamp - Março/Abril de 2000


Página 9

COMUNIDADE
Portas que se abrem

Aumentam cursinhos pré-vestibular criados por alunos da Unicamp

RAQUEL DO CARMO SANTOS

A cada ano, mais e mais veteranos da Unicamp decidem transformar as horas de estudos acumuladas na fase pré-vestibular em bens valiosos para quem deseja ocupar uma vaga na universidade e não tem dinheiro para engrossar o caldo dos cursinhos. Somente neste ano, estão sendo oferecidas pelo menos 1.500 vagas para estudantes carentes nos diversos cursos alternativos nascidos dentro da Universidade. As histórias de cada um são diferentes, mas a motivação é a mesma: estes alunos querem dar a sua contribuição para socializar a educação e reduzir as injustiças do afunilamento do ensino superior gratuito. "Queremos oferecer oportunidades iguais ao candidato que deseja ingressar em uma universidade pública e que não teve acesso à formação", enfatiza Elizabeth Cardoso, coordenadora do Instituto Cultural "Antonio Cezarino", um dos cursinhos mais antigos (desde 1998) e voltado para negros e carentes. "Infelizmente as estatísticas ainda apontam maior vantagem para estudantes de escolas particulares na disputa por uma vaga na universidade pública", lembra.

Ainda assim, tais cursinhos são pontes preciosas para alunos provenientes da rede pública. Para se ter uma idéia, Diogo Caetano Avelino Neto, morador da periferia de Campinas e calouro do curso de Letras (noturno), não teria outra oportunidade de entrar na Universidade se não tivesse freqüentado as aulas no Instituto "Antonio Cezarino", uma vez que os cursinhos custam a partir de R$ 2 mil por ano. "A insegurança do aluno carente é muito grande. Sabemos que iremos concorrer com pessoas melhor preparadas", explica. Diogo diz que o fato de estar estudando em uma universidade pública, e do padrão da Unicamp, acendeu a esperança de amigos cujos horizontes não incluíam o ensino superior. "Parentes e amigos próximos ficaram entusiasmados em voltar a estudar", exemplifica.

Moradia – O cursinho da Moradia Estudantil, em funcionamento desde 1998, mantém ainda oficinas, cursos para alfabetização de adultos e de línguas. "É uma troca, um complemento de informações", explica Isabel Graciano, 5o ano de Artes Plásticas.

As iniciativas têm atingido as classes menos privilegiadas que gravitam em torno da Unicamp. Hoje, já são sete cursinhos voltados para a população carente. Além do "Antonio Cezarino" (cujas aulas acontecem no prédio do Instituto de Estudos da Linguagem, IEL), também estão em atividade o Cursinho do DCE (Diretório Central dos Estudantes), no bairro do Cambuí; o Alternativo Social, no Liceu Salesiano Nossa Senhora Auxiliadora, no bairro Vila Nova; o "Herbert de Souza", na Associação de Bairro da Vila União; o da Moradia Estudantil, em Barão Geraldo; e ainda o de Piracicaba, que começou neste ano por iniciativa do Centro Acadêmico, no prédio antigo da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP).

Há também os cursinhos que acabam encerrando suas atividades por problemas financeiros. Um deles, que funcionou por dois anos na cidade de Várzea Paulista, a 60 quilômetros de Campinas, chegou a ter até 60 alunos. As despesas de transporte dos alunos da Unicamp que ministravam as aulas, porém, acabaram inviabilizando o funcionamento. Fabrício Ramos Silvestre Pereira, aluno do Instituto de Física "Gleb Wataghin" e idealizador do cursinho que funcionava em espaço cedido pela Igreja Católica, está tentando montar outro pré-vestibular na Escola Estadual "Carlos Gomes", no centro da cidade. Os cursinhos alternativos, segundo ele, tentam criar uma mobilização mais ampla na comunidade, envolvendo inclusive os pais de alunos. No de Várzea Paulista, por exemplo, a comunidade local organizava quermesses para angariar fundos e comprar o material didático necessário para as aulas.

Como funcionam – As estruturas, em geral, são semelhantes. Os alunos veteranos elaboram o material didático e procuram inovar nas aulas. "Tentamos passar um pouco daquilo que foi nossa experiência como vestibulandos", relata Wilson Rogério Penteado Júnior, 4o anista do curso de Ciências Sociais e professor do cursinho Alternativo Social.

Esses cursinhos alternativos têm aprovações relativamente altas comparados aos cursinhos comerciais, ainda mais se for levada em conta a sua infra-estrutura. O cursinho do DCE, que existe desde 1995 e hoje é gerido com recursos próprios, contabiliza mais de 500 aprovações em cinco anos. O Alternativo Social conseguiu colocar cerca de 10% dos alunos em uma universidade e o "Antonio Cezarino" alcançou aprovações na Unicamp, Puccamp e Unip.

Quanto custam os alternativos

ANTONIO CEZARINO - Salas de 10 a 13 no IEL - fone: 9704-5863 - de R$ 40,00 a 60,00

ALTERNATIVO SOCIAL - Rua Baronesa G. de Rezende, nº 330, Vila Nova - fone: 226-1342 – R$ 3,00

DCE - Rua 14 de Dezembro, nº 234 Cambuí - fone: 234-8224/237-5676 - de R$ 16,34 a 147,06

FOP - Rua Dom Pedro II, nº 627 - Piracicaba- fone: (19) 430-5200 - R$ 3,00

HERBERT DE SOUZA - Rua 48, nº 249, Vila União - fone para contato: 729-08-79 – R$50,00

MORADIA - Avenida Santa Isabel, nº 1.125 - gratuito


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