| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 396 - 26 de maio a 1o de junho de 2008
Leia nesta edição
Capa
Nanopartículas
Wilson Cano
Inflamações agudas
Reforma trabalhista
Shigeaki Ueki
Implantes ortopédicos
Própolis
Campinas do século XIX
Internet e jornalismo impresso
Nobel da Paz
Alimentos e biocombustíveis
Painel da semana
Teses
Lançamento
Portal Unicamp
Medicina complementar
Alga
 


8





Pesquisadores classificam novo tipo de
própolis com atividades antimicrobianas

RAQUEL DO CARMO SANTOS

O cirurgião-dentista Bruno Bueno Silva: pesquisa extensa para identificar as plantas escolhidas pelas abelhas (Foto: Cesar Maia/Divulgação)Um novo tipo de própolis, originária do Estado de Alagoas, foi classificado por um grupo de pesquisadores da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP). A própolis vermelha, assim denominada em razão de sua cor avermelhada – semelhante à do sangue –, mostrou em testes preliminares que possui atividade antimicrobiana, o que possibilita sua aplicação na área de odontologia.

Busca agora
é por novos
princípios ativos

“Observamos o efeito bactericida contra vários microrganismos, inclusive patogênicos. Ademais, também pode ser utilizada no setor de cosméticos e alimentos, pois apresentou expressiva atividade antioxidante”, destaca o cirurgião-dentista Bruno Bueno Silva.

Em sua pesquisa de mestrado, orientada pelos professores Pedro Luiz Rosalen, da FOP, Severino Matias de Alencar da Escola Superior de Agricultura (Esalq), da USP, e Masaharu Ikegaki, da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), Silva estudou e testou mais de 20 plantas nativas de Maceió para saber qual delas era detentora da origem botânica da própolis vermelha.

Segundo o cirurgião-dentista, o país tem uma vegetação extremamente diversificada, o que torna difícil o trabalho de identificação da fonte vegetal utilizada pelas abelhas para a produção de própolis. “Fizemos uma extensa pesquisa para identificar as possíveis plantas escolhidas pelas abelhas. Visitamos apiários em Alagoas e, posteriormente, testamos as plantas no laboratório. A base foi a semelhança fitoquímica entre a planta e a própolis”, explica. Após vários ensaios químicos, físicos e biológicos comparativos, a equipe chegou à planta, cujo nome científico é Dalbergia ecastophyllum.

Além das análises químicas da própolis vermelha, o grupo já trabalha com a caracterização de outros tipos de própolis originários da Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e de outros Estados. Mas a descoberta pelos pesquisadores da Esalq da própolis vermelha gerou um desafio: que eles, em conjunto com a equipe da FOP, pudessem identificar o marcador botânico, a composição química e a atividade biológica do extrato da própolis e da planta.

Tanto os extratos da planta como o da própolis apresentaram atividades antimicrobianas que poderão ser utilizadas para pesquisas futuras de novas moléculas no controle do biofilme oral. O estudo prossegue para se conseguir isolar e identificar os compostos bioativos que poderão abrir caminho para a descoberta de novos princípios ativos. A pesquisa teve financiamento da Fapesp, CNPq e Capes e foi premiada pela Sociedade Brasileira de Pesquisas em Odontologia.

SALA DE IMPRENSA - © 1994-2008 Universidade Estadual de Campinas / Assessoria de Imprensa
E-mail: imprensa@unicamp.br - Cidade Universitária "Zeferino Vaz" Barão Geraldo - Campinas - SP