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Exercícios na água
reduzem peso de obesos

Pesquisador obtém resultados surpreendentes ao adaptar
atividade recomendada para recuperação de atletas lesionados

RAQUEL DO CARMO SANTOS

O professor de Educação Física Sérgio Ricardo Pasetti, autor da pesquisa: redução média de 2,5% da gordura corporal melhora a qualidade de vida (Foto: Antoninho Perri)Para quem deseja perder peso, a dica é a prática do deep water running ou corrida em águas profundas. O exercício realizado em geral para reabilitação de atletas foi adaptado para obesos, testado e aprovado pelo professor de Educação Física Sérgio Ricardo Pasetti. Segundo os dados, a redução de gordura corporal em mulheres de meia idade chegou a 2,5% em apenas 17 semanas de exercícios e sem dieta ou controle alimentar. A atividade consiste em praticar corrida dentro da piscina, utilizando flutuadores presos à cintura que mantém o corpo submerso na água e, evita o contato com o fundo da piscina. Conseqüentemente o impacto na coluna e joelhos não existe para os praticantes desta modalidade. "Não há impacto e os riscos de lesões nos membros inferiores são reduzidos", afirma Pasetti.

Contato com fundo da piscina é evitado

O trabalho realizado pelo professor de Educação Física é inédito no Brasil e consta de sua dissertação de mestrado "Deep Water Running para redução da gordura corporal em mulheres de meia idade: Estudo de Intervenção em Campinas-SP". Orientada pelo professor Aguinaldo Gonçalves, a dissertação foi apresentada em março na Faculdade de Educação Física da Unicamp. Para a pesquisa, Pasetti selecionou 40 mulheres entre 38 e 57 anos, sendo que 31 concluíram o estudo. Além de orientar os exercícios, Pasetti também aplicou questionários para mensurar a qualidade de vida e fez avaliações de peso, percentual de gordura e aptidão física das voluntárias.

Profundidade - Criado nos Estados Unidos, na década de 70, o deep water precisa de infra-estrutura adequada para sua prática. A profundidade da piscina, por exemplo, deve ser de no mínimo 2,20 metros. A temperatura ideal é de 28 graus e os flutuadores que garantem a segurança do exercício são importados. "São aspectos importantes e necessários para pessoas que queiram melhorar a condição física ou que tenham problemas de coluna ou joelhos", explica o professor.

Os exercícios foram praticados três vezes por semana, durante quatro meses. Por duas semanas, as mulheres fizeram um trabalho de adaptação para depois iniciar a "corrida na água". A metodologia utilizada por Pasetti consistiu em dez minutos de alongamentos e 40 minutos de corrida. A cada três semanas, a intensidade do esforço era aumentada. "Todas as mulheres entraram com monitor de freqüência cardíaca para que o limite individual fosse respeitado", declara.

Os resultados obtidos na pesquisa foram surpreendentes até mesmo para o professor. Os dados apontaram não só para a redução média de 2,5% da gordura corporal, como também a melhora da qualidade de vida foi visivelmente significativa. Dentre as 24 variáveis analisadas, 17 apresentou melhorias, ou seja, mudanças favoráveis na aptidão física. Entre as variáveis incluem redução da gordura corporal, aprimoramento da condição cardiorrespiratória, força e flexibilidade.

Obesidade - A atenção de Pasetti para o problema da obesidade se voltou a partir de sua experiência na academia em que trabalhou. O contato com as mulheres acima do peso suscitou no professor o interesse em testar a atividade para a redução da gordura corporal. "A obesidade é considerada pela OMS como epidemia mundial e atinge todas as classes e faixas etárias", afirma. Por isso, o professor resolveu desenvolver uma metodologia específica do exercício para pessoas com excesso de peso. Ele conta que a observação o levou a considerar o difícil acesso dessas pessoas em atividades físicas pela exposição do corpo. "Esta atividade reduz a exposição do corpo, uma vez que somente a cabeça e o pescoço ficam à vista", explica.

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