| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 362 - 18 a 24 de junho de 2007
Leia nesta edição
Capa
Mortadela
Cartas
Saúde RMC
Infovia
Lousa digital
Patentes
Extrato fitoterápico
Chá
Produção de mel
Preconceito
Anestésico
Painel da semana
Teses
Unicamp na mídia
Portal no JU
Livro da semana
Teses digitais
Bexiga hiperativa
Fiel depositário
 


8


Tese radiografa produção
de mel no Vale do Paraíba

RAQUEL DO CARMO SANTOS

O engenheiro agrônomo Luiz Eugênio Veneziani Pasin: sistema frágil (Foto: Érica Guimarães)A atividade apícola no Vale do Paraíba paulista pode crescer de duas a três vezes mais do que o ritmo que se observa atualmente. A estimativa é do engenheiro agrônomo Luiz Eugênio Veneziani Pasin, que recentemente defendeu tese de doutorado sobre o tema na Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri). O engenheiro fez uma radiografia do processo de organização da produção e comercialização do mel naquela região, constatando que o sistema é frágil em razão da falta de organização coletiva.

“Mesmo com a existência de associações, os apicultores trabalham de forma individualizada. A atuação dessas entidades é tímida. Acredito que, caso se aperfeiçoasse a organização da produção, a atividade teria um bom crescimento, sem a necessidade de grandes investimentos financeiros”, defende Pasin.

O engenheiro constatou, ao analisar 116 Unidades de Produção Agropecuárias (UPAs) da região, que 92% delas vendem mel de maneira informal. “São pequenos produtores que possuem até 20 colméias cada um. Eles vendem para a vizinhança e não reconhecem o ofício como sendo o principal para o sustento da família, mas apenas como uma atividade suplementar cujo objetivo é a complementação de renda”, explica.

Isto significa, segundo o engenheiro, que as tentativas de crescimento esbarrariam exatamente no atual modelo de desenvolvimento existente para o setor na região, pois a informalidade, ausência de organização e o pouco profissionalismo não permitiram avanços nos últimos dez anos no que se refere ao aumento de produção e comercialização do mel no mercado formal.

Outro ponto destacado por Pasin refere-se à criação de uma efetiva interação entre o apicultor; as instituições de pesquisa da região e as autoridades locais. “Essa aproximação viabilizaria ações coletivas, como criação de casa do mel comunitária, compra de insumos coletiva e estratégias de comercialização”.

Neste sentido, observa o pesquisador, as associações teriam papel fundamental entre os setores que não estão articulados entre si. “Temos dois centros importantes dedicados aos estudos sobre apicultura no Vale do Paraíba. Ambos poderiam participar deste processo de discussão”, argumenta o engenheiro, que pertence ao quadro de pesquisadores do Centro de Estudos Apícolas da Universidade de Taubaté.

O estudo, realizado em parceria com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, não deixa dúvidas de que a atividade poderia ser melhor explorada no mercado formal. “Na região existe pasto apícola adequado para o crescimento, conhecimento técnico necessário e presença de apicultores. Mas, os ‘elos’ sociais existentes entre os agentes participantes não estão consolidados o suficiente, até o presente momento, para estabelecerem a conectividade entre os atores para elevar a apicultura regional ao status de arranjo produtivo do mel”, enumera Pasin.

SALA DE IMPRENSA - © 1994-2007 Universidade Estadual de Campinas / Assessoria de Imprensa
E-mail: imprensa@unicamp.br - Cidade Universitária "Zeferino Vaz" Barão Geraldo - Campinas - SP