Jornal da Unicamp 181 -  22 a 28 de julho de 2002
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Claudia Marcia Archanjo: alunos precisam vivenciar a realidade do trabalho de um psicoterapeutaA importância da terapia
para o futuro psicólogo

MARIA ALICE DA CRUZ

As sessões de psicoterapia são apenas sugeridas a futuros psicólogos. Muitos, por iniciativa própria, optam por consultar um terapeuta antes de começar a clinicar. Formada em psicologia clínica, a pesquisadora da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp Cláudia Márcia Archanjo obteve o título de doutora mostrando a importância da realização de psicoterapia com grupos de estudantes de psicologia.

Ao fazer uma investigação com grupos de atendimento psicoterápico e outros de supervisão, formados por alunos do curso de psicologia da Universidade São Francisco, de Itatiba, Cláudia descobriu que os fenômenos psíquicos vivenciados pelos dois grupos eram os mesmos. A psicóloga explica que a supervisão consiste num grupo de reflexão voltado para a aprendizagem. O objetivo é propiciar a seus alunos a oportunidade de vivenciar na universidade a realidade do trabalho de um psicoterapeuta. Ela acredita que, descobrindo suas próprias inquietações dentro de um trabalho conjunto, os estudantes saberão, futuramente, qual o melhor procedimento em relação a determinado grupo ou paciente.

Entre os fenômenos encontrados na investigação de Cláudia o que se destaca é a assunção de funções. Este é o momento em que, segundo a psicóloga, as pessoas começam a conhecer suas características e seus limites. A definição de papéis acontece naturalmente, dentro da própria dinâmica do campo emocional que só o trabalho em grupo pode proporcionar.

A tese defendida por Cláudia pode contribuir para desmistificar problemas em qualquer área disciplinar que tenha como objetivo a formação de profissionais designados a trabalhar com pessoas. Num momento em que as áreas de conhecimento se ampliam e o leque de opções profissionais também, as instituições de ensino investem muito mais em informação do que em formação pessoal. Na opinião da professora, a evolução fez com que o homem investisse pouco em autoconhecimento. “Se não investimos em aspectos emocionais, temos um homem que só agride e destrói”, defende.