Jornal da Unicamp 185 - 12 a 18 de agosto de 2002
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Cenas de Cidade de Deus: retrato das favelas cariocas, sob direção de Fernando Meirelles
Cidade de Deus
abre programação da Casa do Lago


MARIA ALICE DA CRUZ

O Instituto de Artes da Unicamp e a Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários lançam a programação do Espaço Cultural Casa do Lago com a pré-estréia nacional do filme Cidade de Deus. A produção será apresentada em duas sessões, a primeira às 12h15 e a segunda às 16 horas, nesta quarta-feira (14 de agosto), na sala de cinema do espaço, que conta com equipamento multimídia e que, futuramente, poderá sediar um cineclube. Às 18h15 será realizado um debate com Fernando Meirelles, diretor do filme, com o roteirista Braulio Mantovani e com o diretor de fotografia Cesar Charlone. O Centro de Produção divulgará mensalmente as atividades da Casa do Lago.

Como faziam os diretores do neo-realismo italiano no pós-guerra, Meirelles contou com a atuação de jovens de favelas do Rio de Janeiro para compor o filme. Baseado em fatos reais, o longa-metragem dirigido por Meirelles retrata a realidade nos “morros” brasileiros a partir da trajetória de 20 anos na vida de alguns habitantes do conjunto habitacional Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, construído na década de 60. As cenas retratam o crescimento do tráfico e do crime organizado no Brasil e revelam como a condição de gueto e a violência nas favelas foram se intensificando.

Produzido pela O2 Filmes, em co-produção com a VideoFilmes, a Globo Filmes e a Lumière, Cidade de Deus tem produção executiva de Walter Salles, diretor de Central do Brasil, que classifica o longa como “o filme brasileiro mais importante desde Pixote. Cidade de Deus é uma transposição extraordinariamente potente do livro de Paulo Lins. Impactante, moderno e visceral...”

O filme rendeu observações construtivas a Meirelles por parte da crítica mundial. Uma menção ao nome do diretor no The New York Times o definiu como um profissional com estilo visual explosivo, com um divertido sentido de narrativa e um impecável gosto musical. Quanto à produção, o matutino norte-americano caracterizou como “uma exuberante crônica do crime nas favelas do Rio de Janeiro”. Para um crítico do jornal O Estado de S.Paulo, a produção “é de tirar o fôlego”.