Jornal da Unicamp 185 - 12 a 18 de agosto de 2002
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Petrobras premia recém-formada

RAQUEL DO CARMO SANTOS

O segundo lugar na categoria Graduação do Prêmio Petrobras de Tecnologia de Dutos, edição 2001, foi conquistado pela recém-formada em Engenharia Química Juliana Vaz. A premiação aconteceu no início de julho no Hotel Sofitel, no Rio de Janeiro, durante a abertura do Encontro CTPetro, promovido pela empresa. Juliana ganhou uma bolsa de mestrado para ser cursado em qualquer universidade brasileira e o valor em dinheiro de R$ 2 mil. A recém-formada acredita que o que mais chamou a atenção para seu trabalho foi a abordagem de um problema que incomoda bastante os técnicos da área, que é a precipitação da parafina de petróleo.

Ela trouxe à pauta os chamados organogéis – espécie de gel produzido como conseqüência da parafina. Segundo Juliana, nas explorações no fundo do mar, o elemento mais leve do óleo se solidifica e “gruda” nas paredes dos dutos. Com o tempo, forma-se uma crosta que pode até entupir os oleodutos. Para se ter uma idéia, a engenheira química explica que, além da diminuição do diâmetro efetivo dos tubos para o escoamento, as bombas realizam um esforço muito maior, que gera gastos de energia.

Desde que se identificou o problema do aparecimento da parafina de petróleo, as pesquisas se concentraram basicamente em buscar soluções para a limpeza da substância e tentar resolver o problema quando ele já existe. A diferença do trabalho de iniciação científica de Juliana, orientado pelos professores Marcelo Ganzarolli de Oliveira, do Instituto de Química, e Rahoma Sadeg Mohamed, da Faculdade de Engenharia Química, foi justamente entender o mecanismo da precipitação e da formação dos organogéis. O estudo poderia, por exemplo, levar a alternativas para se evitar a ocorrência do problema.

Eles conseguiram desenvolver em laboratório os géis formados apenas por parafinas de petróleo- uma de conseqüência da precipitação da parafina de petróleo. As citações na literatura sobre os organogéis são poucas e a maioria das pesquisas com esta substância se limitou a testes com outros tipos de líquidos que não a parafina.

Há três anos, Juliana trabalha nesta pesquisa com os professores Rahoma e Marcelo. No início seu trabalho consistiu em realizar diagramas de fases de mistura de parafina. Para tanto, recebeu auxílio financeiro da Fapesp e interrompeu o estudo por seis meses para realizar estágio na Alemanha. Quando retornou, Juliana começou a desenvolver em laboratório os mecanismos dos organogéis. Unindo ao trabalho que já fazia, conseguiu estabelecer uma conexão entre o diagrama de fases e o comportamento da precipitação da parafina.