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Técnica melhora quadro clínico de
diabéticos com doença periodontal
RAQUEL DO CARMO SANTOS

A cirurgiã-dentista Gabriela Alessandra da Cruz: falta de controle metabólico pode agravar inflamação bucal  (Foto: Antoninho Perri)Um tratamento proposto pela cirurgiã-dentista Gabriela Alessandra da Cruz demonstrou ser eficaz para pacientes com doença periodontal crônica e portadores de diabetes mellitus. A terapêutica sugere, inclusive, uma influência positiva nos índices glicêmicos do diabético. A técnica de raspagem e alisamento radicular foi realizada em uma única sessão e mostrou, por meio de análises clínica, hematológica e microbiológica, que os diabéticos apresentaram melhoras no controle da doença periodontal e também não sofreram alterações no quadro clínico nos três primeiros meses de avaliação. Até então, existiam poucos relatos na literatura sobre este tipo de avaliação, o que significa um avanço no campo da terapêutica voltada para portadores de ambas as doenças.

A investigação compõe a tese de doutorado de Gabriela. O estudo foi orientado pelo professor Sérgio de Toledo e defendido na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP). A odontologista explica que a doença periodontal é uma infecção caracterizada por sangramento freqüente nas gengivas e perda óssea alveolar, o que pode levar à mobilidade e perda dental, caso o problema não seja atacado.

Para os portadores do diabetes mellitus, a questão é mais complexa devido aos níveis de glicemia e a dificuldade de se optar por procedimentos incisivos. O diabetes também é considerado fator de risco para a periodontite. A falta de controle metabólico pode agravar a condição da inflamação bucal. “O tratamento tradicional consiste em quatro sessões de raspagens, em geral, realizados em diferentes dias. Com isso, o nível de exposição do paciente é muito maior”, esclarece Gabriela.

Os testes da técnica foram feitos em 20 pacientes com periodontite crônica generalizada, sendo que dez deles eram dependentes de insulina. Em uma sessão, Gabriela conseguiu remover a placa bacteriana responsável pela infecção, diminuindo o sangramento gengival e a presença de microrganismos causadores da doença. Gabriela acredita que, caso as avaliações sejam feitas por um período maior – seis meses, por exemplo – , tratamento pode contribuir para a diminuição dos índices glicêmicos e, conseqüentemente, da ingestão de insulina.

Os voluntários do grupo controle, ou seja, pacientes sem o diabetes, mas com doença periodontal, não apresentaram alterações negativas no estado clínico geral, como era esperado. No entanto, apresentaram diminuição do processo inflamatório e melhora das condições periodontais, o que mostra que a técnica em única sessão foi eficiente no controle da doença nesses pacientes.

Este aspecto constitui um indicativo de que o tratamento periodontal realizado em única sessão é uma técnica eficiente para o controle da doença. Também apresenta vantagens como a diminuição do número de visitas para o tratamento de raspagem periodontal. “Vale ressaltar que pacientes com doença periodontal devem ser monitorados freqüentemente pelos dentistas”, destaca a cirurgiã.

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