Cepetro e Petronas inauguram laboratório a céu aberto para investigar melhoria de práticas de extração de petróleo

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O Centros de Estudos de Energia e Petróleo (Cepetro) da Unicamp vai operar, a partir de janeiro do próximo ano, um novo laboratório com experimentos a céu aberto para o estudo de parada e repartida, um problema recorrente da indústria petrolífera. Com 1.500 m² de área, o laboratório está pronto e vai passar a receber equipamentos financiados pela empresa Petronas Petróleo Brasil.

A inauguração das instalações ocorreu no dia 18 de outubro, com a presença de diversos executivos da empresa, entre eles o gerente de Exploração Américas, Nasaruddin Ahmad, o gerente-geral de Ativos Internacionais, Yusof Addullah, e o gerente de Exploração do Brasil, Ali Andrea, além do Petronas country manager Brazil, Omar Abdulah. Os executivos foram recebidos pelo diretor do Cepetro, professor Marcelo Souza de Castro, entre outros.

Batizado formalmente de Laboratório Professor Fernando de Almeida França, o MultiFlow Lab, como foi apelidado, faz parte do grupo Alfa (Artificial Lift & Flow Assurance) do Cepetro e está estrategicamente localizado próximo a outros dois Laboratórios do grupo: o LGE (Laboratório de Garantia de Escoamento) e LabPetro (Laboratório Experimental de Petróleo). A integração desses laboratórios, com o compartilhamento de infraestrutura, possibilitará avançar no technology readiness level (TRL) das pesquisas realizadas, acelerando o ciclo de inovação tecnológica no setor de óleo e gás nacional, com vistas ao pré-sal brasileiro.

“Teremos uma linha de simulação de escoamentos multifásicos [bi e trifásicos] de três polegadas e 100 metros de comprimento e uma série de equipamentos. Isso tudo vai permitir aumentar a escala do que temos hoje em universidades no país para fazer simulações e testes que melhorem a produção de petróleo. Inicialmente o foco das nossas pesquisas estará em um problema comum na indústria petrolífera, que é a parada e repartida de poços, momento em que diversos problemas de garantia de escoamento podem ocorrer, e que tem muito ainda a ser aprimorado”, afirma o diretor do Cepetro.

Batizado formalmente de Laboratório Professor Fernando de Almeida França, o MultiFlow Lab
Batizado formalmente de Laboratório Professor Fernando de Almeida França, o MultiFlow Lab, como foi apelidado, está estrategicamente localizado próximo a outros dois laboratórios, o LGE e o LabPetro

O professor explica que, ao produzir petróleo dos reservatórios, por exemplo em campos offshore, além do óleo, são gerados gás natural, água e areia. “Normalmente, utilizamos modelos matemáticos para prever a extração desses diferentes produtos, e esses modelos são desenvolvidos com dados de laboratório como o que está em construção”, diz.

No entanto, quando a produção de um poço é interrompida por um período, as fases se segregam ao longo das longas linhas – gás na parte superior, óleo no meio e água na parte inferior. “Isso gera o que chamamos na indústria de problema de parada e repartida, pois quando se reinicia a produção essas diferentes fases podem se misturar, provocando problemas de produção, chamados de problemas de garantia de escoamento. Inclusive, em muitos casos, é necessário injetar agentes químicos para inibir essas misturas”, explica Castro.

Trata-se de um problema comum, mas que precisa ser melhor entendido e monitorado de acordo com as características e particularidades de cada poço de extração. “Muito já se avançou para inibir esse problema, mas ainda há muito para ser estudado e é o que vamos fazer no novo laboratório”, afirma.

O grande diferencial do novo laboratório, de acordo com o diretor do Cepetro, é propiciar que pesquisadores façam simulações em uma escala maior, permitindo aos modelos aproximarem-se mais da realidade. “Com os novos equipamentos, teremos um laboratório com infraestrutura maior onde será possível levantar muitos dados para fornecer modelos para os softwares que as empresas usam a fim de prever problemas de produção”, explica.

Escopo dos projetos

O projeto de pesquisa e desenvolvimento (P&D) tem investimento da Petronas, obtido com recursos da cláusula de PD&I (pesquisa, desenvolvimento e inovação) da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Jonas Castro, head of concession contracts exploration da Petronas no Brasil, também presente na inauguração, afirma que a empresa está investindo para conhecer questões que abrangem a exploração e produção de hidrocarbonetos, as energias renováveis, incluindo a produção de hidrogênio, e a captura e o uso de carbono. O foco das pesquisas tem sido, sobretudo, a eficiência energética e os estudos ligados à transição energética.

“A Petronas tem buscado firmar parcerias de investimentos com universidades reconhecidas e com amplo histórico de investimentos em PD&I relacionados à produção de hidrocarbonetos, como é o caso da Unicamp e, em especial, do Cepetro”, afirma Castro.

O executivo explica que o investimento em infraestrutura de pesquisa, como o que está sendo realizado junto ao Cepetro, é visto pela empresa como parte fundamental da capacitação de profissionais para a indústria e o aprimoramento das pesquisas. Além disso, há o interesse no desenvolvimento de novas tecnologias, no aprimoramento de processos e na produção de novos produtos para aumentar a eficiência da exploração e da produção de petróleo e de novas energias.

“Contribuir para a instalação do novo laboratório era a meta da Petronas para esse projeto. Caberá ao Cepetro avaliar e buscar alternativas a fim de manter o novo laboratório relevante para novos estudos”, diz Castro.

O diretor da Cepetro acrescenta que o laboratório vai iniciar as atividades focado em resolver questões relacionadas ao problema de parada e repartida. “Mas a ideia é investigar outras questões relacionadas a temas importantes para a indústria petrolífera como outros pontos relacionados à garantia de escoamento e até mesmo à captura de carbono, por exemplo. Temos outras empresas interessadas em construir novos aparatos experimentais para diferentes problemas da indústria”, finaliza.

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A inauguração das instalações ocorreu no dia 18 de outubro, com a presença de diversos executivos da empresa Petronas Petróleo Brasil que foram recebidos pelo diretor do Cepetro, professor Marcelo Souza de Castro (segundo à esquerda)  e pelo pró-reitor de Extensão e Cultura, Fernando Coelho (camisa vermelha)

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