Expoente do movimento concretista brasileiro, ao lado dos irmãos Haroldo e Augusto de Campos, o poeta Décio Pignatari é o primeiro artista-residente da Unicamp na área de literatura, nesta nova versão do programa. Pignatari foi recebido no último dia 5 pelo reitor José Tadeu Jorge e firmou o contrato para sua permanência na Universidade pelos próximos cinco meses.

De acordo com o diretor da Editora da Unicamp e professor do IEL, Paulo Franchetti, responsável pela indicação do nome de Pignatari ao programa, três atividades já estão definidas: uma “oficina de tradução literária” e as conferências “A literatura como pensamento” e “Semiótica do ícone”. Além disso, segundo Franchetti, o artista usará parte de seu tempo para organizar e dar formato de livro a sua correspondência com os irmãos Campos entre os anos de 1954 e 1956, época de gestação e fixação das bases teóricas do movimento concretista. O livro deverá ser publicado pela Editora da Unicamp.

Na opinião de Pignatari, o programa instituído pela Unicamp é de grande importância para as artes e sobretudo para a poesia. “A poesia é a única arte com raiz não-mercadológica. O poeta vive subsidiariamente como publicitário ou jornalista”, enfatiza. Professor na Universidade Tuiuti do Paraná, ele assegura ter descoberto na academia o paraíso possível. “É o único lugar onde se pode ter diálogo intelectual”, acrescenta.

A área de literatura é a segunda do Programa Artista-Residente, retomado em 2006 com a presença do coreógrafo Luiz Fernando Bongiovanni na categoria dança. No próximo semestre, segundo o assessor especial da Reitoria, Eduardo Guimarães, o programa privilegiará a área de artes cênicas.