| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 361 - 11 a 17 de junho de 2007
Leia nesta edição
Capa
Reforma departamental do IB
Artigo: O desafio da interdisciplinaridade
Produção de Etanol
Mestre cervejeiro
Olho eletrônico
Grande Desafio
Câncer de próstata
Pão de fôrma
Desenhando com as letras
Matthieu Tubino
Painel da semana
Teses
Unicamp na mídia
Portal no JU
Livro da semana
Fibra fotônica
Mundo micro
 


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Desenhando com as letras

RAQUEL DO CARMO SANTOS

O artista plástico Amir Cadôr e suas obras expostas na Galeria de Arte: livro como suporte (Fotos: Antoninho Perri/Antonio Scarpinetti)O artista plástico Amir Cadôr partiu das letras do alfabeto para criar desenhos. Algumas das obras são abstratas, enquanto outras são feitas sob medida para apreciadores dos chamados livros de artista. Dá-se esta denominação a trabalhos artísticos que têm o livro como suporte, nas mais variadas categorias. “Não são trabalhos individuais de um artista reunidos em uma publicação, mas sim composições construídas especialmente para um livro. Foi a este gênero que me dediquei nos últimos dois anos”, revela Cadôr.

Toda a sua produção – cerca de 20 livros de artista – foi reunida na dissertação de mestrado “Imagens Escritas”, recentemente apresentada no Instituto de Artes (IA) e orientada pela professora Lygia Eluf. As obras foram expostas na Galeria de Artes da Unicamp. Parte das publicações do artista plástico consiste em poemas visuais. “A imagem é o tema central e não um acessório, diferentemente da maioria das publicações escritas, que encontram no aspecto visual um complemento àquilo que se quer transmitir”, explica. A intenção do artista plástico é conseguir apoio financeiro para a publicação dos livros.

Obras expostas na Galeria de Arte (Fotos: Antoninho Perri/Antonio Scarpinetti)Para Amir, as letras são protagonistas das composições. Os materiais para a confecção dos livros são dos mais variados – vão de desenhos feitos com nanquim até a utilização de recursos como cópias xerográficas. Em alguns livros, o artista adota um formato incomum – sanfonado, por exemplo. “Isto induz o leitor a decifrar, por comparação, a história central ou a idéia que me inspirou”. Em uma das obras, O livro dos seres imaginários, as letras do alfabeto ganham cabeças de seres estranhos. “O formato das caras remete ao mesmo formato encontrado nas letras. Em outros casos, é como se a letra estivesse disfarçada em meio à figura”, revela. Entre os títulos de sua produção destacam-se História Natural, Objeto quase, As façanhas de um jovem D. Juan, Eu andava em seus lábios e Paisagens Verbais.

Amir explica ainda que os livros de artista ganharam projeção no Brasil na década de 1980, sobretudo a partir de exposição realizada em 1987 no Centro Cultural São Paulo. Na mostra, mais de 200 livros de artistas foram expostos aos visitantes. O gênero, no entanto, é pouco divulgado. Segundo Amir, a Unicamp possui um número considerável de publicações desta natureza, e a expectativa do artista é conseguir um espaço especialmente voltado para a divulgação desse tipo de trabalho.

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