| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 361 - 11 a 17 de junho de 2007
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Metodologia torna mais confiável
prognóstico de câncer de próstata

RAQUEL DO CARMO SANTOS

A matemática Graciele Paraguaia Silveira: "Paciente pode ter uma falsa idéia do estágio de sua doença" (Foto: Antoninho Perri)Um modelo matemático, baseado na Teoria de Conjuntos Fuzzy, permite prognosticar o estágio patológico do câncer de próstata com maior grau de confiabilidade. A pesquisa desenvolvida por Graciele Paraguaia Silveira no Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc) poderá auxiliar o especialista na tomada de decisões. O modelo possibilita a interpretação dos dados gerais do desenvolvimento do tumor de uma forma muito mais próxima da realidade vivenciada pelo paciente.

Ferramenta ajuda médico
a direcionar tratamento

Para diagnosticar o câncer de próstata, explica Graciele, que contou com a orientação do professor Laércio Luis Vendite, o especialista recorre aos resultados de uma série de exames – do toque retal, da dosagem sérica de PSA (Antígeno Prostático Específico) e da biópsia, classificada de acordo com o Sistema de Gleason. O próximo passo é o cruzamento das informações, utilizando, quando necessário, modelos estatísticos para chegar à extensão da doença e, assim, decidir a terapêutica. Justamente neste ponto que o modelo desenvolvido por Graciele encontra sua maior utilidade.

Os modelos tradicionais, denominados nomogramas, só trabalham com probabilidades e, ainda assim, levam em consideração escalas extensas que definem o estágio da doença. “Uma pessoa que possui PSA na escala 10,1, classificação que indica um determinado estágio do tumor, é incluída na mesma categoria de quem está na escala 20, ou seja, num estado mais avançado da patologia. De certa forma isto é prejudicial para o paciente, pois ele pode ter uma falsa idéia do seu estado clínico”, explica Graciele.

A pesquisadora esclarece também que este fato ocorre porque o método clássico não inclui as incertezas e subjetividades inerentes aos dados pré-cirúrgicos. A utilização das regras do Modelo Fuzzy, observa Graciele, aumenta a possibilidade de oferecer aos pacientes resultados mais fidedignos, uma vez que este recurso permite maior flexibilidade. Para o trabalho, a pesquisadora fez todas as combinações possíveis entre três variáveis – estado clínico, nível de PSA e grau de Gleason – de pacientes do Hospital das Clínicas (HC) da Unicamp. Nesta fase, Graciele contou com a assessoria do urologista do HC Ubirajara Ferreira.

Os resultados alcançados com o novo modelo apontaram, em porcentagem, a chance de o indivíduo, com determinado quadro clínico, estar em cada estágio de extensão do tumor. Estes estágios foram classificados em três categorias: localizado – aqueles que se concentram apenas na glândula; localmente avançado, ou seja, quando está se disseminando para outros locais; e o metastático, que é aquele já espalhado em outros órgãos. Os resultados mais exatos da localização do tumor, afirma a pesquisadora, possibilitam maior chance de cura. O novo modelo passará ainda por uma etapa de testes até ser disponibilizado aos especialistas.

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