Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 239 - de 1º a 7 de dezembro de 2003
Leia nessa edição
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Saudação ao mestre
Diário de Lisboa
Mouse para deficientes
Trauma ortopédico
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Municípios saudáveis
Impactos do splash
 

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Congresso debate
trauma ortopédico infantil

ANTONIO ROBERTO FAVA

O médico ortopedista William Dias Belangero: prevenção de acidentes

O trauma do aparelho locomotor na criança foi o tema central de conferências e debates que reuniram, nos dias 21 e 22 últimos, no anfiteatro da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, mais de 180 médicos e cerca de 40 palestrantes de seis estados brasileiros ligados a instituições de saúde, ensino e pesquisa. O 3º Tróia (Congresso Trauma Ortopédico Infantil Atualizado), que teve apoio da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica, revelou novos procedimentos para médicos ortopedistas, pediatras e fisioterapeutas envolvidos no tratamento de traumas ortopédicos infantis.

O evento dividiu-se em três blocos, sendo um mais voltado para profissionais da área médica, outro para a área de enfermagem, apresentando os cuidados que se devem ter com a criança portadora de trauma do aparelho locomotor, e o terceiro para educadores da região de Campinas, com a finalidade de se discutir propostas de educação e prevenção do trauma na criança no ambiente escolar e familiar.

Para William Dias Belangero, médico ortopedista, docente do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da FCM/Unicamp e responsável pelo grupo de ortopedia pediátrica e traumatologia do departamento, um dos pontos importantes do evento foi “a possibilidade de debater, com a comunidade acadêmica e educadores, não só os aspectos diagnósticos e terapêuticos, mas também os aspectos relacionados aos maus tratos na infância e à prevenção de acidentes”. William revelou que há aumento dos acidentes e da violência contra a criança, provavelmente “fruto da perda de valores sociais, da desagregação familiar e da crise econômica que se vive hoje no país”.

Punho, cotovelo e pés – Para ilustrar, o médico cita um estudo que realizou no Departamento de Ortopedia da FCM/Unicamp de julho de 2000 a novembro de 2003, com a participação de outros hospitais e clínicas de Campinas e região, no qual foram analisadas 740 ocorrências com traumas que envolveram ossos e articulações em crianças e pré-adolescentes. O estudo revela que, por mais curioso que possa parecer, grande parte dos acidentes (39%) ocorre dentro da nossa própria casa, sendo 26% destes no interior da moradia e 13% nas áreas externas da residência. Além da casa, a escola foi outro local responsável por significativo índice de acidente – 17 % dos casos.

As regiões do corpo que mais sofrem lesões são o punho, o cotovelo, o antebraço e os pés. “Isso ocorre porque, quando a criança cai, seu primeiro impulso é colocar as mãos no chão para se proteger. Assim, todo o peso da queda se concentra nos braços e principalmente nos punhos”, diz William. Crianças do sexo masculino são as mais atingidas – 60% das lesões. A faixa etária de maior incidência no menino é dos 10 aos 12 anos e, na menina, dos 5 aos 10 anos. No entanto, o médico observa que o menino continua sofrendo acidentes com maior freqüência até os 14 anos, enquanto que a menina só até os 11 anos.

“Essa redução dos acidentes no sexo feminino, nessa faixa etária, pode estar relacionada com o fato de que a menina atinge a sua maturidade mais cedo”, explica William. As atividades recreativas, o futebol e as quedas de bicicleta são os campeões na produção de lesões. “O principal intuito desse estudo epidemiológico é procurar obter subsídios concretos da distribuição dos traumas na cidade para que possam otimizar campanhas de educação e de prevenção de acidentes na criança para toda a comunidade”, diz o médico.

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