Edição nº 529

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Jornal da Unicamp

Baixar versão em PDF Campinas, 11 de junho de 2012 a 17 de junho de 2012 – ANO 2012 – Nº 529

No grupo de elite da
nova geração

Unicamp figura entre as 50 melhores universidades com
menos de 50 anos em dois rankings internacionais

Dois dos mais prestigiosos rankings internacionais de avaliação sobre educação no ensino superior, do Times Higher Education (THE) e da Quacquarelli Symonds (QS), classificaram a Unicamp entre as cem melhores universidades jovens do mundo, com menos de 50 anos.

No ranking da QS, divulgado dia 29 de maio, a Unicamp, de 46 anos, ocupa a 22ª posição e é a única instituição da América Latina a constar no grupo de elite. No THE, publicado em 30 de maio, a Universidade figurou na 44ª posição. Nesta classificação, também consta a Unesp (Universidade Estadual Paulista), de 36 anos, em 99ª. As duas instituições são as únicas brasileiras e latino-americanas a aparecer. A Rússia e outros países emergentes, como Índia, ficaram de fora.

Os dois institutos adotam critérios diferentes. Enquanto no THE a pesquisa tem peso maior, na QS conta mais a reputação de uma universidade no meio acadêmico mundial. Nas avaliações é considerado o desempenho das instituições em diferentes indicadores, entre os quais número de alunos, demanda em processos seletivos, número de artigos publicados, número de teses produzidas, satisfação de estudantes, prêmios recebidos por seus pesquisadores ou ex-alunos, prestação de serviços e transferência de tecnologia (patentes e licenciamentos).

O reitor da Unicamp, Fernando Ferreira Costa, comemora o fato de a Unicamp estar entre a elite da nova geração de universidades globais. Para Costa, a produção científica e a capacidade de inovação contaram muito para que a instituição pudesse alcançar êxito em tão poucos anos de existência.

O reitor ressalta que a Unicamp tem que continuar a incrementar as características que a marcaram desde a sua fundação. “Procurar, de maneira intensiva, buscar os melhores professores no Brasil e no exterior. Buscar os melhores alunos e as condições para que ocorram inovações que dificilmente ocorreriam em universidades tradicionais do País”, diz.
A Unicamp tem 98% do seu corpo docente com doutorado, condição que atrai excelentes alunos. Seu programa de pós-graduação obteve a melhor média de todas as universidades brasileiras. Anualmente, são formados 800 doutores e 1,2 mil mestres. Entre os artigos publicados em revistas indexadas no país, 8% são oriundos da Unicamp, o que faz da instituição a mais produtiva no Brasil, quando a produção é calculada em relação ao número de docentes.

Fernando Costa afirma que, para continuar a galgar o caminho da excelência, é fundamental que a Unicamp acompanhe as mudanças que ocorrem no ensino superior no mundo. De acordo com o reitor, também é importante intensificar o grau de internacionalização, com intercâmbio de alunos e pesquisadores e aumentar a atração de estudantes estrangeiros para realizar cursos completos na Unicamp.

“Isto é o que caracteriza uma universidade moderna, de classe mundial e que faz com que a produção científica seja comparada à das melhores instituições de ensino”, afirma o reitor. Ademais, acentua, também é necessário manter e aumentar a interação com a sociedade, principalmente com o setor produtivo, com empresas privadas e públicas, bem como com o setor público. Segundo Costa, os alunos precisam ser incentivados a participar da inovação em empresas juniores e, desta forma, incrementar a possibilidade de empreendedorismo, mesmo na graduação.

Para ele, a trajetória da Unicamp mostra que, apesar das dificuldades da universidade brasileira em relação a problemas de governança, é possível fazer com que objetivos principais, como atrair bons professores, excelentes servidores e os melhores alunos, sejam atingidos. Esta trajetória, conforme explica, mostra ainda que é possível atrair bons alunos com base no mérito, mas também contemplando a diversidade. Como exemplo, ele cita o ProFIS (Programa de Formação Interdisciplinar Superior), programa de seleção que leva em conta o mérito e também a diversidade social das escolas públicas.

“São aspectos peculiares da nossa Universidade a capacidade de inovar e procurar novos caminhos que precisam ser mantidos, como os critérios de avaliação dos professores”, ressalta o reitor. A Unicamp exige de todos os docentes relatórios a cada três, quatro ou cinco anos, para avaliar o desempenho nas atividades de ensino, pesquisa e extensão, que são julgados em diversas instâncias.

Entre os desafios que se apresentam para que a Unicamp avance em grau de internacionalização e se torne uma universidade de classe mundial, Costa comenta que é necessário disponibilizar cursos em língua inglesa não só na área de pós-graduação, mas também na graduação, sem prejuízo do ensino em português, “oferecendo oportunidades para que alunos do mundo inteiro possam vir estudar aqui”.