| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 336 - 11 a 17 de setembro de 2006
Leia nesta edição
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Usuários revelam desinteresse
pelo
som ‘internético’

RAQUEL DO CARMO SANTOS

A publicitária Daniela Ferreira: “O usuário troca o monitor, mas não a caixa de som”  (Foto: Antoninho Perri)O som ainda não encontrou o seu espaço na Internet, sendo utilizado praticamente como enfeite, sem interagir com o contexto da página. Quem já não desistiu de entrar em um site por conta dos programas pesados de áudio que mais atrapalham do que ajudam na navegação? A publicitária Daniela Carvalho Monteiro Ferreira conseguiu uma resposta a esta pergunta, através de entrevistas com dois grupos de usuários – mais e menos experientes. Também analisou diversas páginas que recorrem a esse tipo de tecnologia, constatando que ainda não existe uma estética do som na Internet. “O problema não é exatamente a tecnologia, mas o mau uso que se faz dela”, pondera. Em muitos casos, a publicitária observou que o som surge aleatoriamente e sem critérios para provocar uma reação do usuário.

Publicitária constata má utilização da tecnologia nos sites

“O som internético: a evolução, a situação e a estética sonora na Internet” é o título da dissertação de mestrado que Daniela Ferreira, sob orientação do professor José Eduardo Ribeiro de Paiva, apresentou no Instituto de Artes. A pesquisadora comprovou o caráter inédito de seu trabalho – mesmo porque o uso da tecnologia é recente – na inexistência de referências quanto à sua aplicação. “A tendência é adaptar o que se faz no rádio, em televisão ou nos games. Não há um modelo a seguir e isso dificulta a inserção do som com qualidade”, argumenta.

Uma justificativa apontada por Daniela é o fato de a Internet ser mais visual do que sonora. Mesmo nas respostas dos entrevistados, a preferência é por textos, imagens e animação, enquanto o som aparece sempre em segundo plano, sem conseguir envolver o usuário. Na televisão, ao contrário, é impossível dissociar a imagem do som, devido à própria concepção do veículo.

“Suponho que na Internet, por ser um meio não-linear, o hipertexto ocupou o papel que caberia ao áudio. Por isso, o design visual e o design sonoro não se desenvolveram esteticamente com a mesma agilidade”, acredita. Outra questão levantada a partir das entrevistas é do som considerado como elemento supérfluo. “O usuário troca o monitor, mas dificilmente compra uma caixa mais potente ou se preocupa em empregar recursos que potencializem o som”.

Segundo Daniela Ferreira, o panorama pode mudar com o aumento da velocidade da rede. Ela espera comprovar esta hipótese em futuro trabalho de doutorado, estudando a função do áudio em sites bem trabalhados tanto no aspecto contextual como interativo. “Cada vez mais são desenvolvidos algoritmos de compressão do áudio, o que reduz o tamanho do arquivo e permite melhor qualidade. Mas é necessário descobrir como o som deve ser utilizado na Internet para provocar reações e despertar emoções”.

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