Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 267 - de 27 de setembro a 3 de outubro de 2004
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Labpetro vai desenvolver tecnologias para
aperfeiçoamento da produção de petróleo e deve operar ainda este ano

Parceria resulta
em novo laboratório

MANUEL ALVES FILHO


Inauguração do laboratório: parceria de 30 anos proporcionou pelo menos 200 projetos cooperados de pesquisa (Foto: Antoninho Perri)Unicamp e Petrobras assinaram no último dia 20 de setembro o segundo contrato dentro do convênio firmado em junho de 2003 para a construção do Laboratório Experimental de Petróleo (Labpetro). Os recursos, da ordem de R$ 1,3 milhão, serão aplicados na compra de equipamentos. Na primeira fase, a empresa investiu cerca de R$ 1 milhão em obras físicas, que já foram concluídas e inauguradas. A expectativa das duas partes é que o Labpetro entre em operação ainda este ano. A missão do laboratório será desenvolver tecnologias que permitam à Petrobras aperfeiçoar o processo de produção de petróleo, principalmente o de alta viscosidade. Segundo o reitor Carlos Henrique de Brito Cruz, a parceria representa um marco no relacionamento entre a Universidade e a estatal, que já soma 30 anos e proporcionou pelo menos 200 projetos cooperados de pesquisa.

Recursos vão ser usados para compra de equipamentos

O reitor destacou, durante a cerimônia de assinatura do contrato, a capacidade da Petrobras em reconhecer e aplicar o conhecimento gerado pelos pesquisadores da Unicamp, bem como de outras instituições de pesquisa do país. “De nossa parte, ficamos satisfeitos em colaborar para o desenvolvimento da empresa, que representa conseqüentemente o desenvolvimento do Brasil”, afirmou Brito Cruz. Carlos Tadeu Fraga, gerente do Centro de Pesquisas da Petrobras, também chamou a atenção para a importância do relacionamento entre a empresa e a Universidade, que remonta ao final da década de 80, com a criação do Centro de Estudo do Petróleo (Cepetro). Atualmente, segundo ele, a estatal conta com cerca de 200 profissionais que realizaram seus estudos de mestrado e/ou doutorado no Cepetro.

O Centro, lembrou Brito Cruz, constitui um exemplo da capacidade dos pesquisadores da Unicamp de gerar e aplicar conhecimentos. “Às vezes, é difícil para a sociedade perceber a contribuição das boas universidades, principalmente as públicas, ao país. O caminho que o Brasil vem trilhando rumo à auto-suficiência em petróleo, por exemplo, foi em boa parte pavimentado pelo trabalho realizado pelas universidades públicas”, afirmou. O reitor mencionou ainda um aspecto que, segundo ele, tem aproximado cada vez mais a Petrobras e a Unicamp. Ambas, disse, valorizam a pesquisa. “Não é por acaso que a Petrobras e a Unicamp surgem, respectivamente, como primeira e segunda colocadas no ranking de geração de patentes no Brasil”.

Pelos cálculos de Fraga, Petrobras e Unicamp firmaram nos últimos dez anos perto de 120 convênios, no valor total de R$ 42 milhões. Atualmente, disse, existem 17 contratos em andamento, que somam R$ 11 milhões. “Esses investimentos representam o reconhecimento da empresa à competência e à capacidade de resposta da Universidade”, afirmou. O Labpetro, prosseguiu, tem importância estratégica para a estatal, que busca tornar o Brasil auto-suficiente em petróleo até 2005. Para isso, porém, será preciso vencer o desafio tecnológico de viabilizar a produção do óleo ultraviscoso, cujas reservas nacionais são da ordem de 12 bilhões de barris. “A colaboração da Unicamp será de fundamental importância para que alcemos esse objetivo”, analisou.

A maior parte do petróleo ultrapesado, conforme o gerente da Petrobras, está localizada no mar, a profundidades superiores a mil metros. Ocorre que, por ter alta viscosidade, esse óleo é de difícil prospecção. “Já conseguimos extrair o óleo pesado, mas o ultrapesado continua sendo um desafio para nós. Nossa expectativa é que o Labpetro nos auxilie a encontrar soluções que permitam a exploração também desse produto”, afirmou Fraga. De acordo com ele, os dois primeiros projetos de pesquisas nessa área terão início ainda este ano. Um deles consistirá no teste de novas bombas para operação no fundo dos poços.

O outro está relacionado com o comportamento do petróleo em longas tubulações. O objetivo é gerar alternativas que facilitem o fluxo do óleo ultraviscoso pelos dutos. Uma das técnicas que estarão sendo analisadas pela estatal é denominada de core flow, e foi desenvolvida pelo professor Antonio Carlos Bannwart, do Cepetro e da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) da Unicamp. Ela permite elevar e transportar o óleo de alta viscosidade de forma simples e econômica. O método é baseado na injeção lateral de uma fina camada de água, de tal forma que o óleo não tenha contato com a parede do duto. A água funciona como um lubrificante, fazendo com que o fluxo do petróleo atinja uma velocidade de até 3 metros por segundo.


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