Untitled Document
PORTAL UNICAMP
4
AGENDA UNICAMP
3
VERSÃO PDF
2
EDIÇÕES ANTERIORES
1
 
Untitled Document
 


 

Escola pública recebe 520 computadores

(Foto: Antonio Scarpinetti) 4/3/2010 – O movimento One Laptop per Child (OLPC – Um Computador por Criança, em português) está chegando a Campinas, por meio de uma parceria com o Núcleo de Informática Aplicada à Educação (Nied) da Unicamp. Um lote de 520 computadores portáteis (à direita)doados pelo OLPC acaba de desembarcar na Universidade, para posterior entrega aos alunos da Escola Municipal Padre Emílio Miotti, localizada na Vila União, periferia de Campinas. De acordo com o professor José Armando Valente, pesquisador do Nied e professor do Instituto de Artes, os estudantes deverão utilizar as máquinas em sala de aula no segundo semestre deste ano. “No primeiro semestre, vamos acompanhar a instalação da estrutura necessária à operação dos laptops e formar professores e alunos para trabalhar com os equipamentos. Posteriormente, vamos verificar quais os impactos dessa tecnologia do ponto de vista pedagógico”, informa.

Valente explica que, neste momento, os laptops estão sendo patrimoniados e em seguida serão cedidos em comodato à Padre Emílio Miotti. Simultaneamente, a escola está promovendo uma reforma física e providenciando a instalação da estrutura necessária (rede elétrica e wireless) para a operação dos computadores. “O passo seguinte será preparar professores e estudantes para trabalhar com os equipamentos. Vamos treiná-los em conjunto, pois entendemos que uns têm muito a aprender com os outros. Assim que as máquinas estiverem sendo utilizadas em sala de aula, vamos acompanhar as mudanças que essa tecnologia trará para as atividades pedagógicas, por meio de um projeto financiado pelo CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico]”, detalha o pesquisador do Nied.

Na visão de Valente, a chegada da informática ao ambiente da sala de aula deverá provocar mudanças no currículo escolar, historicamente baseado em recursos como lápis e papel. “Penso que ocorrerá uma passagem de uma realidade para outra. De posse do computador, a criança poderá acessar, via internet, dados estatísticos atualizados, mapas geográficos animados e uma série de outras informações sobre variados assuntos. Isso deve causar uma transformação na dinâmica do ensino. O professor terá necessariamente que estar preparado para isso. Imagine a seguinte situação: o professor passa uma informação que pode, eventualmente, ser contestada pelo aluno com base no que ele está acessando naquele momento em um dado site. O educador terá que saber lidar com isso”, exemplifica.

Ainda segundo Valente, ainda não está definido se os alunos da Padre Emílio Miotti poderão levar os laptops para casa. A decisão caberá à direção do estabelecimento de ensino. “É o tipo de resolução que dependerá do envolvimento da comunidade local. Embora não seja comercial, o computador pode ser alvo de cobiça de terceiros, o que pode comprometer a segurança das crianças. A princípio, a autorização para que as máquinas sejam levadas para as residências dos estudantes pode contribuir para o processo de inclusão digital de seus familiares, visto que eles também passarão a ter contato com esse tipo de tecnologia”, pondera.

O pesquisador do Nied acrescenta que o processo de acompanhamento dos impactos do uso do computador em sala de aula exigirá um grande esforço por parte do Núcleo. “Vamos precisar de um número elevado de pessoas para desenvolver diversas atividades. Nesse aspecto, gostaríamos de convidar professores e alunos de diferentes áreas da Unicamp para se juntarem ao projeto. Graças ao financiamento do CNPq, temos como fornecer bolsas a parte dos interessados”, avisa. O contato pode ser feito pelo telefone 19-3521-7350. Valente destaca, ainda, a importância do apoio fornecido pela Prefeitura de Campinas para o desenvolvimento das ações. “A Secretaria Municipal de Educação está empenhada em nos oferecer as melhores condições possíveis para a realização do nosso trabalho”, completa.

Fundado pelo cientista norte-americano Nicholas Negroponte, o movimento OLPC tem por objetivo assegurar que todas as crianças em idade escolar do mundo em desenvolvimento sejam capazes de interagir efetivamente com seu próprio laptop, de tal forma que elas, suas famílias e suas comunidades possam aprender livremente e aprender como aprender. A OLPC foca o desenho, a produção e a distribuição dos laptops do tipo XO.

Valente conta que o Nied está envolvido em outro projeto voltado ao uso de laptops em sala de aula, batizado de Um Computador por Aluno (UCA), este coordenado pelo Ministério da Educação (MEC). Por meio do Uca, outra escola municipal de Campinas, cujo nome ainda não foi definido, também receberá cerca de 500 máquinas. Ao todo, 350 estabelecimentos de ensino do país participarão da experiência. “Com os dados que obteremos desse outro projeto, teremos como estabelecer comparações sobre os resultados alcançados nas duas iniciativas”, diz. (Manuel Alves Filho)

 

Geromel recebe Honoris Causa
da Universidade Paul Sabatier

(Foto: Antoninho Perri) 8/3/2010 – Em dezembro de 1976, o jovem estudante José Cláudio Geromel, (à direita) então com 24 anos, deixou o Brasil em direção à França, mais especificamente à cidade de Toulouse. Depois de ter concluído a graduação e o mestrado na Unicamp, sua meta era realizar o doutorado de estado no Laboratório de Automação e Análise de Sistemas (LAAS), unidade ligada ao Conselho Nacional de Pesquisa Científica daquele país. Na última semana, 34 anos depois da viagem às plagas francesas, Geromel, docente da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC), recebeu uma correspondência do presidente (reitor) da Universidade Paul Sabatier. A missiva informava ao cientista brasileiro, um dos mais renomados em sua área de atuação, que a instituição acabara de lhe conferir o título de Doutor Honoris Causa, atendendo a uma proposta do LAAS.

A entrega da honraria a Geromel ocorrerá no próximo dia 23 de junho, em Toulouse. Antes, no dia 2 do mesmo mês, o professor da Unicamp ministrará uma das conferências plenárias na Conferência Internacional Francofônica de Automática. “Imagine, um brasileiro abrindo um evento científico com este título”, diverte-se o cientista, demonstrando um desapego que lhe cai muito bem, mas que destoa das contribuições que tem feito ao longo das últimas três décadas ao desenvolvimento da ciência em sua área de atuação. Sobre a concessão do título Honoris Causa por parte da Universidade Paul Sabatier, Geromel também evita manifestações de arroubos, embora abra o sorriso para falar sobre o assunto. “Evidentemente, recebi a notícia dessa honraria com muita alegria. Penso que é um grande reconhecimento ao trabalho que venho realizando ao longo da minha carreira”.

Mais do que uma satisfação pessoal, Geromel considera que o título também confere visibilidade à Unicamp e, mais especificamente, ao grupo de pesquisa que ele coordena na FEEC. “Aliás, esse trabalho que realizo com os estudantes me traz grande satisfação. Gosto de trabalhar com os jovens porque eles demonstram grande entusiasmo com os desafios propostos. Aliás, tenho tido muita sorte. Meus alunos são excelentes. Além disso, a cada ano que passa percebo que os que chegam estão cada vez mais bem preparados”, avalia. Atualmente, o cientista tem desenvolvido estudos com a colaboração de uma estudante de doutorado (Grace Deaecto) e dois alunos de pós-doutorado (Rubens Korogui e Alim Gonçalves). “Minhas pesquisas se concentram mais no campo teórico. Embora reconheça que a ciência aplicada tem grande relevância, este não é exatamente o foco do meu trabalho”, explica.

Retornando ao assunto da concessão do título de Doutor Honoris Causa por parte da Universidade Paul Sabatier, Geromel, que já cumpriu a função de pró-reitor de Pós-Graduação da Unicamp, revela a expectativa de reencontrar alguns de seus contemporâneos nessa sua volta a Toulouse. “Eu mantenho relações com alguns colegas de lá, mas perdi o contato com outros. Na França, vivi um período importante da minha vida, graças ao incentivo do professor Yaro Burian Júnior, que me orientou no mestrado aqui na Unicamp e achou por bem me mandar para continuar meus estudos no LAAS”. Mas o que um cientista que alcançou reconhecimento internacional, produziu inúmeros artigos científicos [alguns dos quais frequentemente citados em outras obras] e que mereceu a honraria máxima de uma importante instituição de ensino e pesquisa da França ainda pode aspirar? Com a palavra, o próprio Geromel, filho de uma modesta família de Itatiba, cidade vizinha a Campinas: “Espero continuar trabalhando mais uns tempos da mesma forma”. Votos sejam feitos.
(Manuel Alves Filho)


 
Untitled Document
 
Untitled Document
Jornal da Unicamp - Universidade Estadual de Campinas / ASCOM - Assessoria de Comunicação e Imprensa
e-mail: imprensa@unicamp.br - Cidade Universitária "Zeferino Vaz" Barão Geraldo - Campinas - SP