| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 360 - 28 de maio a 10 de junho de 2007
Leia nesta edição
Capa
Artigo: Incrível Felowships
Colírio chega à indústria
Energia do sucroalcooleiro
Perfil - Fernando Galembeck
Juniores: líderes empreendedores
Impactos de hidrelétricas
Celso Botura
Inova
Rede de atenção ao câncer
Painel da semana
Teses
Unicamp na mídia
Portal no JU
Livro da semana
Economia: Basiléia
Saúde em jogo
 


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Quando a inovação entra na agenda

Roberto Lotufo, diretor executivo da Inova: “É preciso buscar os melhores meios de incentivar a criação de empresas com forte valor agregado em ciência e tecnologia”Na entrevista que segue, o diretor executivo da Agência de Inovação Inova Unicamp, professor Roberto Lotufo, analisa o papel do empreendedorismo e da inovação na Unicamp. Fala também das iniciativas da agência no sentido de disseminar a cultura da inovação entre os jovens empreendedores. “A Inova procura apenas apontar caminhos. Temos incentivado as empresas juniores não apenas na busca de uma interação com o setor empresarial, mas também na análise de possíveis tecnologias desenvolvidas na Universidade que possam ser disponibilizadas para a sociedade”.

Jornal da Unicamp – Pode-se afirmar que já existe um conceito de empreendedorismo que traga a marca da Unicamp?
Roberto Lotufo
– As características do empreendedorismo na Unicamp são, de fato, muito peculiares. As comparações são complicadas, é bom evitá-las. Não temos, por exemplo, cursos formais voltados para o tema na Universidade. Algumas universidades adotam isso como política institucional, colocando esses cursos na grade regular. Não é essa a nossa política. O conceito que predomina na Unicamp é diferenciado, até por ela ter uma atividade de pesquisa muito forte e de inegável qualidade científica e acadêmica. Isso faz com que o empreendedorismo desenvolvido na Universidade seja diferente do convencional.

JU – Quais são os fundamentos que norteiam esse conceito diferenciado?
Lotufo
– Temos fundamentos muito bons e já arraigados. O aluno da Unicamp, por exemplo, aprende muito fora de aula. Há um grande número de atividades extra-classe, que vão desde a iniciação científica até o pós-doutorado. Em paralelo, temos as empresas juniores, as diversas atividades de extensão e, em particular, a Inova.

Um exemplo interessante é o evento do “i – inovação e tecnologia” , organizado pelas empresas juniores das engenharias de Mecatrônica e da Computação [leia texto abaixo]. Trata-se de um caso típico de um assunto que migrou do mercado de trabalho para a inovação. É uma evolução – essa cultura acaba sendo difundida. E, quando você fala em inovação, o empreendedorismo tecnológico e científico tem mais espaço.

É o resultado de uma política de avanço dos alunos mais alinhados a um tipo de empreendedorismo que não se resume à busca de um estágio ou de um bom emprego. Eles já estão também com um pé na questão da inovação.

JU – Que avaliação o senhor faz da inserção do aluno da Unicamp nesse ambiente. Trata-se de uma tendência?
Lotufo –
Posso dizer que é um movimento nacional. A gente tem avançado nesse sentido, até porque os alunos da Unicamp exercem uma liderança muito expressiva nas entidades representativas de empresas juniores, em níveis estadual e nacional. Esse evento, o “i”, demonstra a evolução dos nossos estudantes. São eles os protagonistas. Esses alunos estão, certamente, exercendo uma liderança que servirá de exemplo para outras empresas juniores.

É uma nova forma de buscar o empreendedorismo. Já está sendo apontado que, quando se menciona a inovação, está se falando de pequenas empresas tecnológicas, de spin-offs, de start-ups, de fundo de investimento, de capital semente, de capital de risco, de prospecção tecnológica, de propriedade intelectual. É um outro contexto, que forma a base do empreendedorismo tecnológico. Ele está sendo colocado na agenda das EJs.

A Inova procura apenas apontar caminhos. Temos incentivado as empresas juniores não apenas na busca de uma interação com o setor empresarial, mas também na análise de possíveis tecnologias desenvolvidas na Universidade que possam ser disponibilizadas para a sociedade. Entendemos também que as EJs são um bom local para treinamento profissional. Percebemos que a maioria dos presidentes e alunos envolvidos com as empresas juniores se tornam empresários no futuro.

JU – O que a Inova tem feito para estimular a inovação?
Lotufo
– A Inova tem implementado, articulada a vários atores, iniciativas para que essa cultura seja disseminada. Uma delas, talvez a que tenha mais diretamente a ver com as EJS, é o programa de pré-incubação, cujo coração é o espaço das empresas juniores e as unidades de ensino e de pesquisa da Unicamp. São espaços ideais para o aprendizado e para a difusão de atividades empreendedoras.

A pré-incubação é um programa de duração de 12 meses por meio do qual um grupo de alunos analisa uma tecnologia ou idéia associada aos cursos que fazem. Eles são coordenados por um mentor acadêmico, que normalmente é o orientador do trabalho, além de um mentor empresarial, que é alguém com experiências e visões de negócios para os nossos alunos. Eles dão orientações e ajudam no encaminhamento dos projetos, apontando as oportunidades e analisando as dificuldades de converter idéias e conhecimentos em negócios.

Por meio do programa, procuramos incentivar a solicitação de financiamento de projetos – a Fapesp tem um programa denominado PIPE, que apóia pequenas empresas –, com o objetivo de incentivar o aluno a já pensar num possível negócio, em sua futura empresa. O programa tem sido muito bem-sucedido.

Além disso, temos a própria Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp [Incamp], que atualmente conta com doze empresas incubadas. A idéia, inclusive, é a de que nesse programa de pré-incubação tenhamos os candidatos naturais para serem incubados, não só na Incamp – que nem sempre tem novas vagas disponíveis, mas também na Softex e na Ciatec, outras duas incubadoras de Campinas.

Outro movimento interessante é o Unicamp Ventures, rede de relacionamento formada por ex-alunos empresários que, em comum, utilizaram o conhecimento adquirido na Unicamp para montar seus negócios. Existe uma sinergia muito interessante entre eles e nossos alunos. A rede vem contribuindo bastante nesse processo, inclusive promovendo uma discussão sobre incubação é pré-incubação. A própria comunidade colocou esta temática em discussão.

Outro programa da Inova é o Programa de Investigação Tecnológica [PIT]. Neste programa, treinamos alunos para que, supervisionados, analisem a viabilidade técnica e econômica das solicitações de patente pelos pesquisadores. Este programa difunde os conceitos de inovação entre alunos e professores. Queremos que eles entendam também todo o processo de inovação gerado pela e na universidade. Estimular o empreendedor a buscar tecnologias nascidas aqui e voltadas para a sociedade. Esse é o viés que procuramos dar na maioria dos nossos programas.

Talvez valesse mencionar também um projeto-piloto que temos na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação [FEEC], por meio do qual a unidade oferece a disciplina Introdução ao Empreendedorismo e Inovação Tecnológicos em conjunto com a Inova. Trata-se de uma disciplina eletiva, por meio da qual procuramos associar a pré-incubação às aulas normais. Nossa intenção é levá-la para toda a universidade, na condição de curso optativo.

JU – Em que medida o ensino e a pesquisa potencializam esse ambiente?
Lotufo
– Não tenho dúvida de que potencializam. Apesar de não termos explicitamente nenhuma disciplina voltada para o empreendedorismo, esse ambiente favorece as iniciativas nessa área. Nosso caminho é estimulá-lo. Acho que é isso que a gente está tentando equacionar. Os alunos têm solicitado o oferecimento de disciplinas que discutam propriedade intelectual, ambiente de inovação e temas correlatos. É preciso buscar os melhores meios de incentivar a criação de empresas com forte valor agregado em ciência e tecnologia.

NO TOPO
Alunos da Unicamp que assumiram posições
de liderança no MEJ nos últimos anos

* 2007: Daniel Junqueira (presidente da Fejesp e presidente do Conselho da Confederação Brasileira de Empresas Juniores [Brasil Junior]; André Sepulveda (conselheiro da Brasil Júnior); e Luiz Piovesana (diretor vice-presidente da Fejesp).

* 2006: Daniel Junqueira (presidente do Conselho da Fejesp); Bruno Villela (presidente da Fejesp); e José Frederico (presidente da Brasil Junior).

* 2005: José Frederico (Presidente do Conselho da Brasil Junior); Alishan Khan (presidente do Conselho da Fejesp).

* 2004: Vitor Queiroz (presidente da Fejesp); e Daniel Lago (diretor executivo da Brasil Junior).

Eventos movimentam o setor

Inovação e empreendedorismo estão na pauta de dois eventos que ocorrem na Unicamp. De 28 de maio a 1 de junho, no Centro de Convenções, acontece o “i – inovação e tecnologia”, que será promovido pelas empresas juniores Mecatron e Conpec, com o apoio das demais EJs da Unicamp. “Nossa intenção é mostrar o que vem sendo discutido no Brasil e no mundo nos campos da inovação e tecnologia”, afirma Danilo Herrero, um dos organizadores. “Apontaremos os desafios e os caminhos para a inovação tecnológica na área de Engenharia”.

Palestras, painéis, minicursos, desafios e visitas a empresas inovadoras constam da programação. O evento substitui a “Automática” e a “C&M”, que eram, respectivamente, as semanas de Engenharia Mecatrônica e de Computação. Outras informações podem ser obtidas no endereço i2007@i2007.com.br ou na página do evento: http://www.i2007.com.br/

Nos dias 31 de maio e 1 de junho, a Incubadora de software Softex Campinas e a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp) lançam a I Jornada de Empreendedorismo, que será realizada no auditório da Diretoria Geral de Administração (DGA) da Unicamp. O objetivo dos organizadores é selecionar projetos de base tecnológica ou idéias que possam se transformar em empreendimentos.

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