| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 331 - 31 de julho a 6 de agosto de 2006
Leia nesta edição
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Artista-Residente
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Faculdade de Educação
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Unicamp por 40 ângulos
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José Caldas
Cênicas: Prêmios em Blumenau
Painel da semana
Teses
Livro da semana
Veneno da copa
Câncer
 

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Coreógrafo Luiz Bongiovanni atuará junto a alunos
de graduação e pós do Departamento de Dança

Programa Artista-Residente
traz nome de destaque da
dança contemporânea

Luiz Fernando Bongiovanni, em cena: “Meu projeto na Unicamp é poder pulverizar um tipo de conhecimento teórico e prático resultante de anos de trabalho” (Foto:Divulgação )A volta do Programa Artista-Residente, depois de uma interrupção de oito anos, traz para a Unicamp o coreógrafo Luiz Fernando Bongiovanni, nome de destaque na área de dança contemporânea. Selecionado entre três nomes de grandes profissionais da área, o artista assina uma lista de mais de 13 criações coreográficas, apresentadas tanto no Brasil quanto no exterior. O artista atuará entre estudantes de graduação e pós-graduação do Departamento de Dança do Instituto de Artes de agosto a dezembro deste ano.

Entre as personalidades do mundo da dança com as quais trabalhou estão os coreógrafos Mats Ek, Ohad Naharin, William Forsythe e Nacho Duato. O bailarino dedicou-se de 2001 a 2003 ao Cullberg Ballet de Estocolmo, na Suécia, uma das principais companhias européias. No mesmo país, participou do Ballet da Ópera de Gotemburgo, de 1999 a 2001. Na Europa, coordenou workshops de improvisação e composição, baseados na técnica desenvolvida por William Forsythe e na experiência da carreira.

Além de continuar dançando, desde que voltou ao Brasil tem trabalhado na coordenação e na execução de workshops de improvisação e composição com as companhias nas quais fez trabalhos coreográficos, incluindo o Balé da Cidade de São Paulo, o Balé Guaíra, o Balé do Teatro Castro Alves, na Residência Coreográfica que coordenou na Oficina Oswald de Andrade e no Centro Cultural São Paulo, na Oficina de Improvisação e Composição. O artista também coordenou a modalidade de improvisação do evento Corpos Distintos, apresentações que finalizaram o Espaço Aberto (edições 1 e 2) do Balé da Cidade de São Paulo. Na área acadêmica, Bongiovanni ministrou o curso de extensão da Universidade Anhembi-Morumbi, no primeiro semestre de 2006, e deu aulas de improvisação e composição como convidado na Unicamp em 2005 e 2006.

O Programa do Artista-Residente da Unicamp já trouxe para a Universidade nomes como Fernando Morais, Ruy Castro e Lélia Abramo. Seu relançamento faz parte das atividades de comemoração ao Ano 40 da Unicamp e reforça a contribuição da Universidade no fomento à produção artística e intelectual brasileira. “O relançamento do programa traz para a nossa Universidade a possibilidade de manter um contato particular com a produção artística atual e ao mesmo tempo recoloca a Unicamp na vanguarda das ações relativas às relações entre a vida acadêmica e as artes em geral. Isso terá como conseqüência o aprofundamento da qualificação de nosso trabalho nesta área e a conseqüente projeção de nossos alunos envolvidos com as artes”, destaca o coordenador da Comissão do Artista-Residente, professor Eduardo Guimarães.

Para o reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, o programa viabiliza, dentro da instituição, um espaço acadêmico de reflexão sobre o processo criativo e estimula a prática da arte entre os membros da comunidade. “Em seu novo formato, o Programa Artista-Residente está integrado com outras iniciativas que amplificam seu potencial, o que permite uma participação mais efetiva e intensa da comunidade nas atividades que serão realizadas com a participação do artista. Permite, ainda, dotar a universidade de mais um instrumento de política cultural, tornando-a referência e vinculando-a aos anseios da sociedade.”

A professora Júlia Ziviani, chefe do Departamento de Dança do IA, declarou que o programa é de fundamental importância tanto para as atividades dos cursos de graduação e pós-graduação, como para o trabalho de pesquisa em dança desenvolvido no Departamento de Artes Corporais. “É um veículo que poderá somar as experiências de criação de fora da universidade com aquelas que realizamos aqui”, acrescentou. Na entrevista que segue, Luiz Bongiovanni fala sobre a proposta do trabalho a ser desenvolvido na Universidade.

A proposta – Luiz Bongiovanni afirma que a proposta de seu projeto é poder pulverizar um tipo de conhecimento teórico e prático resultante dos anos de trabalho de uma carreira nacional e internacional. “Trabalhei durante 15 anos como bailarino profissional, a maior parte deles na Europa, em companhias grandes, oficiais, e com isso acumulei experiências diversas que foram a minha formação como coreógrafo e professor. Nos últimos anos, na Europa e desde que voltei ao Brasil, tenho trabalhado principalmente como coreógrafo e professor com instituições reconhecidas no nosso país. O cerne do projeto é um curso de improvisação e composição que desenvolvi ao longo dos anos, fortemente influenciado pelo modo de trabalho de William Forsythe”, explica.

Bongiovanni acrescenta que o trabalho lida com um trânsito constante entre teoria e prática: o artista se alimenta de uma série de informações e conceitos que, após a investigação e experimentação, servem de matéria prima para elaboração de material cênico. “Resumidamente, poderia dizer que a parte teórica trabalha a interação entre anatomia e geometria corporal, num primeiro momento em capacidade de visualização, e depois com a sensibilização de várias partes corporais, descrevendo elementos de geometria plana e espacial. Neste processo, procuramos um trabalho simultâneo de interação corporal, relacionando o papel da memória junto ao espaço-tempo envolvido”, afirma.

O projeto está voltado prioritariamente para os alunos do Instituto de Artes, especialmente os da área de dança, graduação e pós, mas estão previstas atividades para qualquer aluno da comunidade que esteja interessado, palestras e masterclass. Segundo Luiz Bongiovanni, o Programa do Artista-Residente merece elogios por dar a chance de a universidade ser permeável ao cotidiano artístico. “Quando eu estudava na Escola de Comunicações e Artes da USP, nosso maior problema no Departamento de Relações Públicas e Publicidade era a falta de contato com o mercado. Eu fazia parte de um grupo de alunos inquietos que formou e fundou a primeira agencia júnior de USP para poder fazer uma ponte entre mercado e meio acadêmico. Acho que o Programa é uma iniciativa que certamente vale o investimento e espero tenha fôlego para que se repita muitas vezes, com vários artistas”.

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