| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição Especial 382 - 3 a 9 de dezembro de 2007
Leia nesta edição
Capa
Opinião: José Tadeu Jorge
Rede da elite acadêmica
Espectro do ranking
Berço da pesquisa
Celeiro de cérebros
Impacto social
O papel da universidade pública
A Unicamp de fora
Inovação internacional
Cidadãos de todas as latitudes
 


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Cidadãos de
todas as latitudes

MANUEL ALVES FILHO

Alunos na Biblioteca do Instituto de  Química: estudantes elogiam equipamentos e infra-estruturaUm dos critérios considerados pelo The Times para a elaboração do ranking com as melhores universidades do mundo é o esforço de internacionalização empreendido pelas instituições. Dentro desse processo, um dos itens avaliados pela publicação é o número de alunos estrangeiros regularmente matriculados nos cursos de graduação e pós-graduação. Nos últimos anos, a Unicamp tem ampliado os programas de atração de estudantes de outros países. Atualmente, um contingente de aproximadamente 500 jovens vindos de todas as latitudes do globo dá seqüência à sua formação na Universidade.


Opinião dos alunos estrangeiros
teve seu peso
no ranking do The Times

A alemã naturalizada canadense Melanie Rigas está concluindo o primeiro ano de graduação do curso de Pedagogia na Faculdade de Educação (FE). A Unicamp, segundo ela, sempre foi sua primeira opção em termos de universidade. “As referências que eu tinha da Unicamp eram as melhores possíveis. Agora que estou tendo a oportunidade de estudar aqui, vejo que a maioria das informações corresponde à realidade”, afirma. De acordo com ela, um dos pontos positivos da instituição é a ampla estrutura de apoio colocada à disposição dos estudantes. “O aluno se sente extremamente valorizado, pois pode contar com programas como auxílio moradia, bolsa trabalho e atendimento psicológico. Isso o deixa mais tranqüilo para se dedicar exclusivamente aos estudos”, analisa Melanie.

O português Almeida: integrante da "legião estrangeira"Melanie também classifica a infra-estrutura colocada à disposição do ensino como “muito boa”. Ela enfatiza, por exemplo, a qualidade das bibliotecas e a variedade de livros e periódicos científicos. “Além disso, os funcionários são qualificados e ajudam bastante os estudantes”.

Remigius Reinerus Maria Zautsen desenvolve o doutorado na Unicamp, mais especificamente na Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA). Nascido na Holanda, ele pesquisa na área de produção de álcool. “Escolhi o Brasil para fazer a minha pós-graduação por motivos óbvios. O país detém um bom conhecimento acumulado nesse segmento. Optei pela Unicamp por conta das boas referências que obtive”, conta. Remigius considera a Unicamp uma boa universidade. “Não consigo comparar o ensino oferecido aqui com o da Holanda, porque lá eu só fiz a graduação. Doutorado é totalmente diferente. Mas considero que aqui existem pessoas de excelente nível e que demonstram grande interesse pelo trabalho que executam. Isso gera um clima positivo para se fazer pesquisa”.

O holandês Zautsen: integrante da "legião estrangeira"O pós-graduando considera que um dos pontos altos da Unicamp é a qualidade e a quantidade de periódicos científicos colocados à disposição dos estudantes e docentes. “Com a ampliação do sistema digital, essa disponibilidade tem se tornado cada vez maior”. Um senão feito por Remigius refere-se ao uso dos laboratórios. Na opinião do holandês, eles poderiam ser mais bem aproveitados se houvesse maior integração entre as áreas. “Alguns equipamentos são muito caros e poderiam ser usados de forma compartilhada. Nesse caso, os custos poderiam ser rateados”, sugere. O holandês reserva uma critica específica ao modelo brasileiro de taxação de insumos e equipamentos importados para uso em pesquisa.

Por conta dos impostos elevados, segundo Remigius, muitos materiais tornam-se extremamente caros, o que contribui para o país ficar menos competitivo no cenário internacional. “Como os recursos destinados à pesquisa são limitados, isso se torna um fator complicador”. Outra dificuldade, acrescenta o pesquisador, refere-se aos entraves burocráticos ligados à importação. “A demora normalmente é muito grande, o que também prejudica a pesquisa”. A despeito dessas dificuldades, o holandês afirma que pretende fixar residência no Brasil depois de concluir a pós-graduação. “Assim que terminar o doutorado, devo retornar ao meu país por algum período, mas depois quero voltar para cá. O Brasil ainda pode contribuir muito para o desenvolvimento de combustíveis alternativos”, prevê.

A Unicamp tem o essencial para o desenvolvimento de boas pesquisas. A opinião é do doutorando Luis Pedro da Costa Almeida, matriculado no curso de pós-graduação da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC). Nascido em Portugal, ele executa estudos na área de fraturas de materiais. Segundo o pesquisador, o grande diferencial da Unicamp em comparação com as demais escolas de ensino superior do Brasil está na qualidade e na quantidade de livros e periódicos científicos colocados à disposição de estudantes e professores. “É importante que esse conhecimento seja trazido para cá, para que possamos desenvolver nossas próprias idéias a partir do que já existe. Se não conhecemos nada, fica impossível criar coisas novas”, afirma.

Embora considere o corpo docente da Unicamp bem preparado, Luis Pedro pensa que seria importante a sua ampliação. “O ideal seria que tivéssemos o dobro de professores, para que houvesse uma dedicação ainda maior às atividades de ensino e pesquisa”. Outra sugestão vinda do pós-graduando diz respeito às ações de caráter interdisciplinar. A seu juízo, seria necessário estimular ainda mais o diálogo entre áreas, principalmente aquelas que realizam trabalhos afins, de modo que as pesquisas ganhassem em densidade. “Às vezes, um professor da área de computação pode dar uma contribuição positiva a um estudo de engenharia civil e vice-versa. Esse modelo funciona bem nos Estados Unidos, e por isso penso que poderia ser mais bem explorado por aqui”.

Zuriñe Perales Arbizu é espanhola e faz pós-graduação na Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri), na área de geoprocessamento. Embora esteja há apenas dois meses no país, ela diz já ter boa impressão da Unicamp. “Eu venho da Europa. Pelo que pude notar até aqui, a Unicamp não tem o que invejar das instituições de lá. É uma universidade muito avançada tecnologicamente”. Outro aspecto positivo apontado por ela são as atividades culturais e esportivas oferecidas no campus de Campinas. “Acho um aspecto muito importante, pois promove a integração dos estudantes”, avalia.

A também espanhola Carla Saleta iniciou o mestrado no Instituto de Biologia (IB), mas estará retornando ao seu país de origem nos próximos dias. De acordo com ela, o período em que passou na Universidade foi positivo. “Tomei conhecimento da Unicamp por meio de um professor de história, que soube do meu interesse em estudar no Brasil. Depois, fiz algumas pesquisas pela internet e verifiquei que a Universidade desenvolvia projetos interessantes em minha área, ligada à dengue”, relata. Carla considera que a Unicamp dispõe, na maioria dos casos, de bons laboratórios. “Outros são apenas razoáveis”, afirma. Ela destaca a qualidade das bibliotecas e a infra-estrutura geral da instituição, como a ampla informatização de órgãos e unidades. “Embora não tenha dado certo a conclusão da minha pós-graduação aqui, acredito que minha passagem pela Unicamp foi boa. Penso que adquiri novos conhecimentos”.

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