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Pesquisadores mostram
mundo da mecatrônica a
alunos de escolas públicas

Grupo da Engenharia de Controle de Automação disponibiliza
equipamentos para facilitar aprendizado de estudantes


MANUEL ALVES FILHO

Os pesquisadores e alguns equipamentos: resultados positivos no treinamento com estudantes

Professores e alunos do curso de Engenharia de Controle de Automação da Unicamp, que este ano formou a sua primeira turma, encontraram uma nova aplicação para o complexo e diversificado aparato didático de que dispõem. Robôs e maquetes industriais, antes utilizados apenas para treinar futuros engenheiros, agora também servem para introduzir estudantes do ensino médio de escolas públicas ao fascinante mundo da mecatrônica. Por meio dessas ferramentas, os adolescentes descobrem que, além de partir de conceitos relativamente simples, o profissional da área produz equipamentos e processos que estão presentes no cotidiano da maioria das pessoas.

O curso de Engenharia de Controle de Automação iniciou suas atividades em 1998. De acordo com o seu coordenador, professor João Maurício Rosário, umas das preocupações dos docentes foi criar uma forte e eficiente estrutura didática que conferisse ênfase às atividades práticas, sem perder de vista a importância do suporte teórico. Assim, foram concebidos vários equipamentos, como robôs e maquetes de linhas de montagens industriais, para facilitar o aprendizado dos alunos. “Nós usamos esse instrumental tecnológico, que se vale de componentes como o Lego, para introduzir os alunos nos primeiros conceitos associados ao mundo da automatização. Com o passar do tempo, eles tomam contato com equipamentos mais sofisticados”, explica o docente.

O professor João Maurício destaca que esses recursos ajudam a desmistificar o ensino da mecatrônica, que promove a interação dos conhecimentos gerados pelas engenharias Mecânica, Eletroeletrônica e de Computação. “Embora nossos alunos sejam colocados em contato com elementos de alta tecnologia, eles percebem que os conceitos que utilizamos para gerar equipamentos e processos são relativamente simples”, afirma o docente. De acordo com ele, os sensores e atuadores empregados nas máquinas que servem às atividades didáticas são os mesmos utilizados na indústria. “O que muda é só a parte operacional”.

Os resultados alcançados no treinamento dos estudantes da Unicamp foram tão positivos, que o professor João Maurício decidiu compartilhá-los com a comunidade externa. Há dois anos, ele e sua equipe resolveram levar parte dos equipamentos usados no curso, alguns deles produzidos a partir de teses de mestrado e doutorado, para as escolas públicas de ensino médio de Campinas. O objetivo, conforme o docente, foi mostrar aos adolescentes que a mecatrônica não é um bicho de sete cabeças, como muitos ainda acreditam. O primeiro passo nessa direção é ensinar alguns professores, a maioria da disciplina de Ciências, a operar os robôs e maquetes.

Em seguida, os equipamentos são emprestados para as escolas pelo prazo de um a três dias. “Dessa maneira, nós conseguimos atingir muito mais alunos, com a vantagem de não precisar deslocá-los do seu próprio ambiente de estudo”, esclarece o professor João Maurício. A repercussão da iniciativa, segundo ele, tem sido a mais positiva possível. “Os adolescentes se sentem estimulados. A física e a matemática, por exemplo, tornam-se mais sedutoras aos olhos deles depois de tomarem contato com nossas máquinas”, acrescenta. Compõem a “parafernália” do professor João Maurício e sua equipe, sistemas robóticos que participam do Jogo da Velha, que movem peças de Lego e que fazem a mistura de tintas, além de células industriais em miniatura.

Cotidiano – De acordo com o coordenador do curso de Engenharia de Controle de Automação da Unicamp, os conceitos e equipamentos gerados pela Mecatrônica têm múltiplas aplicações e estão presentes no dia-a-dia das pessoas, embora elas nem sempre dêem conta. O semáforo inteligente, que controla automaticamente o fluxo de veículos nas ruas das grandes cidades, entre elas Campinas, é um exemplo dessa contribuição. Mas não é só isso. A mecatrônica também está na construção civil, por meio da automação dos edifícios, ou na área hospitalar, por intermédio de equipamentos mecatrônicos no auxílio a deficientes, na tele-cirurgia e na biomecânica, que produz próteses robotizadas.

O avanço do conhecimento nessa área da automação, conforme o professor João Maurício, já permite gerar tecnologia antes presente somente nos livros e filmes de ficção científica. Na Europa, Estados Unidos e Japão, por exemplo, já está em operação, em fase experimental, o cybercar, veículo inteligente que dispensa o motorista. Dotado de sistema de navegação automática e de GPS (geoposicionamento por satélite), o carro pode ser programado para percorrer o trajeto desejado. Em Paris, quatro linhas de metrô já transportam milhares de passageiros ao dia sem que as composições disponham de condutor, graças à tecnologia.

 

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