Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 249 - de 26 de abril a 2 de maio de 2004
Leia nessa edição
Capa
Artigo: estatização de vagas
Cartas
Soja: perigo nos novos fronts
FEA: melhoria de alimentos
Autonomia dos enfermeiros
Bambu: tratamento de esgoto
Empresas juniores
FEM: "cadeira" para crianças
Unibanda: acesso à música
Básico: valoriza graduação
Painel da semana
Unicamp na mídia
Oportunidades
Teses da semana
O quitandeiro
Geoprocessamento
 

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Aprovado em seu conceito, protótipo será transformado em produto que se submeterá às normas legais

FEM testa nova ‘cadeira’ para

proteção de crianças em veículos


LUIZ SUGIMOTO


Detalhes do dispositivo desenvolvido na FEM: cintos adicionais de retenção garantem segurança em impacto a 50 km/h no campo de provasA Unicamp acaba de solicitar a patente de um novo dispositivo de segurança para o transporte de crianças em veículos. Trata-se de uma placa fixada ao banco traseiro com o próprio cinto do automóvel, e dotada de cintos adicionais que asseguram a retenção da criança com número maior de pontos. Esses cintos, fabricados com material de qualidade de uso automotivo, são reguláveis para crianças entre 3 e 10 anos de idade, garantindo uma "ancoragem" de modo anatomicamente correto e impedindo que elas se deitem ou fiquem em pé no banco.

"As cadeiras tradicionais ainda são as mais adequadas para crianças até 3 anos, mas, a partir dessa idade, podem ser substituídas pelo novo dispositivo com vantagens, sobretudo no preço, que deve ficar em um terço daquele cobrado pelo similar mais barato do mercado", afirma o professor Celso Arruda, da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM), que pesquisa materiais absorvedores de impacto e coordena o projeto denominado Criança & Segurança. O pesquisador acrescenta que esse equipamento é compacto - ocupando muito menos espaço que a cadeira convencional - e de fácil instalação. "Ele nem precisa ser retirado para que um adulto ocupe o assento traseiro. Outra vantagem é sua adequação ao nosso clima, pois está livre de acolchoados", afirma Arruda.

Dispositivo deve custar um terço do similar

Detalhes do dispositivo desenvolvido na FEM: cintos adicionais de retenção garantem segurança em impacto a 50 km/h no campo de provasA concepção da "cadeira" desenvolvida na FEM é simples como a de uma mochila. Uma alça em cada ombro, e uma terceira na cintura, permitem que a criança fique apoiada de modo seguro na cadeira. O dispositivo é preso ao banco com o próprio cinto de segurança do veículo, sendo que recortes nas laterais, por onde é trespassada a alça vertical do cinto, garante que este fique na altura do peito e não do pescoço. Se imaginarmos a criança sentada de frente, veremos que ela estará protegida por cinco pontos, os três do cinto e mais dois das alças, sem qualquer desconforto, com pernas e braços permanecendo livres.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, condições inadequadas de transporte respondem por 25% das mortes de crianças e adolescentes por causas externas (violência e acidentes). Este percentual se refere ao ano de 1998, quando ocorreram 21.692 óbitos, sendo 5.565 atribuídos à falta de segurança no transporte. As crianças, especificamente, estão sujeitas a traumatismos quando projetadas ao banco da frente do veículo ou ao pára-brisa. O uso do cinto abdominal pode causar laceração das vísceras e, mesmo o cinto de três pontos, só deve ser utilizado por crianças acima de 1,45m de altura, sob risco de provocar enforcamento.

Teste na GM - No dia 16 de abril, a nova cadeira passou bem por um ensaio no campo de provas da General Motors, em Indaiatuba, com um boneco de peso e tamanho de uma criança de seis anos. "Aproveitamos o ensaio de colisão traseira de um Vectra contra um novo protótipo de pára-choque, a 50 km/h, e as imagens revelaram que a placa não se deslocou em relação ao banco e que o deslocamento da cabeça do boneco foi mínimo. O teste provou que o conceito do uso de placa, o que é inovador, está correto", anuncia o professor Celso Arruda.

O próximo passo será o desenvolvimento do produto, que precisa ser testado e certificado dentro da NBR 14400, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), recebendo o selo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia) para comercialização. "Uma empresa já demonstrou grande interesse em adquirir a licença, mas haverá a exigência de a Unicamp acompanhar o processo de fabricação. Para isso, estamos criando uma empresa encubada para asse-gurar os padrões de qualidade", salienta o pesquisador.

O ensaio na GM foi programado, a priori, para testar o primeiro pára-choque com lâmina de alumínio, igualmente projetado na FEM. O objetivo é chegar a um equipamento com peso substancialmente reduzido (em até 50%), além de muito mais resistente à corrosão. Segundo Celso Arruda, a lâmina de alumínio resistiu, mas a longarina do caminhão dobrou com o impacto, o que acabou invalidando este primeiro teste.

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