| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Enquete | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 208 - 31 de março a 3 de abril de 2003
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ARTIGO

Cooperação com a América Latina

LUÍS CORTEZ



Dentro de sua política de cooperação internacional em ciência e tecnologia, a Unicamp tem obtido um importante retorno em suas iniciativas de cooperação com a América Latina. Podemos citar como alguns dos exemplos dessa bem-sucedida iniciativa o grande número de professores da Unicamp, nas diversas áreas de ensino, que são de origem latino-americana, mais notadamente da Argentina, além dos cerca de 300 dos nossos 375 alunos estrangeiros que vêm do continente latino.

Essa política de cooperação internacional, que vem sendo desenvolvida desde a fundação da Universidade, tem como finalidade aumentar a integração científica e tecnológica entre nossos países. Mesmo com esse passado positivo, é preciso buscarmos a intensificação da interação com nossos vizinhos. Uma política para incrementar o intercâmbio regional, notadamente na Argentina e no Chile, requer as seguintes ações:

  • aumentar a visibilidade da Unicamp junto à comunidade científica nos países sul-americanos;
  • estabelecer programas de cooperação no nível da pós-graduação;
  • aumentar as oportunidades para argentinos e chilenos virem estudar e desenvolver pesquisa na Unicamp, ampliando da mesma forma as oportunidades para que os nossos professores e alunos complementem seus estudos e suas pesquisas em colaboração com universidades de prestígio nesses países.

No campo da visibilidade foi realizada uma missão à Argentina e Chile em agosto passado com visita às universidades de Buenos Aires (UBA), de La Plata (UNLP), de Córdoba (UNC), e às universidades do Chile (UC) e de Santiago de Chile (USACH), onde foram apresentadas palestras sobre a Unicamp, nossas áreas de ensino e pesquisa e as oportunidades e programas de intercâmbio, principalmente da Capes, CNPq, Fapesp e OEA, além de reuniões com instituições de fomento para discussão de possíveis parcerias e novas oportunidades. Em todas as universidades citadas a receptividade foi sempre excelente e o interesse do público manifestado sempre através de muitas perguntas e agendas lotadas. Ficou claro a todos o grande interesse da Unicamp e do Brasil em ampliar e fortalecer as relações econômica, científica e tecnológica no continente latino-americano; a Unicamp, como centro de excelência em ensino e pesquisa, tem um importante papel na condução e liderança das discussões regionais sobre o tema.

Um importante produto da iniciativa de 2002 foi a aprovação de seis projetos de cooperação dentro do programa "Centros Associados" da Capes, envolvendo unidades da Unicamp e universidades argentinas: do nosso Instituto de Biologia com a Universidad de Córdoba, da Faculdade de Engenharia de Alimentos com a Universidad Nacional de Entre Ríos e de diferentes convênios dos Institutos de Física, Geociências e Química com a Universidad de Buenos Aires, e da Faculdade de Engenharia de Alimentos com a Universidad Nacional de Entre Ríos. Estes projetos permitirão o intercâmbio de professores e alunos de pós-graduação, representando mais bolsas para alunos da Unicamp, mais recursos para mobilidade e novas perspectivas de pesquisas conjuntas.

Novos projetos serão sempre bem-vindos e nossa meta é termos pelo menos um projeto de cooperação internacional para cada programa de pós-graduação da Unicamp. As oportunidades da Capes para esse tipo de projeto são lançadas periodicamente e os programas de pós-graduação que ainda não contam com este tipo de colaboração tem sempre a oportunidade de participar (ver www.capes.gov.br). Outras ações estão em curso, como o apoio à iniciativa do IEL de promover o estudo da língua portuguesa e o exame de proficiência em língua portuguesa – CELP-Bras – para candidatos estrangeiros e junto a grupos de ensino de línguas das universidades latino-americanas.

Ainda com a UBA, a Unicamp, através de sua Incubadora de Empresas, a Incamp, elaborou e submeteu um projeto ao Programa Alfa da Comunidade Européia, no final de 2002, com o fim de promover suas empresas incubadas.

Para o Chile contamos com o Programa CNPq-Conicyt, para o qual estamos preparando um projeto de cooperação em biotecnologia envolvendo estudos conjuntos sobre o genoma humano e vegetal, processos industriais, e pós-colheita de frutas e hortaliças. A identificação do tema biotecnologia foi uma escolha do Conicyt, que considerou as potencialidades atuais e futuras para cooperação entre o Chile e a Unicamp.

No plano da cooperação em rede, trabalhamos para fortalecer as relações com a Associação das Universidades do Grupo de Montevidéu (AUGM). Estamos encorajando a participação da Unicamp em núcleos de pesquisa de interesse estratégico e ampliando nossa participação nos programas de intercâmbio acadêmico Escala Estudantil. Entre 10 e 15 de abril próximo estaremos sediando a 35a reunião dos reitores da AUGM. No dia seguinte à reunião teremos a oportunidade de conhecer e discutir as políticas de C&T dos países envolvidos no Seminário "Políticas y estrategias en Ciencia y Tecnologia en los países del Mercosul" através de um evento aberto ao público e que contará com a participação de professores, pesquisadores e autoridades governamentais de países da América do Sul.

Neste momento, início de abril, está em curso a realização de uma segunda missão à Argentina e ao Chile cujo objetivo é a assinatura por parte dos reitores da Unicamp e da UBA de um acordo de cooperação para implantar, já em 2003, uma cátedra sobre o Brasil na UBA e outra cátedra sobre a Argentina na Unicamp. Todas as áreas do conhecimento (humanas, biomédicas, exatas e tecnológicas) participarão, em rodízio, desse programa de cátedras, viabilizado graças ao Convênio Unicamp-Grupo Santander/Banespa, que financiará sua implantação e manutenção, oferecendo bolsas e cobrindo as despesas de viagem dos participantes.

Em breve deveremos ter um novo programa de cátedras com a Espanha, atualmente em fase de análise e aprovação do projeto para financiamento e, possivelmente, em breve poderemos criar cátedras conjuntas com outros países ibero-americanos, dentro do mesmo convênio. Pretende-se que estes benefícios também sejam estendidos ao intercâmbio de alunos de graduação.

As oportunidades existem e podem ser aproveitadas. A Unicamp pode usar os programas existentes e utilizá-los como base para sua internacionalização. A busca de novas oportunidades e uma maior liderança regional deve ser um caminho natural a ser seguido por nossa universidade.


Luís Cortez é professor da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) e coordenador da Coordenadoria de Relações Internacionais (Cori) da Unicamp

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