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......ANO XV -Nº 161 - Abril 2001

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Novela atinge entre 20 e 30 pontos no Ibope
Novela atinge entre 20 e 30
pontos no Ibope

A telenovela Malhação, objeto da pesquisa de Maria Inez Masaro Alves, estreou na Rede Globo em 24 de abril de 1995, mantendo-se no ar até hoje. Obtém entre 20 e 30 pontos no Ibope. Cada ponto corresponde a 80 mil espectadores, o que dá a dimensão da atração que a trama provoca em adolescentes, principalmente nas meninas. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2000, quando a pesquisadora trabalhava em sua tese, a média era de 27 a 30 pontos. Nos primeiros anos de exibição, este índice ficava entre 18 e 20 pontos.

Durante esses seis anos no ar, Malhação tem passado por mudanças de enredo, personagens, flexibilidade e mobilidade, sempre visando elevar o número de telespectadores. “Não há como negar que todas as reformulações foram provocadas pelas oscilações de audiência e resultam das constantes pesquisas atualizantes junto a seus espectadores. É uma demonstração de cumplicidade e uma negociação entre o meio e o espectador, que continuam garantindo a audiência”, escreve Maria Inez em sua tese.

No início, a trama ocorria numa academia de ginástica e aeróbica para jovens de classe média alta do Rio de Janeiro, tendo como música de abertura Assim Caminha a Humanidade, do pop Lulu Santos. A letra, segundo Maria Inez, não deixa de ser uma caracterização do público a que se destina: apático, lento e indeciso. “Assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade. Não vou dizer que foi ruim, também não foi tão bom assim”, diz um trecho da música.

De acordo com a pesquisadora, até hoje não existe um enredo seqüencial em Malhação. “As estórias vão sendo geradas nos relacionamentos que acontecem nos intervalos entre aulas ou exercícios, encontros e desencontros, paixões correspondidas ou não, traições amorosas, envolvimento com drogas e preconceitos”, afirma. Atualmente, um dos temas é a Aids. Mas é a virgindade, e consequentemente o sexo, a predileção dos autores..

 

Estudante avaliza pesquisa

Cecília dos Santos, de 15 anos, aluna da 8ª série da Escola Barão de Ataliba Nogueira, em Campinas, endossa as constatações da pesquisadora e pedagoga Maria Inez Massaro Alves. A estudante vê a novela Malhação há mais de um ano e tem roupas compradas depois de observar o que vestem as personagens Bia e Joana, interpretadas pelas atrizes Fernanda Nobre e Ludmila Dayer.

A adolescente também acha “legal” o comportamento dos namorados Joana e Marcelo – o ator Fábio Azevedo –, galã e jogador de watterpolo. “O casal se preza pela fidelidade, conversa sobre os problemas. O que considero bom na novela, tomo como exemplo”, admite a adolescente.

Malhação não está presente na vida da estudante somente pelas cenas de namoro ou por causa dos meninos “sarados”. No início deste ano, um dos trabalhos exigidos em sua escola foi sobre homossexualismo. A novela abordou o tema recentemente e serviu como fonte de estudo. “Achei muito interessante o trabalho. Pessoalmente sou contra qualquer discriminação”, afirma.

Segundo Cecília, a maior parte das colegas de classe vê Malhação. Coincidência ou não, começou a namorar depois que passou a acompanhar a novela. Só perde a trama quando tem compromissos urgentes, mas se diz consciente de que nem tudo o que se vê na televisão pode ser adaptado à realidade. “Sei que quase tudo é coisa de novela”.

Mar de rosas – Liliane de Souza, 16 anos, cursa o 2º ano do ensino médio e também vê Malhação, mas com um olhar crítico. “Eles (personagens) estão fora da realidade. Na novela todo mundo é bonito, perfeito, ‘sarado’. Ninguém tem problemas e a vida não é assim”, pondera.

Para a adolescente, a novela influencia negativamente os jovens. “Não é o meu caso, mas admito que tem muita gente que copia”, diz Liliane. Questionada por que, então, vê a trama, ela comenta: “Na televisão aberta a gente não tem o direito de escolher. Vê o que passa. São poucos os canais”. O mesmo, segundo a estudante, não acontece com jovens das classes mais favorecidas, que têm a opção dos canais pagos, que oferecem variedade maior.

Frustração – A pedagoga Maria Inez Masaro Alves adverte que um dos maiores problemas de quem se espelha apenas na ficção, moldando a partir dela a vida real, é justamente o empobrecimento da experiência, que provoca a frustração. “O adolescente passa a ver que sua família não se comporta como a da telenovela, que seus pais não são tão esclarecidos, não tratam dos problemas do mesmo modo e, muito menos, que no final tudo dá certo”, afirma. Pecado maior comete o jovem ao se espelhar na novela para conquistar um namorado. “A experiência, neste caso, não é a real, mas a da ficção”, finaliza a pesquisadora.

 


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