Explorando asteroides: A chegada da OSIRIS-REx a Bennu

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Ao mesmo tempo em que a InSight inicia nestes dias suas atividades na superfície de Marte, enviando fotos do local do pouso, “espreguiçando” seu braço robótico, gravando os sons produzidos pelo vento na superfície do planeta e tirando uma “selfie”, outras missões da NASA prosseguem rumo ao ambicioso e fascinante objetivo de desvendar o nosso sistema planetário.

Uma dessas missões é a OSIRIS-REx, que há poucos dias concluiu sua viagem de mais de dois anos e dois milhões de quilômetros percorridos, tendo chegado ao seu destino, o asteroide Bennu. A espaçonave inicia agora a sua missão científica, levantando durante os 18 meses em que orbitará o asteroide uma grande quantidade e variedade de informações por meio de seus instrumentos de sensoriamento remoto. Estes incluem três câmeras que irão mapear todos os detalhes da superfície e ajudar a escolher os locais em que serão retiradas amostras do asteroide, um altímetro a laser (LIDAR) que irá fornecer as informações sobre a topografia e dois espectrômetros, um deles operando no espectro da luz visível e infravermelha e outro de emissão termal, destinados a fornecer informações precisas sobre os compostos orgânicos e inorgânicos que constituem Bennu por meio das suas assinaturas espectrais.

Representação artística da espaçonave OSIRIS-REx orbitando sobre Bennu (Crédito: NASA Goddard Space Flight Center)
Representação artística da espaçonave OSIRIS-REx orbitando sobre Bennu (Crédito: NASA Goddard Space Flight Center)

Bennu tem um formato rômbico que lembra o dos diamantes brutos. O asteroide tem quase 500 metros em seu eixo maior e é composto por um agregado de poeira e rocha, ricos em carbono. Como outros asteroides, acredita-se que ele represente material que restou do processo de formação do sistema solar, há cerca de 4,6 bilhões de anos. Por esse motivo, Bennu, com sua superfície escura devido à alta concentração de carbono, pode ser considerado como uma “cápsula do tempo” que preserva, praticamente sem qualquer alteração, o material primordial que formou o sistema solar.

Imagem do asteroide Bennu tomada no final de outubro de 2018 por uma das câmeras da OSIRIS-Rex a uma distância de cerca de 300  km (Crédito: NASA/Goddard/University of Arizona)
Imagem do asteroide Bennu tomada no final de outubro de 2018 por uma das câmeras da OSIRIS-Rex a uma distância de cerca de 300  km (Crédito: NASA/Goddard/University of Arizona)

O interesse em investigar Bennu tem vários ângulos. O primeiro deles é estabelecer sua composição em detalhes, uma vez que corpos como Bennu podem ter sido responsáveis por terem trazido, por meio de colisões ocorridas ao longo do tempo, compostos primordiais hoje encontrados na Terra, como a água. Asteroides do tipo do Bennu podem também ter introduzido em nosso planeta compostos orgânicos que deram origem às formas primitivas de vida e que posteriormente evoluíram para a vida que conhecemos hoje.

Outro motivo para conhecer Bennu em detalhe é que existe a possibilidade, embora muito remota, de que ele venha um dia a se chocar contra a Terra. Observações detalhadas de sua órbita feitas desde a sua descoberta em 1999 mostraram que ela vem se alterando aos poucos, o que poderia, a longo prazo, provocar sua mobilidade em direção ao nosso planeta.

Finalmente, a missão visa também analisar a possibilidade futura de fazer mineração em asteroides, que contêm matérias-primas importantes, como metais (ferro, platina, alumínio, entre outros) e até mesmo compostos utilizados para a fabricação de combustível para foguetes.

A OSIRIS-REx não será a primeira missão a coletar amostras de asteroides, pioneirismo esse alcançado pelas missões japonesas Hayabusa 1 e 2. A primeira coletou amostras do tamanho de grãos de poeira do asteroide Itokawa (cuja composição é majoritariamente rochosa e metálica) e as retornou à Terra em 2010, enquanto a segunda chegou ao asteroide Ryugu (de composição principalmente carbonácea) em junho de 2018, com o objetivo de coletar amostras que retornarão à Terra no final de 2020.

O aspecto inovador da OSIRIS-REx é que a própria espaçonave, após concluir a fase inicial de mapeamento a uma altura de 19 km, irá tocar rapidamente sua superfície por meio de um braço articulado contendo em sua extremidade um dispositivo de amostragem. Ao tocar suavemente a superfície do asteroide, um forte jato de nitrogênio com duração de até 5 segundos soltará fragmentos de rocha e poeira, que serão recolhidos pelo dispositivo de amostragem. Espera-se com isso obter até 2 kg de amostras. O aparato carrega cápsulas de nitrogênio que permitirão coletar três amostras. Essas amostras serão retornadas à Terra em uma cápsula equipada com escudo de proteção ao calor para resistir ao atrito na passagem pela atmosfera terrestre e um paraquedas para faze-la pousar em segurança, o que deve ocorrer em 24/09/2023.

Já nos primeiros dias dessa operação os dois espectrômetros a bordo da OSIRIS-REx revelaram algo de grande importância: a presença na superfície de compostos de oxigênio e hidrogênio denominados hidroxilas. Esses compostos parecem estar presentes em argilo-minerais distribuídos por toda a superfície de Bennu, indicando que, em algum momento de sua história geológica, as rochas ali presentes interagiram com água em estado líquido. Isso provavelmente ocorreu ainda quando Bennu era parte de um outro corpo muito maior, que teria sido fragmentado por uma colisão cósmica.

Os próximos meses serão certamente pródigos em novas e importantes informações sobre Bennu, enquanto aguardamos o retorno em 2023 das amostras coletadas em sua superfície!

 

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Representação artística da espaçonave OSIRIS-REx orbitando sobre Bennu (Crédito: NASA Goddard Space Flight Center)

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