Roteiro, por Ugo Giorgetti

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Ugo Giorgetti sentado em frente a plateia
Ugo Giorgetti fala sobre Roteiro no primeiro encontro de seu curso livre de cinema

Encontro número um: Roteiro. Cena 1: Ugo Giorgetti está em frente a plateia do Auditório da Diretoria Geral de Administração (DGA) Unicamp. Plano aberto para o auditório: há câmeras e celulares prontos para gravar e alunos inscritos, que esperam para aprender com o cineasta. Plano americano no reitor Marcelo Knobel: ele dá boas-vindas e diz que é uma satisfação receber o cineasta paulista como primeiro convidado do Programa “Hilda Hilst” do Artista Residente da Unicamp.

Cena 2: É a vez de falar do professor Anderson Fauth, coordenador adjunto do Instituto de Estudos Avançados (IdEA) da Unicamp. Ele faz uma breve apresentação do programa e do cineasta: “O Ugo nasceu em 1942. Ugo César Giorgetti. Ugo cresceu em São Paulo, conhece São Paulo. Tem 19 filmes, ganhou vários prêmios. Começou na verdade fazendo filosofia e depois foi trabalhar na publicidade...”.

Corte para Ugo Giorgetti. Ele recebe um microfone mas prefere mesmo é falar sem o equipamento, o que gera alguns protestos de quem estava sentado mais atrás. Vai logo avisando que não tem nenhuma didática e que ninguém vai, ali, aprender a fazer um roteiro: coisa que, em tese, qualquer pessoa que saiba escrever já estaria habilitada a fazer, diz. O cineasta fará mais doze encontros com temas diferentes. 

Voltando ao roteiro: uma peça provisória, algo que serve para dar uma ideia dos gastos de um filme, mas uma peça de sedução. São algumas das definições de Giorgetti. Entre anedotas dos bastidores da produção cinematográfica brasileira e pitacos diversos sobre filmes e diretores, o cineasta descreveu, sem pretensão, como foi produzido o roteiro de cinema europeu no pós-guerra, especialmente na França e Itália, em comparação com os Estados Unidos. “Sou muito antigo. Pertenço a um cinema que se transformou”, afirmou.

Os tempos antigos de Giorgetti remetem à década de 1960, quando a Europa produz um cinema “renascido” da Segunda Guerra, com poucos recursos e um grande entusiasmo. A Itália vem com Federico Fellini, Ettore Scola; França com Jean-Luc Godard, François Truffaut. O cineasta paulista brinca com a preposição “de”, que ligava “um filme” ao nome de determinado diretor. Porque seria mito acreditar que o público estava diante de um filme “de” Roberto Rossellini.

Reitor Marcelo Knobel aparece na foto junto com o cineasta e Carlos Vogt
Giorgetti, o reitor Marcelo Knobel e o presidente do Conselho Científico-Cultural do Idea, o ex-reitor Carlos Vogt

“O filme era de uma equipe. Havia quatro ou cinco roteiristas que eram amigos e trabalhavam juntos. Literatos faziam parte do grupo. Era uma intelectualidade informal que resultou num cinema interessante, livre”. O cinema europeu era quase um cinema cooperativo. Foi, segundo Giorgetti, a escola que mais influenciou o cinema no Brasil. “A gente tinha um cinema tão desorganizado quanto a Itália”.

Giorgetti comentou sobre “o único curso que teve na vida sobre roteiro”, quando foi trabalhar meio que por acaso, e pela primeira vez, numa agencia de publicidade. “No primeiro dia me pediram para fazer o roteiro de um comercial e eu não sabia do que se tratava”. O chefe então explicou em dois minutos o que era um close, um plano americano, um plano médio e estava ‘concluído’ o curso.

Com sua turma de alunos ele fez diferente. E embora tenha dito que não havia o que ensinar e que não tinha didática distribuiu as pistas necessárias. “O diálogo não pode ser descuidado e precisa levar em conta as características do ator. Diálogo é música”.

cartaz do curso livre

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