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..............Campinas, 04 a 10 de junho 2001

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Cantora reúne lírico e ritmo africano em CD

jovem funcionária e recém-formada em jornalismo parou diante do pavilhão do Departamento de Artes Corporais da Unicamp ao ouvir um canto lírico. O naipe era um soprano dramático capaz de imobilizar qualquer transeunte. Uma parte da janela descoberta pela cortina permitiu à funcionária da Unicamp ver a emissora de tão rico som. Era Inaicyra, professora-doutora da disciplina danças brasileiras, improvisação e dança e ancestralidade na Unicamp. Já admiradora da mulher cantante, por tê-la observado em outras ocasiões em que falava sobre sua experiência como intérprete e pesquisadora em dança pelo mundo, pensou a jornalista: “Essa mulher merecia uma matéria.” A realização foi inviável por estar afastada do mercado de trabalho, à época, o que a impedia de publicar sua reportagem.

Mas o destino é justo e, apesar de não ter tido oportunidade de mostrar a Inaicyra dançarina, hoje, dez anos depois, a jornalista já nem tão jovem pode divulgar o precioso trabalho da cantora lírica Inaicyra, por meio da apresentação de seu CD Okanawa (Nosso Coração), lançado na Bahia em 31 de março de 2000. Tão diferentes quando o canto ouvido em 1991, no departamento em que Inaicyra lecionava, das 15 peças que compõem o repertório de Inaicyra, 13 são compostas em iorubá e duas em português.

Segundo Inaicyra, as melodias foram trabalhadas em cima de poemas em iorubá chamados orikis. Classificado como “coisa linda” pelo jovem fotógrafo que acompanhava a entrevista, o canto de Inaicyra tem algo especial, além de unir o lírico ao ritmo africano, aprimorado durante o tempo em que permaneceu como pesquisadora em Ifé e mestranda e professora no departamento de artes teatrais na Universidade de Ibadan, na Nigéria.

Okanawa foi produzido a propósito de uma festividade realizada em Salvador em homenagem aos 100 anos de nascimento de Maria Bibiana do Espírito Santo, Mãe Senhora, avó de Inaicyra, descendente da tradicional família axipá, uma das linhagens fundadoras do reino africano de Keto. Segundo Inaicyra, “o trabalho é fruto da observação consciente, metódica e da avaliação refletida, inspiradas na tradição oral, na vivência direta com os descendentes dos iorubás no Brasil e na Nigéria e nas vivências com modos de ver de outros artistas, pesquisadores de épocas passadas e do contemporâneo”.

Patrocinado em sua totalidade pela Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador, Okanawa teve uma tiragem de apenas 2 mil CDs. O novo passo é a busca de uma gravadora que se interesse em produzir o disco em grande escala destinada à comercialização. “Todo mundo que escuta tem gostado do trabalho”, diz Inaicyra. Beto Pellegrino e Paulo Adachi dividem os arranjos.

A experiência de Inaicyra com o canto começou durante sua participação no coral da universidade, em Salvador. Ela também fez parte do coral da Universidade de Ibadan, onde fez uma opereta. O tratamento lírico foi intensificado nas aulas de Suzel Cabral e Glédis Spiere, responsáveis pelo sucesso de muitos cantores líricos em Campinas. O primeiro concerto clássico foi apresentado no Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas, em 1992. Segundo ela, foi o momento em que se centrou no canto. Os cantos iorubás foram apresentados pela primeira vez durante um fórum realizado pela pesquisadora e professora Roseli Fishman, da USP, sobre a coexistência de religiões. Foi a primeira vez que cantou os orikis em público. Segundo ela, foi uma experiência emocionante. “O público veio a baixo, todo mundo se emocionando, perguntando se eu tinha algum disco. Fiquei perplexa e motivada.”

A dança levou Inaicyra ao palco pela última vez em 1989, de onde veio direto para a Unicamp para integrar o corpo docente do Instituto de Artes, como professora convidada, o doutorado na faculdade de educação da Universidade de São Paulo (USP). No mesmo ano em que terminou o doutorado, 1996, a professora foi nomeada chefe do departamento de artes corporais do Instituto de Artes da Unicamp. “A experiência na Unicamp tem me enriquecido, assim como todas as outras.” Em sua vida, todas as experiências valeram profundamente, segundo Inaicyra. Sua inspiração como intérprete de dança, e agora como cantora lírica, vem da sua história de vida, ao lado do pai, mestre Didi, autor de muitas esculturas já expostas em bienais de arte de São Paulo e no mundo, e do convívio da avó, que dedicou-se à expansão dos princípios religiosos e dos valores culturais nagô. A dança entrou informalmente em sua vida, durante as brincadeiras com as amigas. “Sempre gostei de dançar; o estudo formal da dança foi ealizado na universidade.”

Graduada em dança pela Universidade Federal da Bahia, Inaicyra correu mundo em busca de seu objetivo. Na Nigéria estava buscou uma linguagem de dança contemporânea que refletisse o indivíduo, a história do indivíduo. Sempre pautada na questão de sua ancestralidade, a artista afirma que tornou-se uma articuladora de espaços. Não só de espaços, mas de oportunidades para realizar seu sonho. As experiências vivenciadas durante o mestrado em artes teatrais em Ibadan, assim como as interpretações e os cursos realizados no Studio Alvin Ailey em Nova York, no Laban Centre for Movement and Dance, em Londres, e na Schola Cantorum em Paris são contadas com empolgação pela artista. O trabalho como intérprete em dança rendeu-lhe várias turnês pela Europa, pelo Oriente Médio e pela Inglaterra, como integrante de companhias como o Grupo de Dança Contemporânea da Universidade Federal da Bahia, Ballet Brasil Tropical; do Theatre D’nnah Paris-França e a Companhia Intercultural Peter Badejo, em Londres.

A homepage de Inaicyra contém toda a trajetória da artista, que inclui sua tese de doutorado, informações sobre CD, seu trabalho como atriz e intérprete, pesquisadora e professora de dança. “Uma história de vida”, conclui o jovem fotógrafo, admirado. O endereço da página é www.iar.unicamp.br/~inaicyra.

 

 
 
 

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