IA divulga nota contra comentário divulgado em rede social

Cidade Universitária “Zeferino Vaz”,

em 04 de junho de 2017.

 

NOTA DE REPÚDIO

REF.: Resposta dos docentes do Curso de Graduação em Dança, Unicamp, Instituto de Artes, ao conteúdo da matéria impressa, divulgada em 01 de junho de 2017, no Correio Popular, sobre manifestação de Professor da Faculdade de Ciências Médicas, no referente à sua posição contrária as cotas étnico raciais e sua menção insipiente à área de conhecimento e formação em Dança.

O corpo docente do Departamento de Artes Corporais da Unicamp manifesta seu repúdio às afirmações feitas à imprensa e em rede social pelo docente Paulo Palma, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas.

O docente, ao manifestar-se contrário, zomba de política de ação afirmativa recentemente aprovada por maioria esmagadora do Conselho Universitário, referente à adoção de cotas étnico-raciais, afirmando que esse mecanismo de inclusão social desqualificará a qualidade do ensino da Unicamp, demonstrando desatualização acadêmica sobre pesquisas de acompanhamento de alunos ingressantes por políticas de cotas que, em muitos casos, revelam rendimento equivalente ou maior que estudantes que ingressam pelo paradigma dito "meritocrático".

Causa indignação, especialmente, a afirmação “Em vez de corrigir o problema, dão cotas para quem não tem condição de acompanhar. Não digo cursos como dança. Digo curso técnicos que exigem um pouco mais de QI". Em primeiro lugar, por partir da prerrogativa de que o aluno que ingressa por cotas "não tem condição de acompanhar", evidenciando deficiência em sua própria formação docente ao desprezar o papel do professor como mediador nas relações de ensino-aprendizagem. Em segundo lugar, por revelar completa ignorância de que "cursos como dança" requerem, tanto quanto qualquer outro, alunos com condições de desenvolver habilidades e competências tanto na prática da dança quanto no âmbito da elaboração conceitual sobre esta prática. Acrescenta-se a instrução de que as produções acadêmicas e artísticas que as pesquisas e ensino em dança vem produzindo por mais de 30 anos nesta Universidade apontam um território de protagonismo sociocultural e epistemológico amplamente reconhecido como referência na área. Em terceiro lugar, por recorrer a uma conceituação de inteligência (QI) já ultrapassada nos campos de estudos sobre inteligência enquanto fenômeno psicológico, cognitivo e adaptativo.
 

O docente confunde política de ação afirmativa com assistencialismo, ao usar a expressão "dão cotas". Essas cotas não estão sendo dadas, e sim conquistadas por movimentos sociais representativos da sociedade brasileira. Parece ignorar, inclusive, a natureza de sua própria área de conhecimento enquanto campo rico e plural de pesquisa e construção epistêmica, ao qualificar o curso no qual leciona como "técnico". Por último, mas não menos importante, falta de forma atroz com a ética ao desqualificar colegas docentes de outro departamento que, assim como ele, atendem a todas as árduas exigências que se colocam no percurso de uma carreira acadêmica: concursos de titularidade, atualização e originalidade de suas pesquisas, disputas por financiamento, cobranças elevadas de produtividade e, mais que isso - e mais importante -, cobrança pela qualidade dessas produções, sem jamais perder de vista a dimensão ética nas relações profissionais e humanas.
 

Representando o coletivo assinam,

Profª. Drª. Marisa Martins Lambert
Coordenadora do Curso de Graduação em Dança
IA/Unicamp

Profª. Drª. Holly Cavrell
Respondendo como Chefe do DACO
IA/Unicamp
 

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Leia nota da reitoria sobre o caso

Leia notícia do Correio Popular
 

Leia nota da Faculdade de Ciências Médicas sobre o assunto

 

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