Edição nº 557

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Jornal da Unicamp

Baixar versão em PDF Campinas, 15 de abril de 2013 a 21 de abril de 2013 – ANO 2013 – Nº 557

Aberta para o mundo


O quadriênio 2009-2013 foi caracterizado, entre outras iniciativas, pela ênfase na internacionalização, que passou a ter peso estratégico nas diretrizes da Unicamp. Ao longo do período, iniciativas inéditas, como o Programa Professor Visitante do Exterior, Editais de Visitas de Pesquisadores e a criação do Centro de Estudos Avançados, possibilitaram à Universidade ampliar significativamente o seu grau de inserção internacional, principalmente nos últimos dois anos.

“Os indicadores tomados para análise nesse período confirmam que a Unicamp vem trilhando um caminho sólido na sua consolidação como uma universidade de classe mundial”, afirma o dirigente da Coordenadoria de Relações Institucionais e Internacionais (Cori)”, professor Alberto Serpa. Um deles refere-se ao contingente de alunos que participaram dos diferentes programas de mobilidade estudantil. Se em 2003 a Universidade enviou ao exterior 79 estudantes de graduação, em 2012, considerados os dados até 30 de novembro, esse contingente subiu para 685. Os principais destinos dos graduandos, neste ano, foram França, Portugal, Estados Unidos, Espanha e Alemanha, apenas para citar os cinco primeiros.

A progressão dos números está relacionada tanto à oferta de novos programas de mobilidade estudantil por parte da Unicamp, com recursos provenientes de agências de fomento como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e de outros financiadores como o Banco Santander e recursos da própria Unicamp, como ao crescente interesse dos estudantes por uma experiência internacional. “A Cori tem feito um eficiente trabalho de divulgação das oportunidades de intercâmbio, já entre os calouros. Assim, eles ingressam na Universidade sabendo que podem realizar parte da formação em instituições fora do país”, diz Serpa.

Da mesma forma que tem enviado um contingente cada vez maior de estudantes de graduação ao exterior, a Unicamp também tem recebido um número crescente de estrangeiros interessados em estudar nas suas faculdades e institutos. Em 2011 e 2012, a Universidade recebeu, respectivamente, 237 e 287 desses visitantes, contra somente 37 em 2003. Os intercambistas estrangeiros que chegaram à Universidade em 2012 vieram de países como Estados Unidos, Haiti, Argentina, França, Colômbia e Peru.

Um resultado concreto das ações empreendidas pela Unicamp nessa área é a ampliação, por exemplo, do grau de internacionalização de seus cursos de graduação. Uma forma de mensurar esse indicador é considerar o número de formados que cumpriram ao menos um semestre de intercâmbio no exterior durante seu curso de graduação. A partir desse critério, por exemplo, para os formandos do ano de 2011, é possível identificar que alguns cursos oferecidos pela Universidade apresentam um nível de internacionalização já considerado muito bom, como é o caso de Arquitetura e Urbanismo (29,4%), Engenharia Elétrica (20,9%), Engenharia Química (20,7%), Ciências Econômicas (20,3%) e Engenharia Mecânica (17,1%). Há um número expressivo de cursos com grau de internacionalização acima ou muito próximo de 10%, que é um índice já considerado acima da média para uma instituição brasileira e jovem como a Unicamp.

Um programa que veio contribuir para o aumento da mobilidade estudantil na Unicamp foi o Ciência sem Fronteira (CsF), lançado pelo governo federal com o objetivo de dar relevância à ciência brasileira em âmbito global. A iniciativa prevê a concessão de 100 mil bolsas de estudos em quatro anos, destinadas a promover o intercâmbio de alunos de graduação e pós-graduação. Graças às bolsas oferecidas pelo CsF, o número de intercâmbios na Unicamp experimentou um significativo avanço. Em 2012, 213 estudantes da Universidade foram enviados ao exterior por meio do programa. Estes tiveram como destinos importantes instituições de ensino dos Estados Unidos, Portugal, Espanha, Austrália, Alemanha e Canadá, entre outros.

Outro aspecto importante em relação ao esforço de internacionalização diz respeito ao crescimento do número de alunos participantes de programas de duplo diploma, que envolvem boas universidades estrangeiras. Em 2012, 95 estudantes iniciaram a participação nesse tipo de experiência, contra 44 em 2011. Destaque-se também que a Unicamp intensificou, nos últimos três anos, sua participação em projetos de cotutela (dupla diplomação para doutorado), contando com 39 projetos.

Outro importante programa de intercâmbio do qual a Universidade participou foi o Erasmus Mundus, criado e financiado pela Comissão Europeia, organismo executivo da União Europeia. A iniciativa prevê a concessão de bolsas para estudantes de graduação e pós-graduação, além de docentes, para o cumprimento de um período de estudos em universidades distribuídas em 17 países do Continente. O objetivo é reforçar a qualidade do ensino superior das instituições europeias a partir da intensificação da cooperação com países de fora do bloco. Neste contexto, entre 2009 e 2011, a Unicamp enviou à Europa 15 professores, 37 doutorandos e 31 alunos de graduação. A Unicamp recebeu cinco docentes, um doutorando e nove graduandos no mesmo período.

O esforço da Unicamp para se consolidar como instituição destacada de classe mundial tem sido reconhecido por várias das mais importantes instituições de ensino do mundo, que têm buscado estabelecer convênios e programas de cooperação nas áreas de ensino e pesquisa com a Universidade. Prova disso é que o número de visitas de delegações internacionais recebidas aumentou expressivamente nos últimos dois anos. Em 2011, a Unicamp recepcionou um total de 103 comitivas de universidades estrangeiras. Em 2012, foram registradas 139. Há nove anos, esse número ficou em 37. Entre os países representados nessas visitas estão Estados Unidos, França, Canadá, Espanha, Alemanha, Austrália, Japão, Coreia, Bélgica e Suíça. Em relação a acordos firmados com instituições estrangeiras, a Universidade mantém atualmente 372 convênios em vigor, que contemplam todas as áreas do conhecimento. Destes, 55 foram assinados em 2012, conforme levantamento realizado pela Cori.

Resgatando sua tradição de receber profissionais experientes do exterior, em 2009 a Unicamp deu início ao Programa Professor Visitante do Exterior para atrair pesquisadores brasileiros ou estrangeiros com experiência internacional. Como resultado dessa ação, entre outubro de 2009 e outubro de 2010, foram recebidos 235 currículos. Numa segunda etapa, foram registrados mais 172 currículos. Em 2011, foram aprovadas as visitas de seis professores e, em 2012, de outros oito. Ao final de 2012 o programa deu sinais de que os objetivos propostos estão sendo alcançados. Quatro professores foram aprovados em concurso público para docente da Unicamp, (IFGW, IG e IQ) e outros deverão concorrer à vaga docente no decorrer deste ano.

A Unicamp, a exemplo das maiores universidades do mundo, implantou em 2010 o seu Centro de Estudos Avançados (CEAv) para desenvolver atividades de apoio à discussão e pesquisas transdisciplinares de alto nível nas ciências e humanidades, lidando com temas relevantes para o presente e o futuro do Brasil. Desde a sua criação, em 2010, foram realizados 63 eventos, dos quais 40 de âmbito nacional e 23 de âmbito internacional. A intenção, em todos eles, no entanto, sempre foi a mesma: aproximar o público acadêmico de discussões pertinentes à sociedade brasileira, às humanidades e à universidade, tratando dos temas com a interdisciplinaridade idealizada no início.

O fortalecimento de alianças entre a Unicamp e universidades internacionais reconhecidas por sua alta qualidade de ensino e pesquisa, por meio da participação em redes de instituições de elite, foi outra ação fomentada pela Cori no conjunto de esforços empreendidos pela maior inserção internacional. Um dos exemplos do reconhecimento internacional da posição da Unicamp como uma universidade de ponta foi seu ingresso, em março de 2012, como o 19º membro – e o primeiro na América Latina – da Worldwide Universities Network (WUN), uma das mais renomadas e seletas redes de universidades do mundo. Das 18 universidades que compõem a WUN atualmente, cinco estão no Reino Unido e quatro, nos Estados Unidos. Há ainda duas na Austrália, duas na China e uma na África do Sul, no Canadá, em Hong Kong, na Noruega e na Nova Zelândia. O Brasil é o terceiro país emergente com um representante na rede.

Em janeiro de 2013, a Unicamp foi aprovada para receber em seu campus uma unidade do Instituto Confúcio, criado pelo Ministério da Cultura da China para divulgar e disseminar o mandarim e a cultura chinesa pelo mundo. O anúncio veio do Hanban, Departamento de Língua e Cultura Chinesa. Este projeto estava em maturação desde novembro de 2009, quando o reitor Ning Bin, da Beijing Jiaotong University (BJTU), visitou a Unicamp para a assinatura de um memorando de entendimentos para cooperação científica e intercâmbio de docentes e alunos.

O Instituto Confúcio está presente em inúmeros países, funcionando sempre em parceria com uma universidade. A parceira da Unicamp é a Beijing Jiaotong, uma universidade tecnológica especializada em transportes. A Unicamp será a quinta parceira brasileira do Instituto. As demais são UFRGS, UnB, UFPE e Unesp. O Instituto Confúcio da Unicamp, além de impulsionar a disseminação da cultura chinesa no Brasil, terá como diferencial uma ênfase no intercâmbio de estudantes das áreas tecnológicas.