..Campinas, de 5 a 11 de Novembro de 2001

Veículos do tipo off-road correndo em terrenos extremamente irregulares e acidentados, cheios de altos e baixos, emoção à flor da pele ... e a equipe da Unicamp no podium, em primeiro lugar. Foi o que público conferiu na Competição Regional de Mini Baja, no dia 27 de outubro. O enduro aconteceu em uma pista construída especialmente para o evento ao lado do Instituto de Economia da Unicamp. Nos Estados Unidos, a competição já acontece há mais de 20 anos e no Brasil cada vez mais ganha adeptos e público. Ela é promovida pela SAE-Brasil (Sociedade dos Engenheiros Automotivos). Os carros mini bajas são veículos pequenos com design estilo gaiola que devem estar preparados para enfrentar as mais difíceis situações.

Em sua terceira versão, a competição na Unicamp reuniu equipes de universidades do Estado de São Paulo e de Minas Gerais, como Universidade Federal de São Carlos, Mackenzie, Universidade Bandeirantes, Escola Federal de Engenharia de Itajubá, entre outras. O grid de largada ocorreu às 14 horas debaixo de um sol forte e se estendeu até as 16h30, com intervalo de uma hora.

Neste período, a equipe da Unicamp completou 66 vezes o circuito fechado, número que garantiu a primeira vitória do grupo nas competições em que já participou. A Escola Federal de Engenharia de Itajubá – classificada em segundo lugar – completou 60 voltas no terreno. Em terceiro lugar, a Escola de Engenharia de Piracicaba realizou 58 voltas. “A corrida foi ótima. Não tivemos nenhum tipo de acidente e aconteceu em clima de confraternização”, explica o coordenador da equipe da Unicamp e professor da Faculdade de Engenharia Mecânica, Caio Glauco Sanchez. Como não há premiação, as equipes receberão um troféu de participação.

Além das competições regionais – como o caso da Unicamp – há também as corridas nacionais. Neste caso, as equipes são de todo país, inclusive de países vizinhos. Mesmo competindo todos os anos, religiosamente, a equipe da Unicamp nunca havia sido vitoriosa. As classificações, porém, foram entre as 25 melhores equipes do país. “As competições nacionais são bastante concorridas e participam mais de 70 equipes em Interlagos”, esclarece Sanchez. Entre os melhores resultados, ele lembra a competição de 1995, em que a Unicamp alcançou o quarto lugar. Os vencedores das competições nacionais ganham o direito de participar da tradicional Mini Baja Mid-West, nos Estados Unidos.

Novo modelo – Todo ano é rotina para os alunos de Engenharia Mecânica alterarem o projeto do veículo que participa de competições desde 1995. “Sempre precisamos fazer algumas atualizações e deixamos como está o que está funcionando bem”, explica Sanchez, que já estava preocupado, pois o carro não havia ficado pronto para a competição regional. O sabor da vitória, no entanto, fez o coordenador esquecer o atraso nos reparos mecânicos.

O novo modelo do carro deve ficar pronto para a próxima corrida nacional a ser realizada no início do próximo ano, em Interlagos. As inovações vão desde o material do chassi que passa a ser de alumínio para possibilitar maior leveza, até o motor do carro que ganha potência de 10 HP, da marca Briggs & Stratton e fornecido pela SAE, patrocinadora da competição. Antes era de 8 HP. A suspensão traseira do veículo também recebeu modificações para uma maior dirigibilidade. Sanchez garante que, com todas estas inovações, o carro estará pronto para atingir uma velocidade máxima de 60 quilômetros por hora, sem capotar. Os interessados em conhecer mais sobre os veículos mini bajas e as competições podem acessar o site www.fem.unicamp.br/~baja/.

Unicamp vence Desafio Sebrae 2001

A prova regional do Desafio Sebrae 2001, realizada nos dias 13, 14 e 15 de outubro, no Hotel Rio Atlântica, Rio de Janeiro, teve como primeira colocada a equipe formada pelos alunos do curso de estatística da Unicamp Rodrigo Mazza, 21 anos, Renato Higa, 20, Flávio Santomi, 19, Luís Henrique Affonso, 22, e Alcides Miyashita, 25. A Czares, equipe da Unicamp, desafiou, entre momentos de garra e ansiedade, cinco grupos de São Paulo e um de Minas Gerais, numa prova on line na qual cada equipe deveria administrar uma empresa virtual de velas orna-mentais. O prêmio para cada componente da Czares foi um notebook e uma inscrição no curso Empretec. O jogo foi elaborado pelo professor Armando Leite Ferreira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O desafio Sebrae deste ano reuniu 3 mil equipes formadas por universitários de todo o Brasil. A prova regional teve duas fases de classificação, disputadas via internet e, segundo Rodrigo, as decisões eram tomadas em casa. Na prova final, cada grupo teve uma sala exclusiva para “montar um escritório” e os caminhos foram traçados no próprio local. As ações tinham um tempo estipulado para execução. “Os momentos de maior tensão do grupo foram os de decisão de estratégia. O tempo variava entre 40 e 20 minutos”, explica Miyashita.

O melhor do desafio, segundo os vencedores, foi a experiência adquirida durante a prova. Apesar de ser uma simulação, eles garantem ter se comportado como gestores para atingir uma boa classificação, pensando em todos os níveis de atuação, desde controle de estoque, produção, tipo de marketing, market share, até o aumento de planta e contratação de pessoal. “Aprendemos a trabalhar em grupo”, avalia Higa. Para Rodrigo, a vitória na prova regional mostra que “nem sempre precisa ser um administrador para tornar uma empresa bem-sucedida”.

A dedicação não termina por aí, além do interesse em se dedicar futuramente ao mercado de risco, esses futuros estatísticos se reúnem para discutir as estratégias para a final nacional do Desafio Sebrae 2001, a ser realizado em Brasília, nos de 9 a 12 de novembro. Eles estão entre as oito equipes finalistas que concorrem a uma viagem para Califórnia, como objetivo de conhecer o verdadeiro Vale do Silício, aquele que tem sua grande parte formada por grandes empresas geradas em projetos universitários. Vitória certa? “Ligue para a gente no dia 13, se cair na caixa postal é porque não conseguimos”, responde Rodrigo. “Gostaria de dar o parabéns ao Sebrae pela prova. Espero que tenham mais iniciativas como essa”, afirma Higa.