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Das reflexões ciberestéticas ao robô que
pede esmola e retribui com poesia

Continuação da página 5

Augusto de Campos ao lado de “frame” de animação feito em 2007 com seu filho Cid Campos a partir de fotos do multimídia “Poesia é Risco”; ao fundo, o Mac G5 do poeta (Foto: Fernando Laszlo)JU – No Brasil, os concretistas foram de uma certa forma pioneiros nesse diálogo. Entretanto, foram – e ainda são – alvo de críticas de determinados setores. A que o sr. atribui essas críticas? Elas se estendem também ao campo da poesia eletrônica?

Jorge Luiz Antonio –
Essas críticas parecem ocorrer quando um estudioso quer a poesia de uma época atual com os critérios de uma época anterior.

Na poesia eletrônica, há vários tipos de críticas, que implicam em determinadas abordagens.

Há estudos que se fixam nos precursores e não chegam à poesia eletrônica propriamente dita. Há boas contribuições na busca de antecedentes históricos, mas pouca, ou nenhuma, para a poesia que se pretende estudar.

Outros enfoques valorizam apenas procedimentos tecnológicos, o uso de determinados programas e produzem uma espécie de malabarismos tecnológicos, pois, em muitos exemplos apresentados, os tecnólogos têm pouco conhecimento do fazer poético.
Críticas e comparações com estéticas do meio impresso e experiências de poesia eletrônica às vezes esbarram na obsolescência da tecnologia empregada, sem o necessário cuidado de datá-la.

Também há abordagens que usam apenas um vocabulário da tecnologia computacional, como se parecesse uma exibição de conhecimento atualizado, mas que se mostra vazio, numa leitura mais atenta.

E existem os apocalípticos, lamentando a frieza que a tecnologia computacional trouxe à literatura.

Os cinquenta anos de existência da poesia eletrônica não significam exatos cinquenta anos de reflexão e produção ininterrupta, mesmo em alguns países, como a Alemanha e os EUA. Por isso, todos os silêncios, críticas e enfoques incorretos estão contribuindo para a produção e aprimoramento da poesia eletrônica. Mesmo os poetas eletrônicos, com todas as suas tecnologias computacionais, são sensíveis e atentos às reflexões.

JU – Não são poucos os que dizem que a poesia está em crise, a começar da dificuldade de se mapear a produção contemporânea, tida como difusa e de baixa qualidade. Em que medida a produção poética em plataformas híbridas e hipertextuais, como parece ser o caso da poesia eletrônica, lança luz sobre essa produção e, consequentemente, abre novas frentes?

Jorge Luiz Antonio –
A crise da poesia significa que os processos criativos existentes estão sendo questionados e novos procedimentos estão sendo gerados, sob as mais diversas motivações.

Poema feito por Paulo Leminski em 1978 homenageia Erthos Albino de Souza(Foto: Reprodução)Uma das características da cibercultura é o excesso de informações. Há mais quantidade do que qualidade, mas isso é um fenômeno que está ligado à cibercultura, mas também existia anteriormente, especialmente a partir da “geração mimeógrafo” e das editoras alternativas que proliferaram a produção literária.

Outra é a disponibilidade de publicar livremente, sem nenhum critério estético, por exemplo. Isso parece se tornar uma falsa democracia. Todas as pessoas podem publicar num sítio, gratuitamente ou não. Todos podem ter um blog. Isso funciona como uma forma de divulgação e valorização da rede digital e me faz lembrar os programas simples, de fácil uso, que produziam tipos de poesia, nos anos de 1980, quando surgiu o computador pessoal.

Essa produção difusa e de baixa qualidade, como você afirma, me faz lembrar O elogio da mediocridade, de Amadeu Amaral. O texto “Carta a um crítico”, que dá o título ao livro, afirma que o crítico, “que ferozmente agride as pessoas medíocres, procede como o sujeito que pretendesse deitar abaixo o pavimento inferior de uma casa de vários andares, para só conservar o resto”.

Há autores que produzem muito, mas divulgam pouco, como se fizessem uma seleção de suas próprias obras. Há outros que publicam tudo o que fazem e, por isso, apresentam uma obra de valor desigual.

O poema concreto (B)ABEL (1965), de Pedro Xisto, que deu origem a trabalho computacional  mostrado em festival no Canadá, em 1968 (Foto: Reprodução)O mesmo acontece na poesia eletrônica. Parece sempre haver um embate entre uma tecnologia de alto nível com um trabalho vocabular poé­tico de mesmo valor.

De todo esse volume de textos na rede, alguma coisa especial vai ficar e sobreviverá à obsolescência da tecnologia, ao “desaparecimento” de trabalhos devido à desativação de sítios gratuitos, como o IG, ou devido à falta de emuladores e conversores de arquivos e programas. Até um certo modismo de escrever na rede pode ser que passe a ser repensado.

JU – O fato de a poesia eletrônica existir no espaço simbólico do computador, como você mesmo diz, não pode ser restritivo à sua difusão? Ou se dá exatamente o contrário?

Jorge Luiz Antonio –
Há duas épocas para considerar na resposta: os primeiros tempos do computador até 1989 (criação da WWW); e o momento do computador em rede, a partir de 1990 até os dias de hoje.

Há menos produções desse tipo de poesia no primeiro tempo do que no segundo. Era difícil obter uma parceria com um programador ou engenheiro de computação e, quando ocorria, o custo era bem alto. Melo e Castro conta que, em 1965, foi à IBM, em Lisboa, mas não foi bem recebido. Daniel Santiago relatou-me sobre a dificuldade que teve para fazer com o programador fizesse o “Soneto só prá vê”.

O computador em rede facilitou o acesso a um maior número de pessoas, mas continua sendo restritivo, pois a cibercultura, como a estuda Eugênio Trivinho, em seus artigos e livros, não é democrática, apesar de todo o discurso ideológico que afirme o oposto.
O meio impresso, com muitos séculos de desenvolvimento, oferece um acesso mais fácil, embora reduzido a duas dimensões. O meio digital pressupõe a mediação de máquinas, de um conhecimento tecnológico e um poder aquisitivo.

Mas a poesia, de um modo geral, também é restritiva à falta de conhecimento e técnica para entendê-la e ao desenvolvimento de uma sensibilidade aprendida para apreciá-la. Sob esse ângulo, a restrição pode ser dupla.

JU – Os blogs e sites voltados à produção literária ganharam a rede e vêm, nos últimos anos, gerando antologias e debates na mídia impressa. Que avaliação o sr. faz dessa tendência. A qualidade vem na mesma proporção da quantidade?

Jorge Luiz Antonio –
Os blogs e sites me fazem lembrar o tempo da produção em mimeógrafo e em xerox. Muita coisa boa ficou dessa produção teimosa, contra a imposição do mercado editorial seletivo.
As antologias eletrônicas e os debates na mídia impressa, e também na digital, são válidos e merecem ser incentivados.

Há coisas boas e outras nem tanto, mas isso é natural. É desse conjunto de tentativas é que emergirão obras que podem se tornar clássicos da literatura eletrônica.
Essas antologias indicam, na maioria das vezes, quantidade e pouca qualidade, mas são espaços virtuais que preparam futuros poetas, digitais ou não, e futuros escritores, em seus momentos de aprendizagem.

Uma das partes de “Le Tombeau de Mallarmé” (1972), de Erthos Albino de Souza: primeira poesia computacional brasileira  (Foto: Reprodução)JU – A propósito, o sr. criou um blog para a atualização/complementação da obra impressa e do cd-rom. Quais são os caminhos futuros de seus estudos na área?

Jorge Luiz Antonio –
A criação de um blog permite um diálogo com o leitor. Meu tema é atual e eu preciso estar sempre ampliando. Por exemplo, dias atrás, um poeta e teórico da Espanha encomendou meu livro cd-rom e me informou seu texto teórico. Ao lê-lo, descobri informações interessantes, dentre as quais destaco a criação do robô PaCo (Poeta Automatico Callejero On Line), criado numa parceria entre o escultor Carlos Corpa e a engenheira de computação Ana Maria García-Serrano: http://www.isys.dia.fi.upm.es/PaCo/. É uma obra de 2004, lembro-me de alguma referência sobre isso, mas somente agora pude estabelecer algumas relações entre Poesia Digital e Inteligência Artificial. O robô pede esmola e, em agradecimento, fala um poema e depois o imprime.

Neste caso, a atualização no blog vai ser muito boa. Vou pedir alguns ciberpoemas de PaCo e vou conversar com a professora Ana Maria, a respeito de sua concepção de poesia.

Durante as pesquisas de pós-doutorado, estou reunindo material – livros, periódicos e documentos – para fazer um arquivo de poesia digital. Ao relatar minha intenção ao meu supervisor, professor Paulo Franchetti, que tem sido um constante incentivador dos meus projetos, ele me sugeriu encaminhar uma proposta ao Centro de Documentação Alexandre Eulalio (Cedae/IEL). O prof. Jefferson Cano, que me recebeu muito bem, acatou a ideia, que está se concretizando.

 

Cronologia da poesia eletrônica no Brasil

1964
Décio Pignatari relata duas experiênci­as, em parceria com Luiz Angelo Pinto, a respeito de análise estatística do estilo literário por meio do computador.

1966
Erthos Albino de Souza usa o computador para levantar o vocabulário de autores co­mo Gregório de Mattos, Pedro Kilkerry e Carlos Drummond de Andrade.
Pedro Xisto, Erthos Albino de Souza e Bernardo C. Kamergorodski publicam o “Vogaláxia”, utilizando linguagem de programação para a produção de poesia. Esse mesmo livro-poema foi transformado em espetáculo de multimídia na Universidade de Buffalo em março de 1968, no Festival de Primavera.

1968
Waldemar Cordeiro cria o “Beabá”, uma experiência artística e computacional com letras, em parceria com o físico Giorgio Muscati, da USP.
Dezembro - E. M. de Melo e Castro, poeta português que atua com freqüência no Brasil, cria a videopoesia “Roda Lume”, em preto e branco, nos estúdios da RTP.

1969
Gilberto Gil cria a letra da música “Cérebro eletrônico”.

1972
“Le Tombeau de Mallarmé”, de Erthos Albino de Souza (1932-2000), gráfico, poeta, engenheiro e editor da revista Código, que circulou de 1974 a 1989/1990, com doze números. É considerada como a primeira poesia computacional brasileira.

1973/1974
Erthos Albino de Souza publica “Cidade/City/Cité” na revista Código. Trata-se de um poema visual feito com cartões perfurados e, depois, pintados.

1974
Mallarmé, tradução e estudos de Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos. Além do texto de Un Coup de Dés, em francês, numa separata, o livro contém dez variações do poema “Le Tombeau de Mallarmé”, datado de 1972, de Erthos Albino de Souza.

1978
Paulo Leminski publica “Poesia”, reunindo conceitos poéticos variados, entre os quais um que homenageia Erthos Albino de Souza.

1980
Silvio Roberto de Oliveira inicia suas experimentações poéticas com o computador, primeiro com um CP-200 e, depois, com um SHARP Hotbit.
Albertus Marques começa a trabalhar com um micro da IBM e a linguagem Basic, e a criar poemas em que as palavras formam sentidos múltiplos em aparições aleatórias programadas.

1982
“Não”, primeiro poema digital (eletropoesia ou poesia em videotexto) de Eduardo Kac.

- 5 de novembro - Daniel Lima Santiago, poeta, artista e performer, inicia suas experimentações poéticas com o computador, produzindo o “Soneto Só Pra Vê”, elaborado com o auxílio do programador Luciano Moreira, no Sistema Cobra 400/II, em Recife (PE).

1983
“Holo/olho”, primeira holopoesia de Eduardo Kac. O termo “holopoesia” foi cunhado pelo autor nesse mesmo ano.
Início das atividades de João Fernando de Oliveira Coelho, quando se aproximou do computador e dos manuais de BASIC, por curiosidade.

1984
Início do uso do computador Macintosh por Augusto de Campos.
Eduardo Kac inaugura o projeto “Eletropoesia” no Centro Cultural Cândido Mendes, RJ, no qual integra o display de eletrotela, o circuito interno de rádio e dois monitores de vídeo.

22 de novembro a 2 de dezembro –
“Pulsar”, primeiro videopoema brasileiro, de Augusto de Campos, com música de Caetano Veloso, é apresentado na mostra Level 5, realizada no MASP e organizada por José Wagner Garcia e Mário Ramiro.

1986
Outubro – Participação de Augusto de Campos com o poema CODIGO no evento “Sky Art Conference”, organizado por Wagner Garcia, durante o qual mensagens artísticas via satélite foram enviadas entre São Paulo e os EUA (MAC-USP e CAVS-MIT), utilizando o sistema “slow scan”.
Dezembro - Holograma RISCO (projeto de Augusto de Campos, com arte-final de Julio Plaza e Omar Guedes, realização holográfica de Moysés Baumstein), na exposição TRILUZ, inaugurada em 2/12/86 no Museu da Imagem e do Som (SP).

1987
Primeiras experiências de Luís Dohlnikoff com poesia digital, usando um Macintosh, nas primeiras versões de PageMaker.

1987/1988 - “Quando? / When?”, primeiro holopoema digital de Eduardo Kac.

1990
André Vallias cria o poema “Nous n’avon pas compris Descartes”.
Arnaldo Antunes começa a usar o computador para fazer um trabalho gráfico com poesia, o que resultou no livro Tudos (1993).

1992
Agosto - Realização de ilustrações gráficas computadorizadas de Augusto de Campos, em colaboração com Arnaldo Antunes, para o livro Rimbaud livre.
Janeiro de 1992 a maio de 1994 - Trabalho desenvolvido no LSI - Laboratório de Sistemas Integráveis da Escola Politécnica da USP, São Paulo, com o título de “Vídeo Poesia - Poesia Visual”. Seis poemas, que foram originalmente pensados na bidimensionalidade do papel e em preto e branco, fizeram parte desse projeto: “Bomba” e “SOS”, Augusto de Campos; “Parafísica”, Haroldo de Campos; “Femme”, Décio Pignatari; “Dentro”, Arnaldo Antunes; “O arco-íris no ar curvo”, Julio Plaza. O resultado final foi uma edição em fita Betacam de todos os poemas.

1993
Arnaldo Antunes, Célia Catunda, Zaba Moreau e Kiko Mistrorigo publicam Nome, projeto que envolve vídeo de animações computadorizadas, cd e livro.
Neide Dias de Sá, uma das fundadoras do Poema-Processo, dá continuidade ao projeto Poemãos, iniciado anos anos 70 e que não se esgotou até os dias atuais, com o auxílio do computador. Nos anos 90, ela participa, com um grupo de seis artistas, da discussão sobre as possibilidades do uso das imagens digitais na arte. Foi uma troca de 180 imagens, que foram enviadas por CD-Rom e pela internet. Quando a troca de imagens foi finalizada, uma exposição aconteceu no SESC de Copacabana.

1995
Lucio Agra inicia a produção de poesia digital, com obras como Mais ou menos (1995-2001), poemas em disquete 3 ¼, depois em cd-rom, e o uso do Microsoft Powerpoint. A partir de de Explosão sem som (1995-2002), buscou tornar sistemática a pesquisa com meios digitais, impondo-a como exercício o uso de software que não fossem originalmente destinados à autoria, particularmente o Power Point. Seu sítio Agrarik tem início em 2002.

Segundo semestre - “Moebius”, primeiro poema digital feito por Alckmar Luiz dos Santos e Gilbertto Prado. Outras criações foram surgindo e formaram o sítio Poemas em computador.

Novembro
– Philadelpho Menezes coordena na web o “Verso Universal”, um projeto de poema infinito que usa a potencialidade de expansão comunicativa das redes informacionais. O poema se desenvolve com a contribuição da cadeia de poetas de diferentes países, em diferentes línguas.

1995/1996
Poemas animados em Macintosh por Augusto de Campos.

1995-1997
Elaboração de .Gif poems: coletânea eletrônica de poemas visuais digitais, de Elson Fróes, publicado em cd-rom em 1996. O kit de acesso STI (ao sistema BBS, na época em uso no Brasil) foi publicado em cd-rom em 1997.

1996
Goulart Gomes - Fractais - primeiro livro virtual de poetrix, que se encontra atualmente acompanhado de Trix, Poemetos Tropi-kais, 27 poemas Powerpoint, de 1999.
Elson Fróes inicia a distribuição dos gif poems na BBS nº 1 e em cd-rom.

Junho
– Blocos on Line: Portal de Literatura e Cultura, coordenado por Leila Míccolis e Urhacy Faustino, um ciberespaço de divulgação e um arquivo de diferentes tipos de poesia.

Outubro
- EPE - Estúdio de Poesia Experimental – PUC-SP - coordenado por Philadelpho Menezes. Pesquisadores participantes: Alessandra Vilela, Ana Aly, Carolina Tenório, Marcus Bastos, Sabrina Rosa e Wilton Azevedo. Trata-se de um arquivo de poesias visuais, sonoras e digitais e de videopoesia.
Gilberto Gil cria a música e letra “Pela Internet”.

1997
“Clip-Poemas”, instalação com 16 animações digitais de Augusto de Campos, na exposição Arte Suporte Computador, na Casa das Rosas (SP).
Março a julho – Curso de Infopoesia e Poesia Sonora, na PUC SP, por E. M. de Melo e Castro.

18 a 25 de junho -
Exposição de uma seção de Infopoesias na Biblioteca Central da PUC SP, sob a curadoria geral de Ana Cláudia Mei Alves de Oliveira, e coordenação de E. M. de Melo e Castro.
Agosto a dezembro - Curso de Ciberpoéticas de Transformação e de Movimento – PUC SP - E. M. de Melo e Castro.

11 a 18 de agosto – Exposição dos alunos do Curso de Infopoesia e Poesia Sonora (1º sem. 1997), PUC SP.

1997-1998
Cd-rom Interpoesia Poesia Hipermídia Interativa, de Philadelpho Menezes e Wilton Azevedo.
Primeiros videopoemas de Amarildo Anzolin, que foram reunidos em Única Coisa (2000).

1998
Maria Inês Simões cria seu primeiro poema - “C@lice Cibernético”.
Museu imagINário em eTERNo rETorno - Julio Plaza.
Primeiras poesias digitais de Fred Girauta, que foram reunidas no sítio Palavrórios, a partir de 2001.
Entrelinhas, de Vera Mayra (Ierecê Rego Beltrão).

Abril –
“Do impresso ao sonoro e ao digital”, curadoria de Philaldelpho Menezes, SP, Paço das Artes. Foi apresentado o cd-rom Interpoesia: poesia hipermediática interativa, de Wilton Azevedo e Philadelpho Menezes.
5 a 29 de maio - Exposição de Infopoesia e Animações Infográficas - Salão Vermelho do Campus Trujillo da Universidade de Sorocaba.

1999
Início de Acarambola, obra de aLe (Alexandre Venera dos Santos), poesia digital.

29 de junho -
Rodrigo de Almeida Siqueira cria o sítio Projeto Poesia, uma obra poética coletiva e colaborativa, à semelhança do henka japonês, um poema de versos alternados entre diversos compositores.
Setembro – Lançamento do sítio oficial de Augusto de Campos na Universo OnLine, contendo biografia, poemas, sons, textos, links e clip-poemas.

2000
Hugo Pontes, autor do poema visual “Nós”, de 1978, em parceria com Victor Hugo Manata Pontes, apresenta a versão digital do poema para download.
Única Coisa, de Amarildo Anzolin, videocassete, cd e livro, com apresentação de Ricardo Corona, direção de vídeo de Marcelo Borges, direção musical de Lúcio Machado e projeto gráfico de Amarildo Anzolin e Renato Larini. São 33 videopoesias / poesias verbais no meio impresso / poesias sonoras.

Sígnica: um Balaio da Era Pós-Verso (Apesar do Verso), revista eletrônica elaborada pelos alunos da disciplina Poética e Criação de Textos, do Instituto de Artes da Unesp, Campus de São Paulo, do Prof. Omar Khouri. Foi idealizada em 1998 e lançada em 2000, sob a edição de Omar Khouri e Fábio Oliveira Nunes.
Maio - I Mostra Interpoesia – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo.

Setembro
– Criação da revista eletrônica Arte on Line, no Rio de Janeiro, editada inicialmente por Regina Célia Pinto, Marcelo Frazão e Paulo Villela, que depois da quinta edição (2002), se chamou Museu do Essencial e do Além Disso, edição de Regina Célia Pinto.
Novembro – Brazilian Digital Art and Poetry on the Web, coordenação de Jorge Luiz Antonio.

2001
A poética de Philadelpho Menezes / Philadelpho Menezes´s Poetics, filme dirigido por Jurandir Müller e Kiko Goifman, realização da Rede Cultura.
Outubro – II Mostra Interpoesia – Universidade Presbiteriana Mackenzie, Campus SP, organizada por Wilton Azevedo, Priscila Arantes e Jorge Luiz Antonio.

2001/2002
A Fundação Cultural de Curitiba promove, em 2001 e 2002, o Concurso Nacional de Clipoemas, idealizado por Décio Pignatari, com assessoria de Rosana Albuquerque e equipe.

2002
Carlos Vogt publica Ilhas Brasil, seu sexto livro de poesias, contendo um CD-Rom, com desenho e composição visual de João Baptista da Costa Aguiar e preparação da versão digital dos poemas, em programa Flash, de Evelina Azeredo Rios.

Panorama de arte e tecnologia no Brasil, pesquisa de Arlindo Machado, Silvia Laurentiz e Fernando Iazzetta, na qual consta o capítulo “Poesia e novas tecnologías”. – “E-poemas”, de Ferreira Gullar, por volta de 2002, animações digitais de cinco poemas, escritos e publicados em 1958.
16 de maio - Sítio da Imaginação, de Álvaro Andrade Garcia.

2003
I´m not book no! 2.0, palestra-performance de Lucio Agra, com uso de tecnologias computacionais, na Casa da Palavra, em Santo André.
Novíssima Canção do Exílio - Virtualidade Sabiá, de Regina Célia Pinto.
Novembro - Cortex Revista de Poesia Digital, edição de Lucio Agra, Thiago Rodrigues e Guilherme Ranoya, SP.
Artéria 8, revista editada por Omar Khouri e Fabio Oliveira Nunes, faz releituras digitais de poesia visual.

2004
Gabriela Marcondes inicia a produção de videopoesia a partir do aprendizado com o Macintosh, usando o programa LiveType.
Sérgio Monteiro de Almeida, passou a usar processos digitais para criação e divulgação de poesia a partir de 2000, cria uma série de poesias digitais com o PowerPoint.

5 a 29 de agosto
- Marcelo Mota faz uma exposição de dez poesias digitais no Centro Cultural Carlos Fernandes de Paiva, em Bauru.
2005
Quando assim termino o nunca, videopoesias de Wilton Azevedo em DVD.

Outubro -
Projeto Di(per)Versões Eletrônicas (Brasi), de Patrícia Ferreira da Silva Martins, Frederico Assunção Martins e Wilton Cardoso Meira, poesia e computador, 44 colagens digitais, apresentação pública, com alguns computadores, na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás.

4 a 18 de novembro –
Mostra Internacional de Poesia Visual e Eletrônica, curadoria de Hugo Pontes, Jorge Luiz Antonio e Roberto Keppler.
3 de novembro, a palestra-performance I´m not a book no 2.0, de Lucio Agra, no Museu da Energia, Núcleo de Itu, uma das atividades da Mostra Internacional de Poesia Visual e Eletrônica.

2006
Faixa compartilhada, A preferência é do Poeta, de Regina Célia Pinto, minilivro eletrônico de artista, em que poesia e imagens se tornam um trabalho hipermidiático.
Início de Estúdio U.N.D.E.R.L.A.B., de Wilton Azevedo.

7 abril -
Nóisgrande Revista-Objeto Digital, concepção e organização de Fábio Oliveira Nunes.

21 de junho -
Folha Online publica a série E-Poemas Inéditos.
Novembro - Kinopoems, de Sylvio Back, ebook.

Dezembro -
lançamento de 6X, em formato cd-rom e na rede, coletânea de poesias hipermidiáticas colaborativas e interativas organizada por Juliana Teodoro e Alexandre Venera, em Blumenau.

Dezembro -
Condomínio Poético, organizado por Joesér Alvarez, projeto aberto de intervenção urbana / site specific que utiliza poemas em grande formato, apropriando-se da linguagem publicitária e propondo uma poesia não só para ler, mas também para olhar.

2007
Videopoesia “A$$alariado” - Goulart Gomes.
Guto Lacaz cria RG enigmático, a partir do poema “Tatuagem enigmática”, de Duda Machado, para a exposição Viagens de Identidades, na Casa das Rosas, SP.

Maio -
Cânone, de Amarildo Anzolin, poesia verbal e videopoesia.

8 de maio –
Ana Aly faz uma homenagem ao Dia do Artista Plástico, apresentando, em versão animada de Felipe Machado, o seu poema visual “Soma”, como tributo à poética de Philadelpho Menezes (1960-2000) e a Julio Plaza (1938-2003).

4 de dezembro -
Trajetória Infopoética: Poeta Experimental E. M. de Melo e Castro, Academia de Ensino Superior, exposição organizada por Maria Virgilia Frota Guariglia, com exposição de infopoemas do homenageado, da organizadora e de alunos.

Fonte: Jorge Luiz Antonio

 

 

QUEM É

(Foto:Antoninho Perri)Jorge Luiz Antonio,
bolsista Fapesp, é pós-doutorando no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp, sob a supervisão do prof. Paulo Franchetti. Doutorado e mestrado em Comunicação e Semiótica (PUC-SP), Especialização (lato sensu) em Literatura (PUC-SP/COGEAE), Graduação em Biologia e Letras. Autor de Poesia eletrônica: negociações com os processos digitais (2008), Ciência, arte e metáfora na poesia de Augusto dos Anjos (2004), Um ser humano chamado David Daniels / A Human Beeing Called David David (em parceria com Regina Célia Pinto, 2004), Cores, forma, luz, movimento: a poesia de Cesário Verde (2002), Lago Mar Algo Barco Chuva (em parceria com Regina Célia Pinto, 2001), E-m[ag]inero (em parceria com Fatima Lasay, 2001), Brazilian Digital Art and Poetry on the Web (2000), Almeida Júnior através dos tempos (1983), além de artigos em livros e revistas nos meios impressos e eletrônicos no Brasil e no exterior. Vai lançar, ainda neste ano, o livro Poesia eletrônica no Brasil: teoria, história e antologia.

 

(Foto:Antoninho Perri)SERVIÇO

Título: Poesia eletrônica: negociações com os processos digitais

Autor:
Jorge Luiz Antonio

Editoras: Fapesp; Itu, SP: Autor; BH, MG: Veredas e Cenários

Páginas: 198 + CD-rom

Preço: R$ 20

Pedidos: jlantonio@uol.com.br

 


 



 
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