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Amadurecimento institucional
 

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As urnas e o
amadurecimento institucional

Primeiro turno acontece nos próximos dias 16 e 17;
colégio eleitoral conta com 35 mil votantes

CLAYTON LEVY

O professor Archimedes Perez Filho, presidente da COC: "A Universidade se encontra hoje normatizada e consolidada". Foto: Antoninho Perri.O colégio eleitoral que vai indicar o próximo reitor da Unicamp terá cerca de 35 mil votantes, distribuídos entre docentes, servidores e estudantes. Na consulta anterior, esse número foi de aproximadamente 29 mil votantes. O aumento se deve principalmente ao crescimento no número de estudantes, que passou de 20 mil para 25,5 mil nos últimos três anos, segundo dados da Secretaria Geral. Por deliberação do Conselho Universitário (Consu), e seguindo o modelo dos processos anteriores, o voto dos docentes terá peso de 3/5 e os de alunos e funcionários, 1/5 cada. O primeiro turno das eleições para os próximos quatro anos de gestão está marcado para os dias 16 e 17 de março. Caso nenhum dos três candidatos inscritos obtenha mais de 50% dos votos ponderados válidos, haverá segundo turno nos dias 30 e 31 de março. O novo reitor deverá ser anunciado oficialmente em abril. Em entrevista ao Jornal da Unicamp, o presidente da Comissão Organizadora da Consulta à Comunidade (COC), professor Archimedes Perez Filho, diretor do Instituto de Geociências, analisa o cenário institucional em que transcorrerá a escolha do próximo reitor.

Jornal da Unicamp - A Unicamp vive hoje possivelmente o seu processo sucessório mais tranqüilo. A que o senhor atribui esse quadro?

Archimedes - Tenho certeza de que esse quadro é decorrência de um amadurecimento institucional. Durante vários anos, principalmente no início dos processos sucessórios, havia grupos diferenciados que tinham interesse numa disputa mais acirrada. Ao longo dos últimos vinte anos, porém, houve um processo de amadurecimento.

JU - O que significa esse amadurecimento?

Archimedes - Significa o amadurecimento da institucionalidade. A Universidade se encontra hoje normatizada e consolidada. Isso certamente nos permite entrar num processo sucessório de forma mais tranqüila.

JU - Em sua opinião, quais seriam os fatores que contribuíram para essa consolidação institucional?

Archimedes - Trata-se de um processo histórico que envolveu todos os diferentes segmentos da Universidade. Esse processo teve início logo após a gestão do professor Zeferino Vaz (fundador da Unicamp), com as mudanças regimentais e estatutárias iniciadas na gestão do professor Pinotti (José Aristodemo Pinotti – 1982 a 1986). Depois veio a consolidação do Conselho Universitário, na gestão do professor Paulo Renato (Paulo Renato Costa Souza - 1986 a 1990), o que permitiu um maior diálogo institucional entre os diferentes setores da Universidade. Tudo isso deu uma certa estabilidade institucional. Entidades representativas, como o Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) e a Associação dos Docentes da Unicamp (Adunicamp) foram integradas a esse processo, passando a participar de forma bastante tranqüila e responsável dos processos sucessórios. Podemos dizer que houve, nos últimos vinte anos, um amadurecimento político e institucional da Unicamp.

JU - Que impacto esse amadurecimento institucional tem sobre as atividades-fim da universidade, no campo do ensino, pesquisa e extensão?

Archimedes - Isso trás reflexos altamente positivos na própria administração dos diferentes órgãos da Universidade. Um dos aspectos que considero altamente significativo, e hoje é muito tranqüilo, é a distribuição orçamentária. A maneira como a Universidade discute a sua distribuição orçamentária, com a participação dos diretores das diferentes unidades, dos servidores e do próprio Conselho Universitário, contribui para essa tranqüilidade. Há um diálogo muito profícuo entre os diferentes segmentos.

JU - E do ponto de vista acadêmico. Qual o impacto desse amadurecimento?

Archimedes - Há aspectos altamente positivos. Quando, por exemplo, buscamos discutir financiamentos extra-orçamentários junto aos órgãos de fomento, há um clima de entendimento para definir as áreas consideradas prioritárias. É visível, hoje, um amadurecimento muito grande nas Câmaras de Administração, na Cepe (Câmara de Ensino, Pesquisa e Extensão) e no Consu (Conselho Universitário). É uma participação mais coletiva, há um projeto coletivo de Universidade. Há um diálogo muito profícuo, que tem nos conduzido aos resultados obtidos até agora. Isso tudo nos deixa numa situação de tranqüilidade, que permeia as diferentes instâncias da Universidade.

JU - Qual tem sido o trabalho da Comissão Organizadora à Consulta à Comunidade (COC) no atual processo sucessório?

Archimedes - A Comissão está organizando todo o processo, seguindo a deliberação do Consu (Conselho Universitário) que estabelece as regras e o calendário. Ela também foi instituída pelo Consu e é composta por diretores, representantes do corpo docente, dos alunos, dos servidores e da comunidade externa. Recentemente produzimos um boletim informativo para ser distribuído à toda comunidade universitária, com informações e orientações sobre o processo sucessório. Também estamos colaborando, em conjunto com a Adunicamp, STU e DCE, um ciclo de debates com os candidatos. Seguindo a deliberação que fixa as normas do processo sucessório, a Universidade está disponibilizando, para todos os candidatos inscritos, um site com conexão na sua página principal; uma lista eletrônica de discussão, para troca de informações entre os candidatos e a comunidade; três jogos de etiquetas com o endereço funcional de todos os servidores, segundo a lista oficial de votantes; duas edições especiais do Jornal da Unicamp para discussão dos programas de gestão dos candidatos; e a divulgação, através do canal universitário ou do canal WEB, de pelo menos um debate em cada turno.

JU - Quem pode votar na consulta para escolha do reitor?

Archimedes - Todos os docentes, incluindo os das carreiras especiais; todos os servidores vinculados até o dia 1º de março desse ano; e todos os alunos de graduação, pós-graduação, especialização e residentes matriculados até 11 de março deste ano. Docentes que também são alunos votam como docentes, servidores que também são alunos votam como servidores, e alunos de residência médica votam como alunos.

Votos serão apurados dia 17

O primeiro turno do processo de consulta à comunidade seguirá o mesmo esquema dos anos anteriores. Trinta e uma urnas estarão distribuídas em quatro locais de votação: 18 delas no Ginásio Multidisciplinar; 7 no Anfiteatro Paulistão (setor hospitalar); 3 na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP); e 3 no Campus de Limeira. O resultado oficial da consulta à comunidade será encaminhado ao Conselho Universitário (Consu), órgão de deliberação superior da universidade, que por sua vez organizará, mediante votação, a lista tríplice a ser encaminhada ao governador do Estado.

Os votos serão apurados no Ginásio Multidisciplinar, logo após o encerramento da votação, no dia 17 de março. Se houver segundo turno, a apuração ocorrerá no dia 31. Segundo o presidente da Comissão Organizadora da Consulta à Comunidade (COC), professor Archimedes Perez Filho, a contagem dos votos será feita por categoria, pelo conjunto das respectivas urnas, não havendo, portanto, identificação de resultados por urna. Será instalado no local um telão para divulgação dos resultados. As normas, o calendário e os programas dos candidatos podem ser conhecidos no site da Secretaria Geral da Unicamp.

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