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Edson Tomaz assume Grupo
Gestor Ambiental da Unicamp
Professor da FEQ acumula experiência
em ações de preservação do meio ambiente

O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) da Unicamp, projeto que dá os primeiros passos rumo à sua efetiva implantação, entra em nova fase com a nomeação do professor Edson Tomaz, que assumiu a presidência do Grupo Gestor Ambiental (GGA). O engenheiro foi convidado a trabalhar junto ao primeiro sistema de que se tem notícia em uma instituição de ensino superior pública do país, na profundidade para a qual vem sendo pensado. A ideia é construir um projeto que seja inteiramente adequado às necessidades da instituição, desenvolvido com uma metodologia própria e contando com o trabalho do GGA, instituído em 2003 pelo Conselho Universitário (Consu) da Universidade e ligado à Coordenadoria Geral da Universidade (CGU).

Edson Tomaz é engenheiro químico de formação e docente da Faculdade de Engenharia Química (FEQ), com expertise na área ambiental. Antes de vir para a Unicamp, trabalhou na Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) e assistiu o Ministério Público em diferentes momentos, relacionados aos resíduos sólidos, à contaminação de solo, ao tratamento de efluentes, ao impacto de meio aquático, à poluição atmosférica e aos recursos hídricos. Já na Universidade, continua estudando o tema em sua unidade de origem, dedicando-se particularmente à poluição atmosférica.

Ele enfatiza que fazer a implantação de um SGA em uma universidade é um processo complexo, sobretudo porque modelos gerais dificilmente se aplicam a um contexto específico. O engenheiro diz que são muitas as particularidades a serem levadas em consideração, isso porque diferem as áreas, as pesquisas feitas nos institutos e faculdades, e os tipos de impacto ambiental e de resíduos.

Este trabalho está apenas começando em termos de efetiva implantação do Sistema de Gestão Ambiental na Universidade, após marco inicial, avisa Edson Tomaz. Mas foi a experiência acumulada na área de gestão de resíduos que propiciou vislumbrar a necessidade de se criar um programa institucional de gestão ambiental para a Unicamp. “Temos agora acolhido sugestões, porém é certo que a tomada de decisões exige um longo processo de amadurecimento. Devemos aprender juntos, pois a implantação de um SGA em universidades é novidade para o meio acadêmico.”

Nesse momento, o sistema segue algumas etapas, envolvendo o levantamento de informações nas unidades e um planejamento passo a passo. A intenção, expõe o presidente do GGA, é restringir o escopo do projeto, porque é impossível observar todos os parâmetros ao mesmo tempo. “A Agência Ambiental Americana (EPA – US Enviromental Protection Agency) aconselha que o Sistema de Gestão Ambiental se limite, inicialmente, ao que é mais importante, para que as chances de sucesso sejam maiores”, informa. Essas mesmas recomendações estão presentes em manuais, protocolos, órgãos certificadores e mesmo de governo. Por outro lado, grande parte do êxito do trabalho depende do comprometimento das pessoas e da direção da instituição como um todo, além de disponibilidade de recursos humanos.

Um dos pontos prioritários a serem contemplados pela Unicamp são os resíduos químicos – orgânicos e inorgânicos, apesar de Edson Tomaz reconhecer que muito foi feito nesta direção mediante a atuação do Grupo Gestor de Resíduos (GGR), sob a responsabilidade do docente do Instituto de Química (IQ) Fernando Coelho. “Até diria que essa parte já tinha avançado e funcionava autônoma, mesmo antes de ter um SGA”, comenta.


Muitas decisões foram tomadas e ações concretizadas desde 2003, incluindo o inventário de resíduos da Universidade, a estruturação de um gerenciamento descentralizado com a nomeação de facilitadores, que muito têm contribuído neste processo – a embalagem, o recolhimento e a destinação dos resíduos incineráveis –, bem como treinamentos específicos para manejo dos resíduos.

Em 2004, a Unicamp investiu na qualificação dos gerentes de resíduos e implantou uma célula operacional de resíduos; e em 2005 deu início à incineração. Com essas e outras iniciativas, foi possível observar um decréscimo de 65% dos resíduos hospitalares, bem como busca de ações voltadas à redução de impactos ambientais. A etapa seguinte será a de destinar o material não incinerável a um aterro industrial para resíduos perigosos. “Daí chegaremos aos 100% de eliminação do passivo da Universidade”, conta o engenheiro.

Ao se efetuar a primeira destinação de resíduo químico na instituição em 2005, quando foi oferecido destino a 100% dos resíduos incineráveis, eles já somavam em torno de 90 toneladas. “Esse montante foi o que se acumulou desde a fundação da Universidade. Hoje, geram-se 45 toneladas por ano”, pontua o engenheiro. “Continuamos gerando muitos resíduos. Só que a diferença é que agora temos controle sobre este material. Isso significa que o nosso modelo está funcionando.”

Outro ponto lembrado por ele é que, antes da implantação desse sistema, o esgoto do campus de Campinas – os efluentes líquidos – não possuía um controle rigoroso, o que poderia trazer inclusive problema de tratamento ao sistema da Sanasa de Barão Geraldo. A Universidade participou do processo de implantação dessa Estação de Tratamento de Esgoto. “Se nós não tivéssemos o sistema de controle de resíduos, o nosso esgoto não teria condições de ser enviado para a Estação de Barão Geraldo, simplesmente porque poderia prejudicar a sua operação”, conta Edson Tomaz.

Depois de ter sido estabelecido tal sistema, o esgoto gerado na Unicamp foi caracterizado como esgoto doméstico. O impacto do controle dos resíduos melhorou a sua qualidade. Por este motivo, o engenheiro acredita que as pessoas não tomam atitudes erradas deliberadamente, para prejudicar o meio ambiente. Elas acabam adotando práticas inadequadas, ou por ignorar o assunto ou por não conhecer os procedimentos que seriam desejáveis.

“Mais importante do que ter alguém, um setor, um departamento que cuide desse assunto, é termos o envolvimento direto da comunidade neste processo. Cada um que está envolvido com os impactos deverá ser responsável por zelar de sua parte”, pontua o engenheiro. “Terá que conhecer o procedimento correspondente para evitar o impacto. A nossa experiência com resíduos mostrou que, realmente, havendo alternativas, as pessoas irão optar pela decisão acertada.”

O GGA é formado por funcionários e docentes de várias áreas, selecionados por demonstrarem interesse e conhecimento sobre o assunto. O grupo representa a Universidade, mas não possui integrantes de cada unidade. De acordo com Tomaz, o trabalho tem funcionado porque também conta com uma equipe permanente, uma célula operacional, em que todos se articulam através de reuniões semanais para deliberações, a priori para discutir estratégias.

Ações
A primeira etapa no processo de implantação do SGA envolverá um levantamento desses aspectos e a avaliação dos respectivos impactos ao ambiente, no que tange aos resíduos sólidos, ao consumo de água, à geração de efluentes líquidos e às emissões atmosféricas, decorrentes das atividades de ensino, pesquisa, manutenção, administração, entre outras. Outros aspectos serão considerados no futuro, como mobilidade urbana e preservação de áreas protegidas, por exemplo.

Após a priorização dos aspectos ambientais mais relevantes, esclarece Edson Tomaz, serão elaborados planos de ações e programas para a melhoria do desempenho ambiental, acompanhado por meio de indicadores. Este ciclo virtuoso de melhoria contínua tem como finalidade a incorporação das boas práticas e procedimentos adequados aos processos de trabalho de cada membro da comunidade universitária.

O principal desafio, comenta o docente da FEQ, será obter o comprometimento das pessoas. “Contudo, a nossa expectativa é boa, pois os resultados já obtidos com a gestão de resíduos foram muito animadores, por conta das adesões e de uma conscientização que vem acontecendo desde as últimas gestões.”

Ter uma política ambiental, define Edson Tomaz, é o primeiro passo para a implantação do Sistema de Gestão Ambiental. Ele proporciona uma estrutura que permite que a instituição conheça a sua impressão digital ambiental, o atendimento à legislação e a implementação de estratégias de sustentabilidade e de prevenção à poluição de forma proativa. “Um SGA não é apenas um formulário que deve ser preenchido uma vez por ano, para verificar o atendimento às regulamentações ambientais e o andamento dos projetos. Um SGA implica num processo contínuo de planejamento, ações, verificações e melhorias.”

A política ambiental proposta pela Universidade, aprovada pelo Consu em 30 de novembro de 2010, reafirma o compromisso da Administração Superior com as questões ambientais delineadas em sua declaração: “A Unicamp assume o compromisso de assegurar qualidade ambiental em seus campi e desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão que promovam conhecimento, habilidades, práticas e valores voltados à conservação dos recursos naturais, à solução de impactos e ao bem-estar da comunidade”, salienta o engenheiro.




 
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