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Sistema de controle remoto monitora
experimentos químicos em laboratório

Ricardo Augusto de Almeida (sentado) e os professores Flávio Vasconcelos da Silva, orientador, e Ana Maria Frattini: controle de processos químicos (Foto: Antoninho Perri) Laboratórios que podem ser acessados e ajustados em tempo real a partir de qualquer aparelho móvel com acesso à internet, como o celular, já são realidade na Faculdade de Engenharia Química (FEQ). O cientista da computação Ricardo Augusto de Almeida desenvolveu o que chamou de sistema de controle remoto para acionamento e monitoramento de processos químicos. De um smartphone, por exemplo, o pesquisador que estiver em uma conferência no exterior pode monitorar o seu experimento instalado em Campinas.

“A proposta é, justamente, tornar possível que qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo tenha acesso a protótipos instalados nos laboratórios da FEQ. Considero um grande avanço no sentido de democratizar e universalizar o uso dos nossos laboratórios, sem perder de vista o incremento que poderá oferecer à atividade em sala de aula, pois o aluno terá acesso aos experimentos químicos em casa e sem um horário determinado para o seu estudo”, destaca o professor Flávio Vasconcelos da Silva, que orientou a pesquisa desenvolvida por Almeida e também coordena o Laboratório de Controle e Automação de Processos (LCAP) da FEQ.

O sistema funciona à semelhança dos laboratórios virtuais ou virtual lab já difundido em outras universidades no mundo, mas com um diferencial, pois da forma como foi configurado existe a possibilidade de realizar manutenção e controlar o experimento a distância em uma elevada velocidade de transmissão, bastando apenas acionar determinados comandos sem muitas complicações. Até mesmo os testes e ajustes no sistema foram feitos da cidade de Santo André, no ABC paulista, em plantas químicas instaladas na Unicamp, em Campinas.

Uma vantagem do sistema é o seu desenvolvimento em plataforma aberta, ou seja, os softwares utilizados são livres, o que significa nulo o custo de desenvolvimento e sem as limitações de programas fechados impostas pelos fabricantes. “O conceito envolvido no aparato computacional segue a linha daqueles utilizados por bancos e sistemas de assinatura digital em redes virtuais privadas que funcionam simultaneamente a partir de criptografia de dados e sem brechas para a codificação das informações”, explica Almeida.

Para os testes foram utilizadas as plantas-piloto de precipitação da bromelina do abacaxi, o reator para a obtenção do biodiesel e o sistema de refrigeração, todas instaladas no LCAP. Pela internet, as plantas são acionadas pelo servidor de internet e outras duas máquinas disponibilizam o experimento na área de trabalho do cliente remoto e, com isso, o acesso de qualquer dispositivo móvel é viável. A manutenção ou controle de pressão, temperatura e, até mesmo alteração de comandos que podem ser feitas no nível de software são permitidas remotamente. Neste sentido, o sistema é ideal para testes experimentais e pesquisa a distância, com o objetivo de tirar o ser humano do processo in loco, reduzindo o risco de ser atingido por explosões ou outro tipo de acidente decorrentes da manipulação de processos. Por isso, o acionamento remoto é importante para processos químicos.

Segundo os professores Flávio Vasconcelos e Ana Maria Frattini Fileti, o desejo de disponibilizar os laboratórios via internet é antigo. No entanto, o projeto esbarrava na falta de competências para o desenvolvimento dos programas computacionais específicos necessários. “Desta forma, Ricardo Almeida acrescentou o know how que faltava aos engenheiros químicos. Queríamos um sistema de fácil implementação para utilizar dentro da FEQ”, afirma Vasconcelos.

Ele explica que num primeiro momento a principal questão foi respondida: que é possível um sistema remoto deste tipo. Uma próxima etapa será realizar os ajustes na política de segurança e regular o acesso aos equipamentos, uma vez que são de fundamental importância os cuidados com a preservação e integridade dos equipamentos de propriedade da FEQ. Os professores declaram que é apenas o início de um longo trabalho, mas já comemoram a possibilidade do controle de experimentos por 24 horas se assim o pesquisador desejar. Assim como abre as perspectivas de o aluno realizar o experimento quantas vezes quiser ou, até mesmo, transformar um conteúdo teórico em uma aula prática.

 

Dissertação “Desenvolvimento do sistema de controle remoto para acionamento e monitoramento de processos químicos”

Autor: Ricardo Augusto de Almeida

Orientador: Flávio Vasconcelos da Silva

Unidade: Faculdade de Engenharia Química (FEQ)

Financiamento: CNPq

 

 

 

 
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